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Reportagem denuncia desvio de objetos no Terminal Rodoviário do Jabaquara

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Objetos e bolsas entregues ao setor de Achados e Perdidos de um imenso terminal de ônibus urbano são integralmente devolvidos a seus proprietários, quando reclamados? Infelizmente, nem sempre.
Mesmo que uma pessoa honesta leve o objeto encontrado ao setor, ele pode ser furtado pelos próprios funcionários do setor, antes de ser entregue. Foi o que mostrou uma reportagem exibida esta semana pela Rede Bandeirantes, no programa Custe o Que Custar (CQC).
A partir de denúncias de usuários do terminal Jabaquara, a equipe da Bandeirantes levou carteiras e mochilas ao Setor de Achados e Perdidos, com dinheiro dentro delas, mas os valores não eram devolvidos.
A equipe do programa criou diferentes situações. Na primeira delas, um rapaz “perdeu” uma carteira contendo alguns cartões de visita, R$ 60 e um preservativo. Outra pessoa da equipe levava o objeto ao Setor de Achados e Perdidos e o entregava.
Com uma câmera escondida, perguntava aos funcionários: “Não precisa preencher nenhum formulário?” A resposta foi negativa. Horas depois, o suposto proprietário aparecia, descrevia a carteira preta de couro perdida e a recebia de volta. Porém, nem os valores nem o preservativo estavam mais lá. “Pode ser que quem entregou tirou o dinheiro”, explicavam os funcionários.
Depois, um senhor idoso perdeu outra carteira, com R$ 80 e uma receita de remédio controlado para doença cardíaca. Desta vez, a notícia foi ainda pior: os funcionários disseram a ele que nada foi encontrado.
A terceira situação fictícia foi criada com uma menina, de aproximadamente sete anos, que perdia sua mochila escolar. Dentro, brinquedinhos, muitos lápis de cor e R$ 150 dentro de uma “cartinha da vovó”, indicando que o valor seria um “presente”. A mochila foi devolvida, porém o dinheiro havia sumido, assim como parte do material escolar e vários objetos estvam remexidos.
Por fim, a equipe extraviou uma maleta com uma câmera escondida colocada dentro dela, além de um cartaz onde se lia: “sorria”. Posteriormente, as imagens gravadas mostrariam os funcionários do setor abrindo a mala para ver o que havia dentro e espantando-se com o resultado.
Questionados, os funcionários negaram os furtos e disseram que sempre exigem o preenchimento de formulários, quando há dinheiro encontrado dentro do objeto, o que era desmentido pelas imagens. Além disso, apresentaram contradições por dizer que “jamais abrem as bolsas ou carteiras encontradas”.

 

 

 

Administradora diz que afastou funcionários

Procurada pela reportagem do São Paulo Zona Sul, a administradora do Terminal Rodoviário do Jabaquara, enviou uma nota sobre o caso:
A Socicam Terminais de Passageiros, empresa responsável pela administração de 50 Terminais Rodoviários, entre eles o Terminal Jabaquara (São Paulo/SP), informa que teve conhecimento do fato ocorrido envolvendo o setor de Achados e Perdidos por meio da matéria exibida no Programa CQC. Imediatamente foram tomadas medidas administrativas, com o afastamento dos funcionários envolvidos por não estarem seguindo com os procedimentos determinados pela administração.
Tal fato causou espanto aos administradores uma vez que todos os objetos encontrados são cadastrados e ficam à disposição de seus proprietários que são identificados no momento da retirada, quando também é feita a conferência dos pertences. Quando não ocorre a retirada, estes objetos ficam armazenados por até 60 dias e posteriormente são encaminhados para doação à entidades sem fins lucrativos. Este é um serviço tradicional dos Terminais Rodoviários, que sempre primou por qualidade de serviço. Constantemente recebemos cartas de elogios ou agradecimentos pela devolução dos pertences dos usuários de forma integra.
Os serviços disponíveis em todos os empreendimentos administrados pela empresa seguem procedimentos pré determinados que buscam garantir a qualidade e a satisfação do público atendido.
Informamos que o acontecimento exibido recentemente está sendo rigorosamente apurado para que a empresa possa implantar modificações e tomar as medidas cabíveis, se necessário.

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