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Vacinas podem acabar em junho sem imunização do público jovem

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A promessa do governador João Doria de que todos os brasileiros de São Paulo estariam vacinados até o final do ano pode não se viabilizar. Já faltam doses em vários pontos do país e a acelerada produção de vacinas pelo Instituto Butantan, até agora principal fornecedor de imunizantes no país, pode ficar comprometida pelo atraso no envio de insumos pela China – país que continua sendo alvo de críticas do presidente da República, Jair Bolsonaro, que estremece, assim, a situação diplomática.

Resultado: não há previsão de novas faixas etárias para inclusão no programa  de vacinação. Na próxima semana, serão incluídas grávidas, puérperas e pessoas com idade de 55 a 59 anos com doenças crônicas, além de deficientes permanentes nessa faixa etária. Não há ainda nem previsão para novas faixas etárias de professores ou pessoas entre 18 e 59 anos, público que demandaria uma quantidade que não deve estar disponível nem em junho.

“Sou médico e estou na linha de frente de atendimento da Covid. Vejo gente jovem morrendo. Nós estamos implorando por vacinas desde agosto. Enviamos ofícios ao Ministério da Saúde, várias vezes. Esse é um desabafo. O desenvolvimento de um país é avaliado pela vacinação que faz. É um direito do cidadão ser vacinado”, disse Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do Estado de São Paulo essa semana, durante evento de entrega de mais um milhão de doses. “Perdemos um grande artista, de apenas 42 anos e que, se tivéssemos vacina, não teríamos perdido”, complementou ele se referindo à morte do ator Paulo Gustavo, que ficou 53 dias internado por conta da Covid 19.

“Pode atrasar? Pode”, confirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Ele explicou que, com a chegada de insumos, a produção é muito rápida. Assim, se o envio de IFA for mantido e não sofrer novos atrasos, o cronograma – que prevê mais 56 milhões de doses até setembro  – será cumprido. “Mas já há sinalizações de atraso, envio de volume menor”, disse.

Essa semana, foi enviado  novo lote de 5,1 milhões de doses distribuídas por São Paulo a todo o Brasil. No dia 10, o Butantan enviará mais 2 milhões de doses ao Ministério da Saúde. Até o momento, São Paulo já entregou 43,112 milhões de vacinas do Butantan ao país.

As novas doses são produzidas a partir de 3 mil litros de insumos recebidos no dia 19 de abril.  A direção do Butantan está em tratativas com a biofarmacêutica chinesa Sinovac para a chegada de mais um carregamento de pelo menos mais 3 mil litros de matéria-prima. A expectativa é que a nova carga seja enviada ao Brasil até o dia 15.

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