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Viaduto abriga usuários de crack há mais de 10 anos

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Em 2006, a ocupação dos baixos do viaduto Jabaquara, na Avenida dos Bandeirantes já era frequente em reuniões de Conselhos Comunitário de Segurança da zona sul da capital, como o do Jabaquara, do Campo Belo e da Saúde. Em 2011, várias ações contando com apoio das polícias Civil, Militar e Guarda Metropolitana removeram os usuários de crack do local, fizeram vistorias em pertences, removeram entulho, além de construírem até barreiras de concreto para evitar novas ocupações.  Em 2014, novas abordagens foram fortalecidas, com ações mesclando assistência social, equipes de saúde e de segurança pública.

Mas, nada disso adiantou. Pelo contrário, censo de população de rua divulgados recentemente mostram que o número de moradores de rua na região do Jabaquara dobrou de 2010 para 2014. A vizinhança do viaduto garante que nos dois últimos anos, ainda não recenseados, a situação piorou ainda mais, seja por conta da crise ou do crescimento da população flutuante que se reúne ali para usar crack e outras drogas.

Agora, não é mais apenas a área sob o viaduto que está ocupada. Os usuários de crack estão espalhados por praças e áreas verdes ao longo da avenida e ao seu redor, como na Whitaker Penteado e Moyses Kuhlman, como áreas junto ao viaduto Arapuã e à Avenida Jabaquara. Muitos deles montaram barracas de camping no local.

Depois de diferentes gestões, diferentes abordagens para o problema, fica a pergunta: há solução para o uso de crack e outras drogas entre moradores de rua? Como recuperar e reinserir estes seres humanos socialmente?

As Prefeituras Regionais do Jabaquara e da Vila Mariana vem declarando que reconhecem o problema, entendem sua gravidade e estudam soluções conjuntas para a área, que fica na divisa entre elas. Pedem também compreensão da população, por conta da complexidade do problema.

Em entrevista recente ao jornal SP Zona Sul, a Prefeita do Jabaquara, Fátima Marques, concordou que a questão exige um programa diferenciado de atenção. “A ideia é tentar trazer este cidadão de volta à vida social, reinserir com ofertas de trabalho”, diz  ela, referindo-se não apenas aos usuários de crack, mas a toda a população de rua que também ocupa pontos de ônibus junto às estações de metrô e outras áreas locais.

Na Vila Mariana, operações recentes foram responsáveis pelo recolhimento de mais de quatro toneladas de entulho sob o viaduto Onze de Junho. Lá, o mais comum é ver famílias pedindo doações e auxílio, o uso de crack não é frequente. Mas, a ocupação retomou com força total e já há objetos espalhados por toda a calçada e grande número de moradores de rua.

Como o poder público pode resolver a situação, sem “varrer a sujeira para debaixo do tapete” ou espalhar os usuários concentrados em uma só região? A ação esta semana na região central da cidade, que uniu esforços da Prefeitura e do Governo do Estado, mostrou que a resposta está longe de ser simples e talvez esteja na compreensão do que levou aquelas pessoas às ruas, antes de descobrir o que pode tirá-las de lá.  A Prefeitura garante que tem um projeto amplo, que vem sendo negociado com diferentes atores e será aplicado prioritariamente na área central, mas também nos bairros.

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