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Segurança

Prefeitura constrói barreiras para evitar ocupação de baixos do viaduto Jabaquara

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Há anos abrigando usuários de drogas, o terreno sob o viaduto será cercado. Solução é definitiva?

O que pode ser feito com os milhares de moradores de rua que estão sob viadutos da cidade? Como garantir a eles um atendimento de saúde, já que muitos deles são viciados em crack e outras drogas e recusam encaminhamento ou abrigo? Como evitar que crimes sejam cometidos no entorno dessas áreas por usuários de drogas, em busca de dinheiro para sustentar o vício? O que pode ser feito para ampliar a política habitacional e facilitar que catadores de papel, muitos deles também morando sob viadutos, possam viver na região central de forma digna?

Todas estas perguntas já geraram muita polêmica na cidade e o debate está prestes a recomeçar. Um dos pontos mais críticos da presença de usuários de crack na região, o viaduto Jabaquara, na Avenida dos Bandeirantes, está em obras.

A Subprefeitura de Vila Mariana confirmou quea a Coordenadoria de Planejamento e Obras já fechou duas laterais na Av. dos Bandeirantes sentido Marginal-Imigrantes e que está sendo providenciado o fechamento também do sentido Imigrantes-Marginal “para evitar a ocupação indevida do local”.

Desde 2005, quando o então prefeito José Serra determinou a construção de rampas sob viadutos na região central da cidade, obras para impedir a presença de moradores de rua são duramente criticadas, por urbanistas, como indicativas de uma “política higienista”. Em síntese, o objetivo da Prefeitura seria simplesmente o de evitar a presença de moradores de rua em bairros nobres sem, entretanto, desenvolver um programa para proporcionar soluções mais definitivas à falta de moradia, ou para atendimento de saúde aos moradores com problemas psiquiátricos, inclusive vício em drogas.

Na Vila Mariana, entretanto, a Subprefeitura nega que existam outras obras similares em programação. E vários outros baixos de viadutos estão igualmente ocupados, como é o caso do Onze de Junho. Neste, já houve no passado trabalhos parecidos. Depois de ter sido ilegalmente ocupado por uma barraca de frutas, o amplo terreno sob o viaduto foi coberto de terra até quase a totalidade de sua altura, evitando a ocupação por moradores de rua. Ainda assim, eles voltaram e moram sobre parte do canteiro e muitos estacionam ali suas carroças. Há ainda várias famílias com crianças que, embora não tenham se fixado ali, passam horas do dia e da noite pedindo esmolas para os motoristas.

No caso do viaduto Jabaquara, entretanto, é inegável a quantidade de queixas por parte da população que passa por ali com relação a abordagens e assaltos na região. Os crimes seriam cometidos por usuários de drogas que buscam recursos para comprar pedras de crack. O delegado titular do 35º D.P., Genésio Léo Jr., realizou uma espécie de censo dessa população de rua, levando os moradores para registro na delegacia. Ele relatou que foram encontrados procurados da Justiça e armas foram apreendidas. “E se houver relatos de crimes podemos investigar se foi pratiado por algum desses moradores”.

Debate

Na próxima semana, haverá uma reunião do Conselho Comunitário de Segurança do Campo Belo, em que estarão participando, além das autoridades policiais, representantes da Secretária Municipal de Assistência Social – CRAS – SUL. O objetivo, segundo participantes do Conseg, é prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social na região, através do “desenvolvimento de potencialidades e de aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania”.

O encontro acontece no auditório da Cruz Vermelha Brasileira, à Avenida Moreira Guimarães, 699, no Planalto Paulista, com estacionamento gratuito no local. Será na terça-feira, 19h30.

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