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Urbanismo

Primeiro parklet da região é inaugurado no Paraíso

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É uma minipraça, uma extensão da calçada. Um espaço para que o paulistano reaprenda a ocupar as áreas públicas para curtir a cidade, para reaprender que nem tudo deve ser pensado para os carros. Assim é o parklet, uma proposta urbanística que já existe em outras cidades do mundo e está sendo implantando em São Paulo.
Esta semana, o prefeito Fernando Haddad esteve na Vila Mariana para inaugurar o segundo do gênero na capital e o primeiro na região. “De agora em diante, quero só inaugurar em blocos de dez”, brincou o prefeito, ao ser questionado sobre a ainda reduzida velocidade de implantação dos parklets. “As pessoas ainda não entendem como funciona, mas aos poucos a ideia vai se propagar”, disse ele, prevendo que no próximo ano talvez uma centena deles surja nas ruas de uma só vez.
Os parklets são instalados e mantidos pela iniciativa privada que, como patrocinadora, implanta placas de publicidade discretas no empreendimento. A Prefeitura precisa apenas aprovar o endereço e o projeto, em cada caso (veja ao lado).
Este da Vila Mariana foi implantado pelo Instituto Mobilidade Verde, na esquina das ruas Doutor Oscar Porto e Abílio Soares, com patrocínio da construtora Cyrela. Ocupa o equivalentee a duas vagas de automóvel e traz vários bancos. “Pensamos que o local tem feira aos domingos e esta pod ser uma boa área para a população aproveitar, comer um pastel, tomar um caldo de cana”, disse Lincoln Paiva, presidente do Instituto Mobilidade Verde e um dos principais entusiastas da ideia.
Há floreiras, vários bancos, mesas – algumas deles contam até com guarda-sóis.Mas cada parklet terá seu modelo. Podem haver aqueles que privilegiam o exercício físico, com equipamentos de ginástica, por exemplo. A ideia é criar espaços para lazer, recreação, atividades físicas leves ou até manifestações artísticas, mas sempre de forma aberta, pública, sem restrição do uso.
O parklet da Vila Mariana, além da feira, conta com outra atração – fica em frente à Tenda do Nilo (Rua Oscar Porto, 836), um pequeno restaurante de comida árabe bem tradicional da cidade.
O prefeito ainda destacou que os parklets se inserem em um conceito mais amplo, de tornar a cidade sustentável. “Queremos uma cidade com artistas de rua, carnaval de rua, praças de Wi-Fi, coleta seletiva incentivada, ciclofaixas, faixas de ônibus priorizando o transporte coletivo”, exemplificou. Haddad avalia que o processo levará a uma mudança de mentalidade. “Não se muda da noite para o dia, leva tempo”, avaliou. Haddad ainda apontou que, em cidades como Nova Iorque, nos Estaados Unidos, algumas mudanças também geraram resistência e desconfiança. Mas, aos poucos, a valorização aconteceu e a percepção dos aspectos positivos tmbém.
A visita à instalação foi também acompanhada pelos secretários municipais de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, e de Relações Internacionais e Federativas, Leonardo Barchini, além do subprefeito de Vila Mariana, João Carlos da Silva Martins.

 

 

Como pedir ou patrocinar um parklet na cidade?

Mais de cem parklets devem se espalhar pelas ruas da cidade no ano que vem. Pelo menos é o que acredita o presidente do Instituto Mobilidade Verde, Lincoln Paiva. “São empresas de todos os tipos interessadas, desde grandes a pequenos comércios”, disse. Para ele, a divulgação da iniciativa é fundamental não só para que mais pessoas saibam exatamente do que se trata, mas para que os custos sejam barateados. O parklet da Vila Mariana custou cerca de R$ 40 mil.
A instalação dos parklets poderá ser de iniciativa da administração pública ou de qualquer munícipe (pessoa física ou jurídica). Os custos referentes à instalação, manutenção e remoção do parklet são de responsabilidade exclusiva do mantenedor. A proposta deverá atender às normas técnicas de acessibilidade, diretrizes estabelecidas pela Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) e pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU).
Entre as restrições estão, por exemplo, a instalação de parklets em locais onde haja faixa exclusiva de ônibus, ciclovias ou ciclofaixas, ou em vias com limite de velocidade acima de 50 km/h.
O decreto que regulamenta os parklets, de número 55.405, foi assinado no dia 16 de abril de 2014 pelo prefeito Fernando Haddad.

 

 

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