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História

Unifesp na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos

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Por José Luiz Guerra da Unifesp

A servidora Elaine Muniz Pires e o servidor Elson Luiz Mattos Tavares Silva foram indicados(as) pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para integrar a Coordenação-Geral de Memória e Verdade e de Apoio à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Pires e Silva são lotados(as), respectivamente, na Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/Unifesp) – Campus Guarulhos e na Superintendência de Tecnologia da Informação (STI/Unifesp). Além deles(as), também integrará a comissão a egressa do curso de História da EFLCH/Unifesp Paula Franco.

Elaine Muniz Pires é técnica em Assuntos Educacionais, historiadora, mestre em História pela PUC-SP e doutora em Educação pela USP. É representante de categoria no Conselho de Gestão com Pessoas. Atuou na Comissão da Verdade “Marcos Lindenberg”, integra a Comissão Permanente para discussão e promoção de medidas voltadas para a garantia do exercício da maternidade e para a diminuição da desigualdade de gênero na Unifesp e os coletivos “MaternaCiência” e “Unifesp mais democrática”.

“A indicação é importante para mim, como servidora, como um reconhecimento da qualidade dos trabalhos que executo e devido à minha formação de historiadora, da minha trajetória acadêmica e da pesquisa que realizei na área. Para a Unifesp, é o reconhecimento externo da competência de seus servidores e das ações que têm empreendido voltadas à memória e verdade sobre a ditadura cívico-militar brasileira instaurada a partir de 1964. Nos últimos dez anos, a universidade se empenhou nesta pauta, como na criação da CVML e do CAAF”, comenta a servidora.

Já Elson Luiz Mattos Tavares Silva é analista de Tecnologia da Informação, historiador e mestre em História pela Unifesp. É membro titular do Conselho Universitário e integra o coletivo “Unifesp mais democrática”. Foi membro da Comissão da Verdade “Marcos Lindenberg” (CVML), e mais recentemente integrou o Comitê Científico do projeto “A responsabilidade de empresas por violações de direitos durante a Ditadura”, coordenado pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF).

“Do ponto de vista pessoal, a nomeação representa e significa muito. Fico honrado em trabalhar diretamente com um assunto que vem permeando toda a minha formação, trajetória acadêmica e profissional. É um tema central das minhas reflexões e uma grande conquista pessoal”, explica o servidor. “Ao mesmo tempo, tenho consciência do tamanho do desafio de sair da universidade e ingressar diretamente em uma coordenação de um ministério que cuidará de uma pauta delicada, que envolve perdas, buscando a trazer verdade e a memória de um país no qual houve pouca justiça em relação a muitas violações que ocorreram no passado e que acabaram legitimando muitas violações que ocorrem no presente”, complementa. Em sua visão, a Unifesp vem despontando como referência importante nessa área, seja na atuação da CVML, seja na fundação do CAAF, configurando-se como a principal instituição acadêmica, social e política sobre esse tema, que trabalha em várias frentes, muito importantes e urgentes. “Com isso, a Unifesp cumpre mais uma etapa nesse seu papel em abordar o tema, seja produzindo conhecimento, seja colaborando com a atuação prática de pessoas”, finaliza.

Atuação da Unifesp em prol da memória e da verdade sobre o período da Ditadura

Na última década, a Unifesp tem construído uma relevante tradição no desenvolvimento de pesquisas e ações em prol da memória e em busca da verdade sobre o período da Ditadura Militar. Em 2013, foi criada a Comissão da Verdade “Marcos Lindenberg”, órgão responsável por anos de intensas pesquisas sobre as violações cometidas na universidade durante os anos de arbítrio da ditadura. Já em 2014, por demanda dos familiares de mortos e desaparecidos políticos da Ditadura, foi criado o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), que tem despontado como principal órgão acadêmico na investigação da violência de Estado em inúmeros projetos que evidenciam abusos do passado e do presente, como a identificação das ossadas da Vala de Perus, sobre os crimes de Maio ou as investigações sobre o papel das empresas nas violações durante a ditadura; ou ainda pelas inúmeras pesquisas, eventos e ações que se acumulam sobre o assunto.

CAAF

Em 2013, foi criado na Vila Clementino o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF).

Um dos objetivos da instituição, ligada à Unifesp, é contribuir no processo de identificação das ossadas encontradas em uma vala clandestina no Cemitério João Bosco, no bairro de Perus, em São Paulo, em 1994. Mas, a instituição quer ir além e ampliar sua atuação na área e, nesse sentido, a semana teve uma boa notícia.

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