Teste possibilita diagnóstico de tuberculose em duas horas

Só no ano passado, nada menos que 70 mil pessoas tiveram tuberculose, o que representa 36 pessoas para cada 100 mil habitantes. A doença chega a matar quase cinco mil pessoas por ano no país e, em muitos casos, o que ocorre é que muita gente se descuida e não procura atendimento médico na fase inicial da doença. Por isso, é sempre bom lembrar: tosse por mais de 3 semanas pode ser tuberculose – busque atendimento médico.

No dia 24 de março é celebrado o o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose. O Ministério da Saúde aproveitou para divulgar que será disponibilizado, gratuitamente na rede pública, um teste rápido para diagnóstico de tuberculose, com capacidade de detectar a presença do bacilo causador da doença em apenas duas horas. O Gene Xpert, como é denominado, também identifica se a pessoa tem resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento da doença.

Para a implementação da nova tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS), o ministério está investindo R$ 12,6 milhões. Os recursos são para a aquisição de testes, máquinas (computadores de última geração, com leitor de código de barras e impressora) e no treinamento dos profissionais de saúde. O teste rápido será implantado em todos os municípios com mais de 200 casos novos notificados em 2012. Também será disponibilizado nos municípios considerados estratégicos, segundo critérios epidemiológicos (municípios com grande população prisional, indígena e algumas cidades de fronteiras). Do total de casos de tuberculose, 60 municípios respondem por 56% das novas notificações de todo o país.

Para se ter ideia da importância do exame, no ano passado, apenas 53,3% dos pacientes com tuberculose no país fizeram o teste para detectar a doença. Outro dado preocupante é que, Dados globais indicam que um terço da população do planeta está infectada pela doença. Ao todo, 5,8 milhões de novos casos foram notificados em 2011, sendo que 82% deles se concentram nos 22 países ‘de alta carga’.

O Brasil ocupa atualmente o 17º lugar num ranking de 22 nações consideradas ‘de alta carga’ (onde há grande circulação da doença). No país, a tuberculose representa a 4ª causa de morte por doenças infecciosas e a primeira causa de morte por doença identificada entre pessoas com HIV.

Em relação ao perfil do paciente brasileiro, cerca de 66% dos casos de tuberculose notificados em 2012 acometeram homens. Quanto à faixa etária, a frequência maior da doença ocorre entre 25 e 34 anos, em ambos sexos. Quanto à escolaridade, 58,2% dos casos novos tinham até oito anos de estudo.

Entre a população privada de liberdade, o risco é 28 vezes maior. Entre os moradores de rua, o risco é 67 vezes maior e entre pessoas que vivem com HIV, o risco de contrair a doença é 35 vezes maior.