Siga-nos

Urbanismo

Quando a fiação da zona sul será aterrada?

Publicado

em

Já se vão 16 anos desde que a Prefeitura paulistana aprovou uma lei para incentivar e acelerar a fiação aérea na cidade. Além de deixar a cidade mais feia, esconder seus patrimônios históricos e comprometer a estética e visbilidade de qualquer fachada ou letreiro comercial, a fiação exposta ainda traz problemas de segurança. E mais: ultimamente tem sido alvo fácil para ladrões que vendem os cabos de cobre e vandalizam

Ainda é possível falar nas quedas de energia em dias de chuvas e ventos fortes, da instabilidade de redes de tv a cabo e internet… Em países europeus, é raro encontrar fiação aérea já há muitas décadas.

Mesmo em países latino-americanos, muitas cidades – como Buenos Aires, capital argentina – não têm tanta fiação exposta em postes como o Brasil.  Na verdade, desde que a lei foi aprovada em 2006, a situação só piorou, com o aumento das redes de telefonia e fibra ótica.

Em setembro de 2017, ou seja, há cinco anos, a Prefeitura anunciava que aceleraria o aterramento da fiação em alguns bairros selecionados – a maioria na região central da cidade, algumas grandes avenidas como a Bandeirantes e em bairros nobres onde o comércio se cotizava para garantir o aterramento. Vila Mariana, Saúde, Cursino, Ipiranga estavam todos fora do planejamento divulgado.

No início de Setembro, a Prefeitura de São Paulo voltoui ao tema ao anunciar a conclusão do enterramento de fios no perímetro do Museu do Ipiranga. O processo teve início em junho e foi encerrado na semana em que se comemora o bicentenário da Independência do país. Ao todo, a extensão do enterramento foi de 4,06 km e retirados cerca de 260 postes das vias na região. Ficou apenas a fiação do sistema de trólebus na avenida Nazaré.

A Prefeitura também divulgou que a conversão da fiação em redes subterrâneas vai atingir, até o final de 2024, 12 regiões da cidade de São Paulo, divididas em clusters, sendo dez na região central e duas em Pinheiros, na Zona Oeste. Essa ação faz parte do Programa SP Sem Fio, que prevê o enterramento de 65,2 km de redes aéreas e a retirada de 3.014 postes em 170 vias da cidade, nesse prazo.

O programa conta com a parceria com a Enel – Distribuição São Paulo, no que se refere a distribuição de energia elétrica, São Paulo Transporte S/A (SPTrans), para interferências com ônibus elétricos denominados trólebus, a Coordenadoria de Gestão da Rede Municipal de Iluminação Pública (Ilume) e a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp).

No Bairro do Ipiranga, além do entorno do Museu no Ipiranga, começou essa semana também o enterramento de fios na Avenida Dom Pedro I, totalizando 4,7 km. A obra tem previsão de durar um mês. As vias beneficiadas serão: Av. Dr. Ricardo Jafet; Rua Vasconcelos Drumond; Rua Tabor; Rua Tamboatá; Praça do Monumento; Av. Teresa Cristina; Rua Bom Pastor; Rua Leais Paulistanos; Rua dos Sorocabanos; Rua dos Patriotas; Av. Nazaré; Rua Padre Marchetti; Rua Xavier de Almeida; Rua Moreira e Costa; Rua Moreira de Godói; Rua Armorial; Rua Pouso Alegre; Rua Paulo Bregaro; Rua Ranulfo Pinheiro; Rua Benjamin Jafet; Av. Dom Pedro I; Rua Lima Barreto; Rua da Independência e Rua Alm. Pestana.

Programa  SP em fio

Os trabalhos de enterramento das redes aéreas tiveram início em outubro de 2017 na região da Vila Olímpia e entorno, e realizada a supressão dos postes, totalizando 15 vias, o que corresponde a 4,2 km. Segundoa Prefeitura, os serviços de enterramento foram concluídos em vários bairros paulistanos. Até o momento já foram 14,71 Km e estão em andamento 24,22 km.

No Bom Retiro são 14 ruas (como a José Paulino e entorno, Silva Pinto, Ribeiro de Lima, Aimorés e Carmo Cintra), totalizando 30 km de cabos enterrados e 101 postes removidos, onde as redes de energia já estavam enterradas.

Na Bela Vista, outras 12 vias tiveram o enterramento concluído da rede elétrica e telecomunicação. Foram beneficiadas a Avenida Brigadeiro Luis Antônio, rua Francisca Miquelina, rua Genebra, rua Santo Amaro, rua Japurá, rua Abolição, rua Major Diogo, rua São Domingos, rua Ricardo Batista, rua Aguiar de Barros, rua Praça Craveiro Lopes e rua Conselheiro Ramalho.

Na Consolação, com 20 vias e na região da 9 de julho, com 22 vias, a conclusão se dará com o enterramento da fiação da iluminação pública feita pela Ilume. Ao todo, serão 580 postes em 20 km de extensão. Nos bairros de Higienópolis, Santa Cecília e Santa Efigênia, o enterramento dos fios da Enel já foi concluído e o próximo passo é a retirada dos cabos das empresas de telefonia. No perímetro da Alameda Santos, o programa Sem Fio está em andamento, com previsão de conclusão em dez meses.

Advertisement
1 Comentário

1 Comentário

  1. Jo Pereira

    9 de maio de 2023 at 15:07

    As cidades brasileiras infelizmente são uma gigantesca bagunça… A maioria não possuem linhas de metrôs, VLT’s, bondes, transporte em balsas, barcos ou trens além de muitas ruas serem de chão batido ou calçamento mal feito… Asfalto parece até que é coisa só de capital ou cidade grande… O que fazem os trânsitos serem caóticos; uma manifestação política para praticamente todas as cidades brasileiras por dependermos exclusivamente de ônibus, taxis ou carros próprios… As cidades brasileiras não tem saneamento básico e a fiação é toda exposta o que faz com que qualquer chuva forte cause apagões por causa de quedas de árvores nos fios elétricos e alagamentos por causa dos esgotos a céu aberto jogados nos próprios rios que a população usa pra consumo e até mesmo pra tomar banho…, e até o gás não é encanado, o gás é distribuído desde os anos 50 em Botijões de gás de 13kg o que aumenta o custo do gás para nós…. A real é que isso é uma característica muito forte em países subdesenvolvidos em todo o hemisfério sul… Tudo isso causam problemas de saúde nessas populações e encarece tudo relacionado a serviços e comércio… Uma solução bem prática é a regularização das cidades brasileiras…. Leis que obriguem o saneamento básico, tratamento das águas, encanamento do gás, construção de calçadas e ruas padronizadas, aterramento da fiação de energia elétrica, internet e tv à cabo e licitações para transportes públicos através de bondes, metrôs, barcos, balças e VLT’s… Ou seja começar tudo do zero… As cidades brasileiras são feias porque não são regularizadas, cada um que se vire como puder…Existe um conceito muito bonito na Europa, partes da Ásia, partes da Oceania e em parte das Américas que é o conceito de cidade jardim… Cidades voltadas para o transporte coletivo e bem arborizadas e floridas onde a prioridade é o pedestre… Se existisse isso no Brasil muita gente estaria viva hoje em dia porque o que mais tem nesse país é gente doida dirigindo alcoolizada ou drogada… Fico imaginando o que os jornais da tv brasileira iriam exibir se resolvessem esses problemas, até a televisão ia ser outra coisa… Aqueles jornais da Record e Band estilo cidade alerta, Datena, não iam ter nem o que exibir.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados