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Esporte

Projeto de construção de novos centros olímpicos na cidade não saiu do papel

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Se em quatro anos a cidade não conseguiu nem estruturar unidades para treinamento, como fica a formação de atletas?

Os britânicos estão fazendo bonito nas Olimpíadas e não é só na organização, já que o evento está acontecendo lá, em Londres. Até a noite de ontem, eles continuavam em terceiro lugar entre os países participantes, perdendo apenas para Estados Unidos e China, duas nações muito mais populosas, e haviam abocanhado nada menos que 52 medalhas, sendo 25 de ouro! E o Brasil, como se sairá nos próximos jogos, que vão acontecer no Rio de Janeiro daqui a quatro anos? Será que estamos investindo em nossos jovens atletas para que desempenhem um bonito papel em 2016?
Aqui em São Paulo, a Prefeitura havia anunciado que investiria pesado em esportes, especialmente na formação de novos talentos esportivos. Para isso, a Agenda 2012, documento que estabelece as metas a serem cumpridas pela atual gestão, prometia que seriam construídos novos quatro centros olímpicos na cidade, além de uma Vila Olímpica completa. A reforma do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, localizado na Vila Clementino, foi outra promessa. Mas, quem consulta o andamento das metas, em site disponibilizado pela própria Prefeitura na internet, vê que nenhuma das propostas se concretizou.
A reforma da pista de atletismo e do gramado do campo de futebol foram efetivamente feitas, mas a renovação das arquibancadas ainda está em andamento.
A formação de novos quatro centro olímpicos em diferentes regiões da cidade facilitaria o acesso a jovens atletas, que não teriam de se deslocar pela cidade para poder treinar cotidianamente. Só que até agora nenhum deles saiu do papel – o relatório mostra que todos têm localização definida e projeto pronto, mas não há previsão concreta de funcionamento.
Na verdade, os centros olímpicos foram planejados em unidades esportivas já existentes na cidade. Ou seja, a Secretaria Municipal de Esportes pretende adequar clube municipais, transformando-os em Centros Olímpicos. Estas quatro unidades serão o Clube Escola Santo Amaro (zona sul), o Clube Escola Vila Manchester (zona leste), Clube Escola Pirituba (zona oeste) e o Clube Escola Vila Maria (zona norte). Segundo a Seme, eles serão transformados em polos de captação de atletas e de desenvolvimento do esporte olímpico.
A Secretaria admite que ainda não estão prontos, mas diz que o projeto está em andamento. “As quatro unidades já receberam ou estão recebendo reformas em sua estrutura física, para se adequar a prática das novas modalidades e da nova realidade de treinamentos”, disse, em nota. Segundo a EME, o próximo passo é iniciar os processos de chamamento público para a contratação dos profissionais técnicos que ministrarão as aulas.
Atualmente, a cidade conta com 39 espaços públicos que oferecem treinamento gratuito em 13 modalidades olímpicas, mas os alunos que se destacam na atividade escolhida só podem ser encaminhados para preparação em alto nível no Centro de Treinamento de Pesquisa (COTP) da Vila Clementino. Ou seja, se um jovem de baixa renda, morador de outro extremo da capital apresenta talento em algum esporte, terá dificuldades para atravessar a cidade e vir treinar, com a frequência que a formação de um atleta exigiria. Fica a pergunta: estamos formando atletas de ponta para o futuro?
A própria presidente Dilma Roussef admitiu, durante a abertura das Olimpíadas de Londres, que o Brasil precisa investir pesado na formação de esportistas em modalidades individuais, para melhor performance no quadro de medalhas. Em quatro anos, a cidade não conseguiu nem estruturar o espaço físico para treinamento dos atletas. Nos próximos quatro, formaremos talentos esportivos?

 

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