Siga-nos

Ecourbis

Soltar balões é crime porque gera riscos e prejudica natureza

Publicado

em

Justamente na época mais seca do ano, quando qualquer fagulha pode causar incêndios, a prática ilegal de soltar balões se intensifica pela proximidade das festas juninas.

Mas, é essencial lembrar que se trata de um crime ambiental que pode resultar em cadeia: para quem fabrica, solta ou corre atrás dos balões.

Para combater a prática – que é crime ambiental – e conscientizar a população sobre os graves riscos de acidentes, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) implementa desde o começo de maio um cronograma de combate à soltura de balões. O trabalho preventivo reforça a Operação SP Sem Fogo durante o período de estiagem, que começou em 1º de junho e vai até 30 de setembro.

O capitão do Corpo de Bombeiros Danilo Passaretti explica que o risco provocado por um balão é que nunca se sabe onde ele vai cair. “Ele pode cair em locais que podem iniciar pequenos focos de incêndio e se transformar em um incêndio incontrolável”, explicou.

Os baloeiros estão cada vez mais ousados na hora de confeccionar os artefatos. Em alguns balões de maior porte, há registros de uso de botijões de gás com fogareiros e até mesmo fogos de artifício. Mas, de maneira geral, os mais recorrentes são os balões fabricados com materiais leves e altamente inflamáveis.

O combate visa a impedir a fabricação, o armazenamento e o transporte dos balões, além de monitorar qualquer atividade suspeita relacionada ao risco provocado por artefatos. E denúncias feitas pela população às autoridades desempenham um papel fundamental.

A Polícia Militar Ambiental e o Corpo de Bombeiros promovem ações específicas de educação ambiental para crianças e jovens para que haja uma mudança de comportamento desde cedo. É importante conscientizar o público de que a soltura de balões é um crime que coloca em risco vidas humanas, animais e compromete a biodiversidade.

De acordo com levantamentos da SSP, o número de balões prontos apreendidos em 2022 mais que dobrou em relação ao ano anterior, passando de 55 para 129. Desde 2018, a Polícia Militar Ambiental já localizou e fechou mais de 20 locais utilizados para a fabricação dos artefatos.

Quais os riscos?

Os balões são muito perigosos porque, além do risco de incêndios, podem carregar cangalhas de fogos de artifícios na base e provocar explosões perto de residências, florestas, empresas e veículos. Quando o balão sobe, ele é carregado por correntes de ar e levado para locais imprevisíveis, colocando em risco o tráfego aéreo e milhares de passageiros que voam pelo estado todos os dias. Os balões também ameaçam o meio ambiente e destroem a fauna e a flora quando caem nas matas.

Quem é flagrado soltando balão pode responder ao artigo 261 do Código Penal Brasileiro, que trata da exposição de perigo a embarcações ou aeronaves próprias ou de terceiros, bem como de qualquer ato que dificulte ou impeça a navegação marítima, fluvial ou aérea. Nesse caso, a pena de reclusão varia de dois a cinco anos. Fabricar, vender, transportar e soltar balões também é crime. A pena é de prisão de 1 a 3 anos, ou multa, ou ambas, cumulativamente. Vale ressaltar que crimes ambientais são inafiançáveis.

Advertisement
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados