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Meio ambiente

Prefeitura ignora árvores com risco de queda

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Em 30 de abril, foi publicada no Diario Oficial do Município a autorização para que a Subprefeitura de Vila Mariana faça a remoção de uma árvore que apresenta risco de queda na Rua Pedro de Toledo, número 967, na Vila Clementino. Em 3 de junho, outra decisão similar: a árvore existente na Rua Luis Augusto de Campos, em Mirandópolis, também deveria ser cortada pois, ali, apenas um cabo de aço impede que ela caia sobre casas da via.

São duas tragédias anunciadas, já que a cidade tem registrado casos de estragos e até mortes causadas por quedas de árvores. No recente temporal, marcado por fortes ventanias, um jovem morreu dentro do carro após ser atingido por uma imensa árvore.

Vale ainda destacar que a Prefeitura divulgou, no ano passado, que implantara um programa de prevenção a quedas de árvores. O foco seria justamente executar podas e remoções de exemplares em situação de risco. No entanto, denúncias feitas por moradores da região mostram que, na prática, essa prevenção não tem sido feita nem em casos já constatados.

Vila

A árvore no final de uma pequena vila em Mirandópolis tem preocupado os moradores há tempos. Eles já haviam feito a denúncia à Subprefeitura, sem conseguir resposta.

O Jornal São Paulo Zona Sul vem informando a Subprefeitura desde abril, mas enfrentou igualmente questionamentos e burocracia. Apesar de a árvore não estar localizada em frente a nenhum imóvel – o que significaria a necessidade de o pedido ser feito, em tese, pelo proprietário dessa casa – inicialmente o órgão ficou insistindo na necessidade de ter o nome de um morador para registro da reivindicação. Mas, mesmo com o risco de queda iminente?

Finalmente, fomos informados de que o pedido seria registrado. A matéria mostrando o problema foi publicada no início de maio, mas nenhuma atitude foi tomada até que, duas semanas depois, moradores foram até a Subprefeitura com o recorte do jornal.

Outra resposta foi, então, encaminhada ao SP Zona Sul: pelo risco apresentado, o subprefeito assinaria a autorização para remoção do exemplar de pinheiro na vila, mas o corte só seria executado após a publicação em diário oficial. Isto já aconteceu há quinze dias, antes mesmo do temporal que deixou os moradores ainda mais temerosos, mas até agora… nenhuma equipe apareceu por lá para sequer avisar sobre a remoção.

Pedro de Toledo

Na Rua Pedro de Toledo, moradores e comerciantes estão ainda mais indignados. Ali, desde fevereiro eles denunciam o perigo apresentado por uma árvore que foi incendiada por vândalos durante uma madrugada. “Uma placa de sinalização também foi danificada, mas a CET prontamente fez a retirada e substituição. Mas, a árvore, coitadinha, ameaça cair”, diz Tda Ferreira Pellegrini, que registrou o pedido na Subprefeitura. Ela também relata ter enfrentado imensa burocracia.” Soubemos que deveria haver contato com a Eletropaulo, pois os galhos estão sobre a rede.Tomamos essa providência e tambèm comunicamos à NET. A Prefeitura ja esteve presente e não podou pois a Eletropaulo não estava presente”, relata. O que a moradora não sabe é que em 30 de abril a remoção do exemplar já foi autorizada e a Prefeitura já deveria tê-la providenciado.

Na Rua Pedro de Toledo, árvore está frágil após ter sido alvo de incêndio

“Nessa calçada há ambulatórios da UNIFESP, com movimentação diária de pessoas”, diz a moradora. “A próxima providência que penso tomar é colocar um cartaz sob a árvore  com os dizeres ATENÇÃO. CUIDADO , ARVORE EM QUEDA LIVRE”, conclui.

Odila

No Planalto Paulista, os integrantes da Sociedade Amigos do Planalto Paulista não entendem os critérios da Prefeitura para prevenção de acidentes ou preservação ambiental. Eles têm desenvolvido um projeto detalhado de diagnóstico das árvores existentes no bairro, com dois objetivos primordiais: manter as características de bairro extremamente arborizado, evitando podas ou remoções desnecessárias, e identificar exemplares que apresentam algum tipo de risco ou problema para a segurança local. No entanto, no mês passado foram surpreendidos com a presença de equipes apressadas em remover nada menos do que seis exemplares de uma mesma rua! Os moradores não conseguiram impedir o corte de seis árvores saudáveis na Av. Piaçanguaba, entre Apetupas e Guaicanas, porque as equipes estavam com uma autorização da Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

Árvores que escurecem a Avenida Odila, no Planalto Paulista

A mesma pressa, entretanto, não tem norteado os funcionários do município para atender os pedidos de moradores da Avenida Odila, em frente ao número 415. Apesar de ter registrado o pedido, a moradora Heloisa Helena Gonçalvez conta não ter aparecido ninguém da Subprefeitura para efetuar a poda da árvore. “Quando cobrei, informaram que estava dentro da programação”, relembra. Ela ainda conta que a vizinhança ficou assustada porque em 23 de maio um dos galhos caiu sobre um carro. “Telefonei mais duas vezes e informaram que já estava na agenda do agenda do engenheiro responsável”. Um vizinho acabou fazendo o serviço de cortar o galho caído, mas até mesmo o recolhimento dos pedaços menores demorou a ser feito. A poda? Até agora nada.

O jornal São Paulo Zona Sul vai acompanhar cada caso para avaliar quanto tempo levará para se chegar a uma solução.

 

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