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Qual a relação entre lixo e a conta de luz?

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lixo e conta de luz

Quando falamos em meio ambiente é essencial entender que há uma cadeia de eventos que explicam vários dos problemas enfrentados pela humanidade na atualidade.

Se a própria pandemia de Covid é resultante da agressão à natureza, aproximação de animais silvestres à vida urbana e social, o mesmo se pode avaliar das alterações no clima, eventos adversos como furacões mais intensos ou tsunamis, erosões, fome, pragas, poluição…

Todas essas situações, resultantes da falta de cuidados com a natureza, por sua vez trazem novas consequências ao ser humano: doenças, perda da qualidade de vida e altos custos financeiros.

Esse encadeamento de problemas pode ser exemplificado, na atualidade, pelo aumento da conta de energia elétrica que os brasileiros enfrentarão a partir de julho.

A Agencia Nacional de Energia Elétrica já estabeleceu que as tarifas serão baseadas no patamar 2 da Bandeira Vermelha. E mais: houve reajustes nessa tarifa que já é alta e novos aumentos podem ser anunciados nos próximos meses. O valor vai aumentar 52%, de R$ 6,243 para R$ 9,49 para cada 100 quilowatts-hora consumidos, no patamar 2 da bandeira vermelha. Em São Paulo, o reajuste para cliente residenciais é de 11,3% e já está em vigor.

Mas, qual a relação entre o custo da energia elétrica e a preservação ambiental? E com a geração de lixo cotidiana dos brasileiros? E, principalmente, o que podemos fazer para modificar o cenário futuro?

Entenda a correção entre geração de energia e lixo:

Água e energia

A primeira relação a ser destacada é entre a seca e a geração de energia no país. Como as chuvas estão abaixo do nível esperado, as usinas hidrelétricas – principal matriz energética do país – estão gerando menos energia e esse descompasso entre consumo e produção faz com que os custos aumentem. As termelétricas precisam ser acionadas, com custo bem maior no processo de geração de energia.

Mas, por que está chovendo menos? Os eventos climáticos estão diretamente relacionados à ação do homem sobre o meio ambiente.

As queimadas intensas na Amazônia, por exemplo, comprometem a circulação de massas de ar quente para a região Sudeste e Centro Oeste, comprometendo o nível das chuvas.

Vale ainda ressaltar que a água é outro bem escasso, mesmo no Brasil que detém a maior reserva de água doce no planeta.

Produção e consumo

Água e energia são fundamentais não apenas para o cotidiano das famílias, para uso doméstico. São essenciais também para a produção industrial e para o agronegócio, incluídos aí a pecuária e a agricultura.

A água, aliás, é muito mais usada na indústria e no agronegócio do que na vida doméstica residencial, diretamente.

Mas, o que significam esses dados? De qualquer forma, a produção é destinada ao consumo residencial e individual.

Assim, o consumo de água e energia são, em última análise, responsabilidade do consumidor.

Consumir é necessário, o desenvolvimento é inevitável e a sociedade precisa gerar empregos e produzir alimentos para uma população mundial que não para de crescer.

Mas, o conceito de sustentabilidade está em encontrar um equilíbrio entre a produtividade e a proteção. Conseguir desenvolvimento com preservação ambiental é o desafio maior da sociedade moderna.

Lixo

O lixo que geramos diariamente – mesmo aquele que não enxergamos – deve ser o símbolo maior dessa busca de equilíbrio. Por que?

Tudo aquilo que descartamos foi produzido com uso de energia e água, consumindo recursos naturais.

As perguntas cotidianas, portanto, devem ser: por que este item está sendo descartado? O descarte poderia ter sido evitado? Eu poderia ter evitado o desperdício? Reaproveitado essas embalagens?

Em última instância, o material levado para casa embalando os mais diversos itens deve ser encaminhado não para os aterros sanitários e sim para centrais de triagem de recicláveis.

Papel (limpo), metais (latinhas de alumínio e ferro, por exemplo), plástico (garrafas pet, potes, embalagens, descartáveis) e vidro devem ser encaminhados para que voltem ao círculo de consumo por meio da reciclagem.

Para tanto, é importante lembrar, a capital conta com serviço de coleta seletiva e pontos de entrega voluntária.

Nas Zonas Sul e Leste da capital, o serviço é prestado pela concessionária Ecourbis Ambiental.

Para saber a data e o horário em que o serviço é prestado em sua rua, basta acessar o site da concessionária. Ali, uma ferramenta simples indica tanto o horário da coleta tradicional quanto da seletiva, ao indicar o CEP de onde mora. Acesse: www.ecourbis.com.br/coleta/index.html.

E o que seria o “lixo que não enxergamos”? São os resíduos gerados na própria indústria – seja na produção, no transporte ou no descarte no ponto de venda.

A moda é um grande exemplo: retalhos desperdiçados no processo produtivo acabam no lixo comum e ainda são pouco reciclados ou reaproveitados.

Transporte

Uma visão completa sobre a questão do consumo de energia e geração de lixo também inclui a preocupação com gasto de combustível e os custos com transporte.

Consumir de produtores locais, por exemplo, é uma decisão inteligente que, além de representar fomento à economia regional e consequente melhoria da qualidade de vida em seu entorno, também significa menor gasto de combustível e custos de transporte.

A questão do transporte também está relacionada à destinação final dos resíduos. Quando colocamos sacos de lixo – reciclável ou não – para fora de casa, pouco refletimos sobre como ocorre o processo.

O lixo doméstico é levado por caminhões que, como todo veículo que transporta da fábrica ou do campo nossos produtos de consumo, usam combustível fóssil e poluente.

Os resíduos são levados até uma unidade de transbordo e, de lá, carregados por jamantas de maior capacidade até os aterros sanitários.

Evitar a geração de lixo, portanto, e paralelamente, estar atento aos excessos de consumo levam a menor gasto de combustível e gasto de energia.

Alternativas

O alto custo da energia elétrica nos próximos meses pode ser, portanto, um momento de reflexão e de busca por novos hábitos. Estar atento à luz acesa sem necessidade, aos equipamentos ligados em “stand by” e reduzir o tempo de uso de equipamentos que demandam o uso da energia, como o ferro elétrico, concentrando as roupas a serem passadas ou mesmo reduzindo o volume delas.  Da mesma forma, a lavadora de roupas pode ser acionada menos vezes por mês, reutilizando roupas pouco usadas – em especial nesses tempos de home office.

Reduzir a duração dos banhos com chuveiro elétrico faz com que o gasto de energia seja menor, bem como o de água.  Outra dica importante é tentar usar o chuveiro em horários mais quentes, de forma a reduzir a temperatura.

Preste atenção à geladeira e mantenha o nível de temperatura adequado a essa época do ano. Fique atento à quantidade de alimentos armazenados e evite o desperdício deles e a consequente geração de lixo.

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