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Meio ambiente

Insetos podem evitar fome no mundo?

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Estudos da ONU mostram que insetos já são consumidos em muitos países. Ricos em proteínas, gastam menos energia e rendem

Formigas são usadas em refeições típicas indígineas e de algumas comunidades no Norte e Nordeste do Brasil. No Japão, comer gafanhotos é comum. Na verdade, o uso de insetos como alimentos é mais comuns do que se imagina: de acordo com um estudo da FAO – o órgão para a alimentação da ONU, mais de 1900 espécies de insetos já são consumidas por mais de 2 milhões de pessoas em todo o planeta.

Se na atualidade em muitas culturas o uso dos insetos parece estranho ou cause até repulsa, no futuro com o crescimento populacional esperado e redução dos recursos naturais, pode estar aí uma alternativa não só inteligente e necessária como saudável.

Os insetos são uma fonte importante e facilmente acessível de alimentos nutritivos e ricos em proteínas que se encontra nas florestas, segundo estudo da FAO.

Ricos em proteínas e gorduras boas os insetos têm alto teor de cálcio, ferro e zinco: a carne de vaca tem 6 mg de ferro por 100 g de peso em seco, enquanto os gafanhotos tem entre 8 e 20 mg por 100 g de peso em seco, dependendo da espécie e da sua própria alimentação.

E há outras razões sustentáveis para apostar na ideia: como são animais de sangue frio, insetos não utilizam a energia da sua alimentação para manter a temperatura do corpo. Assim, para se ter uma ideia, enquanto insetos usam 2 kg de alimentos para produzir 1 kg de “carne”, o gado, por exemplo, requer 8 kg de alimentos para produzir 1 kg de carne.

Insetos ainda geram quantidade reduzida de emissões como metano, amoníaco, e gases com efeito de estufa – que aquecem o clima – e de estrume, que contaminam o ambiente. Na verdade, ainda podem ser usados para decompor os resíduos, ajudando nos processos de adubação que devolvem os nutrientes ao solo, ao mesmo tempo em que diminuem os odores desagradáveis.

“Não estamos afirmando que as pessoas devem comer insetos,” afirmou Eva Muller, Diretora da Divisão da FAO de Produtos e Política Económica para as Florestas, e coautora do estudo “Insetos comestíveis: perspectivas futuras para a segurança alimentar dos humanos e dos animais”.

“Estamos dizendo que os insetos são apenas um dos recursos fornecidos pelas florestas, e que o potencial dos insetos como fonte alimentar está pouco explorado, em particular para os animais”.

Na verdade, a ONU propõe mais estudos nessa linha, para atender uma eventual demanda futura. Inclusive no que diz respeito à legislação vigente na atualidade na maioria das nações industrializadas. Atualmente, a alimentação a animais com materiais, misturas ou lavaduras residuais, mesmo que estes façam parte da alimentação dos insetos, é impedida.

 

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