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Política

Presidência pode alterar rumos na região?

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Militância discutiu preferências, não projetos de governo

A internet ganhou destaque nessas eleições. Mas, não como ocorreu nos Estados Unidos, onde a comunicação direta estabelecida entre a campanha Obama e o eleitorado representou proximidade e modernidade. Aqui, o que se tornou uma praga foi o envio de emails, correntes, com informações falsas e distorcidas, misturadas a outras que pouco diziam sobre a proposta de candidatos. Oponentes disparavam entre si textos que dificilmente mudariam a opinião de interlocutores de opiniões já formadas, que acabavam respondendo com outras acusações também infrutíferas.

Na região, até a Rede Jabaquara, um grupo formado por lideranças comunitárias diversas, acabou infestada pelos emails de cunho político-partidário, tornando necessária a mediação. Ali, o exemplo foi bem claro: ninguém parecia mudar de opinião pelos textos recebidos. Ao contrário, encarava-se como provocação e respostas eram dadas. Além disso, muitos integrantes refutaram o uso político que apenas alguns dos participantes vinha fazendo. A partir da mediação, a rede voltou a ser um meio de busca de informações úteis: uma das usuárias descobriu para onde deveria encaminhar as muitas garrafas cheias de óleo de cozinha usado de que dispunha em casa…

Interessante também perceber que não há o mesmo afinco nas discussões sobre propostas e posturas de candidatos ao legislativo. Será que os eleitores realmente sabem que projetos pretendem apresentar aqueles candidatos a deputado estadual, federal ou senador em que votaram? Vale lembrar que  presidente “executa”, mas quem define leis são eles, os parlamentares.

Não se pode deixar de apontar a participação da imprensa, que parece sempre se interessar mais pela “briga” do que pelo “debate”, oferecendo pouco espaço para o plano de governo apresentado pelos candidatos.

Em uma eleição como há tempos não se via no Brasil, as agressões tomaram conta do horário eleitoral. Na troca de acusações, sobrou pouco espaço para propostas concretas e discussões práticas, na campanha presidencial. O brasileiro vai às urnas no domingo, 31, para definir quem irá ocupar o cargo máximo do país pelos próximos quatro anos: se Dilma Roussef, do PT, ou José Serra, do PSDB.

Tanto em debates quanto no horário eleitoral, os candidatos fizeram muitas críticas aos adversários e muitas promessas. Mas, pouco falaram sobre pontos específicos. Um dos pontos que deixou de ser tratado com a devida atenção é a preparação do país para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas, tarefa que promete ser bastante ingrata para qualquer um dos candidatos, caso eleito. Mesmo nos debates da disputa para o governo do Estado, em primeiro turno, esses temas não foram abordados com a seriedade que mereceriam

O Aeroporto de Congonhas será ampliado? E o de Guarulhos? Haverá transporte suficiente para ligar os aeroportos à região central das cidades? Como aproveitar o incremento do turismo para beneficiar a cidade, o estado, o país? Como garantir que haja mais segurança para os visitantes? Que investimentos serão feitos na formação de profissionais que atuarão nesses dois importantes eventos, que prometem mexer com a cidade? Tudo isso sem falar no mais espinhoso dos assuntos: haverá jogos da Copa do Mundo em São Paulo? Onde? Quem financiará o mega estádio solicitado pela Fifa e que uso prático terá esse equipamento passados os pouquíssimos jogos internacionais ali promovidos?

O país tem coisas mais importantes a se preocupar? Certamente, mas o fato é que se candidatou a Copa e às Olimpíadas e, tanto situação quanto oposição festejaram a escolha do Brasil como sede. Parece que a busca pelo consenso fica em segundo plano nessa disputa pelo poder.

E no caso das Olimpíadas, especialmente, vale destacar que muito pouco se tem falado sobre a formação dos atletas, o que traria inúmeros benefícios sociais. O investimento em esporte parece merecer pouca atenção de políticos e eleitores, pouco investimento do poder público. O Brasil não apenas teria melhor desempenho nos jogos como também poderia colher os benefícios do incentivo à prática esportiva junto a crianças e jovens.

Na região, a ideia de se construir uma cidade olímpica nunca saiu do papel, o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa tem melhorado, mas ainda falta muito para que se torne um pólo de formação de atletas profissionais de ponta.

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