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Saúde

Vila Mariana amplia projeto para dependentes químicos

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Unidades móveis serão usadas em pontos onde há concentração de usuários de crack, como o viaduto Jabaquara

É difícil precisar quando o problema começou. Mas certamente já são cerca de duas décadas em que moradores da região e motoristas que trafegam na Avenida dos Bandeirantes assistem cotidianamente às cenas de abandono em que vivem dezenas de pessoas sob o viaduto Jabaquara. Usuários de crack, em sua maioria, nem todos moram ali. Alguns são até trabalhadores de regiões próximas e que, no horário do almoço, apenas passam pelo local e ali fazem o consumo da droga.
A vizinhança sempre se queixou. Comerciantes, moradores e trabalhadores da região de São Judas, no encontro de vias como a Avenida Jabaquara e as Alamedas Irerê, Ceci e outras próximas, reclamam que caminhar pela região é inseguro, relatam assaltos e abordagens.
Mas, como resolver a situação que se arrasta há tantos anos? Já foram feitas operações conjuntas da Prefeitura com a Polícia, com remoção dos moradores, seus pertences e checagem de antecedentes, já foram feitas abordagens por assistentes sociais… Mas os usuários acabam voltando, muitos deles se instalam ali.
Desde agosto do ano passado, a Subprefeitura de Vila Mariana em parceria com equipes da Secretaria da Saúde, Secretaria da Assistência Social e Guarda Civil Metropolitana vêm buscando uma atuação diferenciada. Além do atendimento em saúde e psicológico, buscam oferecer alternativas aos ocupantes dos baixos do viaduto.
Mas sabem que se trata de um processo lento. O programa desenvolvido na Vila Mariana ainda não tem o mesmo alcance daquele a Prefeitura implantou no centro da cidade, onde os usuários participam de frentes de trabalho e ganham vagas em hotéis da região, com diárias bancadas pelo projeto, chamado “Braços Abertos”.
Mas, agora, a Prefeitura anunciou um reforço para a atuação fora do centro da cidade – em seis distritos da cidade, incluindo a Vila Mariana.
A ideia é que as equipes de assistência social e de saúde desenvolvam seu trabalho em unidades móveis. Além da Vila Mariana, serão beneficiados os distritos de Santana, na zona norte; Lapa, na zona oeste; Cidade Tiradentes, na zona leste, e outros dois da Zona Sul da cidade: M’ Boi Mirim e Santo Amaro.
“Nestes locais foram identificadas cenas de uso que merecem uma intervenção e um cuidado maior do poder público. Fizemos uma parceria com a Secretaria Nacional de Políticas Antidrogas (Senad) para ampliar o atendimento”, afirma a secretária Luciana Temer (Assistência e Desenvolvimento Social).
Segundo a titular da pasta, a parceria com o programa do governo federal “Crack, É Possível Vencer” possibilitará a locação de unidades móveis para a abrigar as equipes em cenas de uso de crack identificadas nos seis bairros. Equipes das subprefeituras, em parceria com as secretarias municipais de Assistência e Desenvolvimento Social, Saúde, Segurança Urbana, Direitos Humanos e Cidadania e Trabalho já estão mapeando os locais que receberão o serviço.
A ampliação receberá investimentos de R$ 6 milhões. O edital para contração do serviço está em elaboração. A expectativa é que as unidades estejam disponíveis em cerca de um mês.
“Vamos contratar trailers porque precisamos de mobilidade. No início teremos um processo de vinculação das equipes de assistência social e de saúde com os dependentes de cada local”, explica a secretária Luciana Temer.
O primeiro objetivo é realizar um diagnóstico da situação em cada cena de uso, para delimitar as alternativas de atendimento mais adequadas aos dependentes da área.

 

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