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Problemas na região

Polícia e Guarda Civil se unem para tentar recuperar população que vive sob viadutos

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Operações conjuntas têm sido promovidas para identificar moradores de rua e aprimorar segurança

Que a população em situação de rua é uma questão social de difícil solução, todos sabem, até porque a Constituição Federal dá o direito de ir e vir a qualquer cidadão e ninguém pode ser impedido de permanecer sob viadutos, em praças… Por mais degradante que a situação possa parecer. Também é um quadro que requer atenção das equipes de atendimento em saúde, já que a grande maioria dos que estão vivendo ao relento é formada por usuários de drogas e pessoas com transtornos psiquiátricos. Por outro lado, não se pode ignorar que esta imensa massa também abriga pessoas que cometem crimes, brigam, provocam incêndios, caminham perigosamente pelas avenidas da cidade…

Na região, um exemplo desse cenário deprimente está nos baixos dos viadutos ao longo do corredor formado pelas avenidas dos Bandeirantes e Afonso D´Escragnole Taunay. São frequentes as queixas de quem precisa circular de carro ou a pé, mesmo sobre os viadutos Jabaquara, Hugo Beolchi e Arapuã, de abordagens feitas por pessoas que ocuparam essas áreas e pedem dinheiro, assaltam, agem com agressividade, impondo medo à comunidade.

Em resumo, a ocupação dos viadutos se tornou um problema de segurança pública. “Este mês, desenvolvemos uma operação conjunta com a Guarda Civil Metropolitana e levamos 68 pessoas em situação de rua para identificação”, relata dr. Genésio Léo Jr., delegado titular do 35o. Distrito Policial, responsável pela área. Ele relata que nessa operação foi encontrada uma pessoa condenada pela Justiça, que estava foragida há cinco anos. E não foi só. “Um rapaz de 30 anos nos contou que é filho de um juiz, mas que está nas ruas por conta do vício em crack”, disse.

Os detalhes da operação foram divulgados durante a última reunião do Conselho Comunitário de Segurança do Jabaquara (Conseg), realizada esta semana na Sociedade Amigos da Cidade Vargas (Praça 20 de Setembro, 2, próximo à estação Jabaquara do metrô). Todos os meses, população, Polícia Civil e Militar, Guarda Civil e Prefeitura, entre outras autoridades, se reunem ali para discutir formar de melhorar a segurança local (veja matéria ao lado).

Durante a ação policial, a Prefeitura trabalha no chamado “rescaldo”, retirando das vias públicas toda a sujeira deixada pelas fogueiras, restos de alimentos e objetos abandonados após o consumo de drogas pelos moradores de rua. “É bom destacar que essa sujeira também compromete a segurança e a limpeza da cidade”, concluiu o delegado.

O delegado garantiu que outra operação similar será desenvolvida nos próximos dias. “Respeitamos as liberdades individuais e entendemos a questão de saúde envolvida, mas não podemos deixar que a segurança local seja comprometida”, diz. “Dos 68 moradores que abordamos, apenas três aceitaram encaminhamento para albergues”.

O deputado federal Arnaldo Faria de Sá, presente à reunião do Conseg Jabaquara, disse que apresentou um projeto de lei para que pessoas que vivem em situação de rua sejam obrigatoriamente encaminhadas para serviços de saúde. “Mas sei que enfrentarei resistências”, admitiu.

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