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Urbanismo

Projeto viário incompleto gera queixas no Jabaquara

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As obras geraram expectativas – positivas e negativas – por muitos anos. Décadas até, já que vem dos anos 1970 as primeiras discussões sobre a necessidade de criar alças de acesso ao viaduto Mateus Torloni, que liga o Jabaquara ao recinto de exposições existente do outro lado da Rodovia dos Imigrantes, que gerou até desapropriações e expulsou famílias do bairro em duas ocasiões, no passado.
Mas, só agora os trabalhos estão sendo concluídos e ainda assim geram queixas da vizinhança. A obra só acabou sendo executada após a concessão do recinto de exposições e área envoltória, que pertencem ao Governo do Estado e agora estão se transformando em um grande complexo, com espaço não apenas para feiras e exposições, como também para congressos e outros eventos.
O SP Expo é comandado por uma empresa francesa,a GL Events, vencedora da disputa lançada pelo Estado em 2013, e que vem readequando, modernizando e ampliando o espaço. O SP Expo já é o maior centro de exposições do país e as obras continuam.
Por conta da amplitude do espaço, a empresa foi também obrigada a garantir a execução de um projeto viário ao redor, para absorver o impacto enquanto pólo gerador de tráfego.
Este trabalho está na fase final, mas várias falhas têm gerado preocupação na vizinhança. Um morador da Cidade Vargas conta que as tampas de galerias subterrâneas estão mais altas que o asfalto, no solo. “Chegam a ter cinco centímentros de ressalto”, observa. “Acredito que pretendiam colocar uma camada a mais de betume, mas parece que desistiram”.
Ele também cita que no final da recém construída pista que sai da Imigrantes para a Cidade Vargas, há também desníveis no asfalto recém implantado.
Outro leitor aponta para a pista de acesso do viaduto para a Imigrantes, mas no sentido inverso, litoral-capital, que já existia. Ali, há muitos buracos e a circulação de caminhões e carros continua intensa e prejudicando ainda mais o solo. Ele também aponta problemas similares na nova pista que dá acesso ao novíssimo Centro Paralímpico, recém inaugurado ao lado do SP Expo, e à delegacia ali existente (97 DP)
De acordo com o SP EXpo, as obras serão concluídas nos próximos 30 dias, se o tempo colaborar. Caso a chuva seja constante, pode prejudicar os prazos. Segundo a empresa, os acessos ao Centro Paralímpico estão com a obra em andamento. Mas ressalva que é neste local que existe a maior movimentação de terra e, por isso, onde há o maior risco de as chuvas atrapalharem o andamento.
A GL Events acredita que as obras estarão concluídas e a circulação pela região normalizada antes da realização das Paralimpíadas escolares, que acontecem a partir de 25 de novembro, no Centro Paralímpico.
Árvores
Outra polêmica recente com a vizinhança do viaduto aconteceu por conta da remocão de árvores que existiam no terreno localizado na esquina do Mateus Torloni com a Rua Santa Antília.
Muitos daqueles exemplares foram plantados por estudantes da região e a comunidade local tinha relação muito próxima e de carinho com o terreno repleto de verde.
A vizinhança ficou chocada em ver muitas árvores sendo cortadas em vez de transplantadas. Mas, através do diálogo com equipes que realizavam o trabalho no local, foi possível negociar o replantio de algumas delas no próprio local, em área onde não passam as pistas de acesso ao viaduto. As árvores agora já garantem um visual mais ameno ao novo complexo viário.
Histórico
O viaduto Mateus Torloni foi construído, basicamente, para garantir o acesso da área urbanizada da cidade a um “pedaço” do Parque do Estado que era ocupado pela Secretaria da Agricultura, antigo Recinto de Exposições da Água Funda (atual SP Expo), Batalhão de Polícia Militar e delegacia.
Na década de 1970, casas foram desapropriadas e demolidas, as famílias expulsas do bairro, sob a explicação de que seriam construídas alças de acesso da Imigrantes ao viaduto, no sentido capital Litoral. Entretanto, a obra nunca saiu do papel.
Em 2007, a Prefeitura decidiu que o acesso à Cidade Vargas e ao viaduto deveria acontecer não onde já haviam sido demolidas as casas, mas em trecho anterior ao viaduto. Resultado: novas desapropriações.
As obras tiveram início, porém a empresa vencedora da licitação desistiu de concluí-la e a pendência judicial permaneceu até o ano passado, quando ficou decidido que a alça seria concluída dentro do projeto viário a ser executado pela GL Events enquanto pólo gerador de tráfego.

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