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Meio ambiente

Telhados verdes são oásis na cidade

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Pesquisador comparou temperatura e umidade do ar em prédio sede da Prefeitura, que tem telhado verde, com outro de concreto

As grandes metrópoles, como São Paulo, sempre foram associadas ao tom cinza, pelo excesso de concreto e asfalto que toma conta de sua paisagem. Mas, diversas iniciativas podem modificar o cenário e trazer mais cores ao cenário urbano. Uma delas é o telhado verde, que pode e deve ser considerado em qualquer reforma não só por gerar um visual mais agradável e colorido, mas essencialmente porque comprovadamente se mostra eficiente para reduzir os impactos negativos em centros urbanos como a poluição e a elevação de temperaturas.
Um estudo feito pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP mostrou que o uso de vegetação no topo de telhados ou em lajes de concreto reduzem a temperatura do edifício em que foram instaladas e aumentam a umidade relativa do ar.
A análise foi feita pelo professor universitário e geógrafo Humberto Catuzzo, autor da tese “Telhado Verde: impacto positivo na temperatura e umidade do ar. O caso da cidade de São Paulo”, defendida no final de 2013. Ele escolheu dois prédios em pleno centro da cidade para avaliar os resultados: o Edifício Conde Matarazzo, mais conhecido por “banespinha” e que sedia a Prefeitura paulistana, e o Edifício Mercantil Finasa, que tem laje de concreto e fica situado nas proximidades.
A diferença é impressionante: o prédio cujo telhado é recoberto por gramíneas, arbustos, árvores e até um lago com carpas tem chegou a ter temperatura 5,3 graus Celsius abaixo da registrada no prédio recoberto por laje de concreto. Já a úmidade relativa do ar foi 15,7% maior. O pesquisador também comparou esses dados com os oficiais, coletados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), localizado no mirante de Santana, na zona Norte da Capital. Ainda assim, houve variação que chegou a 3,2°C no dia mais frio e 21,7% mais úmido.
“Há ainda outros fatores que não foram estudados nesta tese, mas que podem trazer benefícios se criarmos uma política de implantação de telhados verdes. A criação de corredores ecológicos onde pássaros e insetos possam “migrar” entre parques e o conforto interno dos prédios que poderiam diminuir custos com ar-condicionado são exemplos de efeitos possíveis que merecem investigação”, destaca o pesquisador.
Catuzzo explica que o telhado verde pode ser do tipo intensivo (vegetação de porte arbustivo a arbóreo, com grama permanente, que requer adequado processo de impermeabilização, sistema de irrigação e drenagem, alta manutenção e tem um alto custo). Há ainda o extensivo (vegetação rasteira, geralmente gramíneas, com baixa manutenção, nenhuma irrigação e menor custo). Existe também um terceiro tipo, classificado como semi-intensivo (gramíneas e arbustos, sendo também necessário sistema de impermeabilização e irrigação constante).
“Para todos eles é fundamental que se realizem cuidados especiais quanto à impermeabilização e o cálculo de peso da estrutura, para verificar se realmente o edifício ou casa suporta o peso”, conclui.

 

 

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