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Reciclar amplia consciência ambiental

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Há várias formas de aderir à coleta seletiva na cidade. Cada dia mais pessoas vêm percebendo que não “dá trabalho” separar o lixo doméstico em dois: comum e reciclável.

Seja para quem mora em condomínios ou casas, o encaminhamento desse material é bastante simples: pode ser feita por meio do caminhão da coleta diferenciada (recicláveis), em PEVs (Pontos de Entrega Voluntária), contêineres espalhados pela cidade, ecopontos, ou mesmo em estações de reciclagem existentes em pontos comerciais.

Muitos condomínios na cidade já aderiram, com sucesso, à coleta seletiva. Reservaram um espaço pequeno e simples para colocação de um contêiner em que os moradores possam, ao longo da semana, descartar os recicláveis a qualquer horário e, no dia em que a coleta seletiva acontece no bairro, o condomínio se encarrega de transferir o conteúdo para os caminhões da coleta diferenciada.

Condomínio

É assim no prédio onde vivem Carla De Gobbi e seu filho Santhiago, na Vila Mariana. E eles têm orgulho em separar sempre todo o material que pode voltar à economia por meio da reciclagem em vez de perder sua utilidade em aterros.  Até porque eles mesmos ficam impressionados com a quantidade de recicláveis gerada em casa, muito maior que o “lixo comum”.

“Aqui em casa não há desperdício de comida. Se ficamos satisfeitos e há sobra, guardamos para refeições futuras”, conta o jovem estudante Santhiago. Ele afirma que o lixo comum se resume a cascas, sementes, folhagens e outros materiais orgânicos mas em pequena quantidade, já que são apenas duas pessoas na casa. Além disso, o lixo comum têm o que é gerado de lixo no banheiro, papéis engordurados e só. “É muito pouco, especialmente porque passamos pouco tempo em casa”, concorda Carla.

Ainda assim, sabem que a coleta seletiva acontece duas vezes por semana no bairro e sempre se preocupam em enxaguar as embalagens separadas.

O serviço é prestado pela concessionária Ecourbis Ambiental, também responsável pela coleta de lixo comum. Os dois serviços acontecem em datas diferentes. Para saber dia e horário tanto da coleta comum quanto da seletiva, acesse: www.ecourbis.com.br/coleta/index.html

A dupla fica impressionada com a quantidade de materiais recicláveis que é gerado. “São muitas embalagens usadas cotidianamente: enlatados, latinhas de suco ou refrigerante, garrafas pet de bebidas ou mesmo de óleo e vinagre, caixas de leite longa vida, potes de sorvete, molhos e vidros de geleia, compotas diversas”.

Assim, a casa representa muito do que acontece na maioria das famílias brasileiras atualmente: o desperdício é evitado, não se deixam estragar alimentos, e na hora de preparar alimentos os moradores recorrem à praticidade de alimentos de uso cotidiano que vêm em embalagens recicláveis.

“Imagine se a gente não separasse os recicláveis? Todo esse material, que representa a maior parte do que geramos de resíduo, iria para o lixo comum, para o aterro”, observa Santhiago. “Mas é um material muito caro, que temos que nos esforçar para que volte a circular por meio da reciclagem, que se transforme em novas embalagens ou até mesmo em outros produtos”, diz ele.

Aprendizado

Na escola ou em reportagens jornalísticas, eles aprenderam que a reciclagem atualmente gera muitos produtos.

Garrafas pet, por exemplo, podem se transformar em camisetas e várias marcas esportivas, especialmente, já estão recorrendo a esta prática.

Há até calçados resistentes, na atualidade, feitos também a partir das garrafas pet.

Vale destacar que os processos de reciclagem vêm evoluindo ano a ano e mesmo itens que no passado tinham difícil reaproveitamento agora podem também voltar à cadeia produtiva.

Um bom exemplo são as embalagens cartonadas longa vida, citadas pela família, presentes especialmente no leite. O uso se expandiu nos últimos anos e agora há molhos, sucos, cremes e vários outros itens alimentares que se aproveitam da tecnologia que garante preservação dos produtos por longos períodos.

Mas, para isso, as caixas têm diversas camadas, que inclusive mesclam materiais diferentes, como o alumínio e a celulose (papel) em sua composição.

Só como exemplo, vale citar que uma tonelada de embalagem cartonada produz cerca de 700 kg de papel (o que evitaria o corte de 21 árvores).

Atualmente, no processo de reciclagem das caixinhas longa vida há aproveitamento das fibras para fazer desde papel toalha ou novas embalagens do mesmo tipo até palmilhas de sapatos. Também há aproveitamento integral das caixas para confecção de bancos de praça ou mobiliários de boa resistência, telhas, canetas, porta chaves e vários outros itens de longa durabilidade.

De volta à economia

Já o alumínio que compõe essas embalagens pode ser reaproveitado, isoladamente, por indústrias que dão diversos usos a esse material.

“Eu sei também que o Brasil é um dos países recordistas no mundo em reciclagem de latinhas de alumínio, por isso mesmo quando consumimos um refrigerante fora de casa procuro encaminhar corretamente a latinha para que possa ser reaproveitada”, aponta Santhiago.

Ele tem razão. O Brasil reciclou aproximadamente 33 bilhões de latinhas de alumínio em 2021, o que representa 98,7% de reaproveitamento do material produzido ao longo do ano, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas).

Vale destacar que a reciclagem do alumínio no país simboliza duas coisas muito importantes para quem se preocupa em contribuir para a preservação ambiental.

A primeira delas é que esse alto índice de reciclagem, um dos maiores do planeta em alumínio, acontece porque o material tem bom valor de revenda, o que estimula catadores de recicláveis a coletar e vender. Ou seja, não basta uma embalagem ser reciclável – as indústrias precisam valorizar materiais que efetivamente tenham viabilidade financeira de serem reciclados.

Nova geração

A outra é que pelo fato de o alumínio ser infinitamente reciclável, o que impede novas retiradas de bauxita da natureza. O vidro dos potes de geleia e conservas diversas usados na casa de Carla e Santiago muitas vezes sequer vão para a reciclagem, porque acabam sendo reaproveitados para guardar sobras de alimentos, para compotas caseiras ou mesmo para outros usos, como porta objetos e vasos.

Mas, também é outro material que, quando encaminhado para a reciclagem, oferece só benefícios. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Vidro (Abividro), as Embalagens de Vidro podem ser totalmente reaproveitadas no ciclo produtivo da reciclagem do vidro, sem nenhuma perda de material. A reutilização do vidro, para a produção de novas embalagens, consome menor quantidade de energia e reduz a emissão de CO2 e particulados, contribuindo para a preservação do meio ambiente.

E, claro, Santhiago e a mãe hoje evitam impressões e valorizam o uso do meio digital para a comunicação. Mas, todo papel limpo usado na casa, incluindo cadernos e apostilas, vai para reciclagem depois de usados.

“Na minha geração, o uso da impressão já é algo mais raro, eventual. Mas quando necessário, temos a preocupação de usar os dois lados do papel e de encaminhar tudo para a reciclagem, incluindo revistas e jornais”, relata.

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