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Vila Mariana é campeã em coleta seletiva

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Pensar global e agir local é o grande mote defendido por ambientalistas e pessoas que se preocupam com um desenvolvimento sustentável.

A ideia é garantir o crescimento da economia e a geração de emprego e renda sem comprometer a natureza, ou seja, sem tirar dela mais do que é possível recuperar. E ao mesmo tempo investir em uma economia circular, ou seja, em que os produtos lançados no mercado possam ser completamente absorvidos (no caso de alimentos, por exemplo) ou reaproveitados e reciclados.

Como, na prática, podemos contribuir para esses processos? A primeira coisa a se observar é a própria casa e o local de trabalho. Depois, a rua onde se mora, o bairro, a cidade. O que pode ser feito localmente? Quais as medidas mais adequadas para o bairro onde se mora?

A cidade de São Paulo tem 96 distritos subdivididos em 32 subprefeituras. Em uma metrópole de 12 milhões de habitantes e crescimento histórico desordenado, reconhecer as características locais é essencial para avançar em políticas ambientais e ações pontuais de conscientização ambiental.

Muitas características são diferentes e pedem ações diferentes na cidade.

Campeã da reciclagem

Em 2012, um primeiro levantamento divulgado pela Prefeitura indicava que o distrito campeão em coleta seletiva na cidade era a Vila Mariana, com pouco menos de 5% do total de resíduos gerados destinados à reciclagem.

A Prefeitura passou a investir na coleta seletiva porta a porta e a região de toda subprefeitura de Vila Mariana – que inclui os distritos Saúde e Moema, chega a ter dois dias de coleta seletiva porta a porta – serviço que é prestado pela concessionária Ecourbis Ambiental.
A empresa faz a coleta regular domiciliar e também a seletiva nas regiões Sul e Leste da capital. Para saber quando a coleta é feita em sua rua, basta acessar ecourbis.com.br/index.html.

Em 2016, um novo levantamento, feito pelo site fiquemsabendo.com.br, indicou que a coleta seletiva na Vila Mariana havia dobrado de volume – quase 10%, próximo à atual meta da Prefeitura.

Como o bairro chegou a esses resultados positivos? Talvez a explicação esteja no bom Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do bairro, ou por concentrar grande número de instituições de educação e saúde. Mas o fato é que, cada vez mais, a área de toda subprefeitura reúne iniciativas voltadas à redução de geração de resíduos e ampliação do volume de recicláveis.

Ações internas

Para “dar o exemplo”, a Subprefeitura de Vila Mariana estabeleceu várias novidades internas, ou seja, dentro da própria unidade.
Uma delas foi instituir o fim dos descartáveis. Agora, os funcionários precisam manter suas próprias canecas para tomar água ou café, nada de copinhos de plástico.

Ainda em busca de uma visão mais sustentável de cada colaborador, criou uma horta interna com pimentas, capuchinhas, berinjela, abacaxi. Tudo isso dentro de um pequeno canteiro verde.

A sede da Subprefeitura conta com uma composteira, em que sobras das plantas são transformadas em adubo para a própria horta. Os resíduos orgânicos gerados pelos funcionários são descartados na composteira, que foi instalada próxima ao refeitório. Recebe cerca de 40 mil quilos de resíduos por mês, material que deixou de ir para o aterro municipal.

Uma lixeira específica para os funcionários depositarem bitucas de cigarro está instalada também no pátio central da Subprefeitura. A ação, além de tudo, tem um caráter educativo. Recentemente, um estudo realizado em praias brasileiras mostrou que 40% de todo lixo recolhido das areias é composto por bitucas.

Menos resíduos orgânicos

Para além da área interna da sede da Subprefeitura, outras iniciativas estão impactando o bairro no sentido de reduzir a quantidade de resíduos gerada pelas famílias da região e contribuindo para maior consciência por parte dos moradores locais.

Pela região, também foi instalada uma composteira, na Praça Kenichi Nakagawa, localizada na Rua Sena Madureira. Foi uma iniciativa do CADES Regional (Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) Vila Mariana, Fórum Agenda 2030 Vila Mariana e Instituto Ecobairro Brasil, com apoio da Subprefeitura Vila Mariana e da Associação de Moradores da Vila Mariana (AVM).

Conhecida como o processo de reciclagem de resíduo orgânico, a técnica transforma a matéria orgânica, geralmente disposta junto com os rejeitos, em composto que pode ser usado para adubar plantas em cultivos urbanos, em jardins e hortas, substituindo o uso de produtos químicos.

Qualquer pessoa pode colaborar separando seus resíduos compostáveis durante a semana e levando apenas nas datas de manejo em grupo, que acontece todos domingos pela manhã (11h).

O que pode ser levado: grãos secos ou cozidos, casca de legumes e verduras cruas, casca de ovos, de cebolas, de alho; saquinhos de chá, borra de café e derivados; sobras de alimentos cozidos, crus ou estragados; bagaço de frutas; e guardanapos de papel. Os resíduos devem ser mantidos em recipiente fechado. Não leve alimentos como carne de qualquer espécie animal, comida oleosa ou cozida e papel higiênico ou absorvente usados.

Após o processo, o composto é distribuído entre os participantes e também será usado nas árvores e plantios locais.

Vidro

A Vila Mariana ainda é repleta de alternativas para quem quer separar recicláveis.

Além das estações existentes em supermercados, há algumas ações especiais como a da startup especializada em logística reversa Green Mining.

Desde agosto do ano passado, a operação começou no bairro de Moema, coletando vidro de geradores como condomínios, restaurantes e bares. Embora o volume maior seja de bebidas (especialmente cervejas) e potes de conserva de alimentos, são recolhidos todos os tipos de vidros como travessas, copos e outros itens.

Só nos seis meses iniciais já foram coletadas para reciclagem mais de 30 toneladas de vidro em bares, restaurantes e condomínios – o que equivale a mais de cinco toneladas de emissões de gás carbônico não geradas!

Prédios da região de Moema e Brooklin que separam vidro no lixo reciclável podem solicitar a retirada pelo email contato@greenmining.com.br

Outros resíduos

Quando se passa a prestar atenção à quantidade de lixo gerada em meio urbano, percebemos a diversidade de materiais que é descartada diariamente.

Os galhos de árvores podadas e sobras de jardinagem muitas vezes acabam indo para aterros, com custo ambiental significativo.

A Subprefeitura agora conta com um triturador de galhos. “Além de eliminar resíduos da poda, evita deslocamento de caminhões e contribui para a criação de composto orgânico, a serrapilheira, distribuído pelas praças da região. Misturada à terra, a serrapilheira ainda pode ser usada no plantio”, conta o subprefeito Fabricio Cobra Arbex.

A Subprefeitura ainda conta com uma caixa coletora de resíduos eletrônicos, para eletrodomésticos quebrados, celulares, baterias, suprimentos de informática etc.

A caixa está na Praça de Atendimento da Subprefeitura – basta ir até lá e deixar o lixo eletrônico, gratuitamente: Rua José de Magalhães, 500, de segunda a sexta, das 8h às 17h.

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