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Urbanismo

CEO da Latam questiona aumento imediato de movimento em Congonhas

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A Latam – empresa que, quando era ainda TAM enfrentou os dois maiores acidentes aéreos em Congonhas – é uma das que opera no aeroporto incrustrado na zona sul paulistana. Talvez por isso mesmo chamou a atenção um post em rede social do CEO da empresa, Jerome Cardier, questionando o aumento do movimento proposto para a pista nesse período pós concessão.  Ele não chega a tocar no sensível tema da segurança, mas fala da falta de infraestrutura e diz que o aumento, só poderia vir depois dos investimentos em infraestrutura pela nova concessionária. Veja a íntegra do texto com a opinião do executivo.

“Mais uma das curiosidades do setor que tem impacto surpreendente em todos: passageiros, empresas, investidores e governo.

Aparentemente, na semana passada ganhou corpo um rumor que a Infraero considera aumentar agora a quantidade de pousos e decolagens do aeroporto de Congonhas. Qual o impacto se isto acontecer?

O aeroporto de Congonhas será licitado agora em Agosto. O plano de licitação exige uma série de investimentos no aeroporto e isto permite, aí sim, um aumento de capacidade. Isto faz sentido.

Aumentar a capacidade sem este investimento é uma decisão altamente questionável. O aeroporto já opera na sua capacidade, como muitos de vocês que passam por lá já testemunharam (quem lembra do embarque remoto nos portões de baixo?). Colocar mais voos na mesma infraestrutura vai levar obrigatoriamente a mais atrasos, mais filas, mais congestionamentos de pessoas, carros e aviões, mais passageiros desconectados e cancelamentos de voos. Não tem magía.

Mas por que fariam isto? Provavelmente por que querem aumentar a atratividade para os investidores no leilão de Agosto. O que estão deixando de enxergar é que quem vai pagar a conta desta decisão equivocada é o proprio ganhador do leilão já que fica claro que todos os custos associados a este aumento não são de responsabilidade das empresas aéreas que operam em Congonhas, mas sim do concessionário que vai assumir depois da Infraero. Será então uma boa decisão?

Como passageiro, sei que não é. Quero mais voos em Congonhas, mas este aumento tem que ser possível em função da infraestrutura do aeroporto (acesso viário, estacionamento de carros, terminais de checkin, raio-x, pontes de embarque, terminal remoto, saguão, espaço para onibus e trafego dos equipamentos do lado ar, espaço de manobra e estacionamento para os aviões, esteiras de bagagem…). Se não muda a infraestrutura, não muda a capacidade.

Torço para que o bom senso impere. Lembro-me sempre da frase: ‘Não há almoço de graça’”.

 

Leia mais: Empresa espanhola assume Congonhas e movimento deve aumentar

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