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Urbanismo

Próximos temporais vão provocar apagões?

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Guatás, Piassanguaba, Ituxi, Salvador de Esdras, Itacira… No apagão que atingiu 2,1 milhões de residências e estabelecimentos comerciais na última sexta-feira, 3 de novembro, a demora no processo de religamento da rede foi ainda mais problemático para pessoas que vivem nesses endereços. Ali, a luz demorou cinco dias para voltar. Em várias outras vias, foram 48, 60, horas, ou até mais. E, depois do restabelecimento, várias novas quedas de energia foram registradas, mesmo com tempo firme, sem registro das chuvas intensas que haviam provocado a queda de centenas de árvores pela cidade, com a consequente derrubada de fiação, levando ao apagão.

Pela internet, moradores e comerciantes de Mirandópolis, Planalto Paulista, Vila Mariana, Bosque da Saúde e vários outros endereços relatavam histórias de alimentos que estragavam, idosos que não conseguiam sair de seus apartamentos por viverem em andar alto e o prédio não contar com gerador, pessoas com remédios também estragando pela falta de refrigeração. Vários restaurantes, lojas e até shopping centers ficaram fechados, com prejuízo incalculável. Sem falar nas escolas fechadas, deixando crianças sem aula e sem merenda.

Paralelamente, várias notícias sobre o atendimento da concessionária Enel se sobrepunham: redução do número de funcionários e equipes nos últimos anos, aumento impressionante do tempo de atendimento de demandas em dias normais (que foi de média de 13h para 18h por pedido), cancelamento de serviços de atendimento ao consumidor (como o serviço SMS), mas crescimento do lucro registrado pela empresa em seus balanços bem como maior número de clientes na rede. E, na última semana, os resultados desse quadro foram a demora excessiva e o registro, por equipes da TV Globo por helicópteros, de caminhões de manutenção parados em seus estacionamentos enquanto a população registrava mal ver equipes pelos bairros que estqavam na escuridão.

O Jornal São Paulo Zona Sul procurou a Enel para que respondesse a algumas questões, mas a empresa não se pronunciou.

Entre os questionamentos, o jornal quis saber se a empresa está de alguma forma preparada para o caso de dois ou mais temporais seguidos. Afinal, nessa última ocorrência, apesar do tempo seco e aberto por uma semana seguida, não conseguiu atender todas as demandas.

Também perguntamos sobre planos. A concessão da empresa vai até 2028. Se há intenção de renovar, quais seriam suas principais metasem termos de investimentos para os próximos 4 anos? Os balanços recentes também mostraram investimento menor do que o inicialmente previsto.

A dificuldade de contato com a empresa foi outro ponto abordado. Os moradores que ficaram sem energia sequer eram atendidos e, quando eventualmente conseguiam, não havia previsão, para que pudessem se programar, fazer planos para as infindáveis horas sem energia elétrica.

Foi desativado, por exemplo, um serviço de previsão por SMS que já foi considerado bem eficiente. Mas nos últimos tempos vinha apenas anunciando “pedido anotado” e não oferecendo prazos para restabelecimento da energia.

Durante a crise da última semana, a Enel orientava a visitar o site da empresa, mas muitas pessoas sequer tinham sinal de celular ou bateria. O site estava sobrecarregado e muitso consumidores diziam que não funcionava. Vale destacar que nos próximos anos as chamadas “linhas fixas” devem ser totalmente substituídas por linhas VOIP, que dependem de energia elétrica. Como a empresa pretende melhorar essa comunicação e oferecer previsões concretas de restabelecimento? Também não houve resposta.

A Enel se limitou a enviar uma nota, informando que restabeleceu a energia para a maioria dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira.

Alegou que o vendaval que atingiu a área de concessão foi o mais forte dos últimos anos e provocou danos severos na rede de distribuição. A companhia diz ter colocado quase 3 mil profissionais nas ruas que seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e normalizar o fornecimento para quase a totalidade dos clientes até esta terça-feira.

Por fim, defendeu que, devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a recuperação ocorreu de forma gradual. Em atuação conjunta com Corpo de Bombeiros, Prefeitura e outras autoridades, a companhia tem priorizado os casos mais críticos, como serviços essenciais. A Enel São Paulo seguirá com a mobilização total dos profissionais e reforço em várias frentes, como call center e operação de campo. A companhia orientou que os clientes acessem os canais digitais da companhia para abrir chamado de falta de luz, por meio do app Enel São Paulo e agência virtual do site www.enel.com.br.

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