Cultura
Tela de Segall vai à Suiça
Lasar Segall foi um artista lituano que, em 1927, se naturalizou brasileiro. Viveu na Vila Mariana onde mantinha seu atelier e se encontrava com artistas modernistas, intelectuais… Depois de sua morte, em 1957, a residência onde criou sua família e onde mantinha seu atelier foi transformada em Museu, na Vila Mariana.
São 55 anos de um museu que não apenas preserva o acervo de Segall, como garante interatividade com o público, oficinas e cursos de artes, exibições de cinem, atividades com crianças e famílias…
Uma das principais e mais conhecidas obras do acervo é a tela “Eternos caminhantes”, de 1919. A peça já participou de várias exposições pelo mundo e, essa semana, a equipe do Museu informou nas redes sociais que iniciou mais uma jornada rumo ao outro lado do Atlântico. “Desta vez, o destino é a cidade de Basileia (Suíça), onde o quadro será uma das atrações de exposição a ser aberta ao público no próximo dia 22”.
E deram detalhes:
“Organizada pelo Kunstmuseum Basel, o museu de arte mais importante da Suíça, a exposição “Castaway Modernism” terá como foco obras que nos anos 1930 foram classificadas pelo regime nazista como “Arte Degenerada”, numa campanha de perseguição à arte moderna que a removeu dos museus alemães. Milhares de obras de arte foram à época confiscadas e até destruídas.
O evento-símbolo da perseguição à arte moderna empreendida pelos nazistas foi uma grande exposição realizada na cidade de Munique, em 1937, com cerca de 650 obras arrestadas dos principais museus públicos da Alemanha. Intitulada de “Arte Degenerada”, a mostra tinha como objetivo apresentar exemplos de manifestações artísticas condenadas pelo nazismo.
Entre os 112 artistas que tiveram obras exibidas naquela ocasião estavam Marc Chagall, Wassily Kandinsky, Paul Klee, Piet Mondrian e Lasar Segall, que teve cerca de 50 obras apreendidas pelos nazistas. Confiscada, exibida como “Arte Degenerada” e salva da destruição, “Eternos caminhantes” é uma das obras de nosso acervo mais solicitadas para exposições internacionais.
O quadro tem, como os emigrantes que homenageia, uma vida repleta de aventuras dramáticas. Confiscado do Museu da Cidade de Dresden em 1933, ficou desaparecido durante anos, até ser reencontrado em 1954 no sótão de um ex-oficial nazista e em 1958 adquirido pela família Segall, quando veio para o Brasil. Falecido um ano antes, em 1957, Lasar Segall nunca chegou a revê-lo.
De acordo com a equipe do Kunstmuseum Basel, a ideia da exposição em preparo é apresentar obras de artistas modernos que foram rotulados pelos nazistas como “Arte Degenerada” e acabaram consagrados, mas também chamar atenção para o trabalho de grandes artistas banidos pelo nazismo cujo trabalho não é hoje tão lembrado na Europa”.
A equipe do Lasar Segall ainda promete imagens da exposição na Suiça. Acompanhe nas redes sociais:
@museulasarsegall