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Urbanismo

Planalto Paulista: moradores querem manter zona estritamente residencial

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Pelo jeito, a “briga” apenas começou. Já na oficina de Vila Mariana para apresentação de propostas e sugestões populares para a nova lei que definirá o Uso e Ocupação do Solo na cidade, a sociedade civil organizada compareceu em peso.
A plenária aconteceu no dia 29 de novembro no Colégio Arquidiocesano e, como previsto, o que mais irritou a população local foram as propostas apresentadas pela Prefeitura de transformar bairros até então exclusivamente residenciais. Para alguns deles, como é o caso do Planalto Paulista, há sugestão de transformação de um quadrilátero que deixaria de ser “exclusivamente” residencial e passaria a ser “predominantemente” residencial. Também foram propostas para o bairro a transformação da Avenida Indianópolis, da Avenida Ceci e da Alameda dos Guatás em Corredores comerciais.
Os moradores do Planalto Paulista compareceram em paeso ao encontro. Dos cerca de 300 participantes, em torno de 100 eram do bairro, a maioria se queixando da proposta e indicando que provocará a deterioração local, com invasão de estabelecimentos comerciais que sequer atendem a demandas locais. “Serão escritórios desvinculados das necessidades do bairro e que fecharão suas portas às 10h, contribuindo para a falta de segurança”, exemplifica Antonio José Braz, um dos integrantes da Sociedade Amigos do Planalto Paulista.
Durante a plenária, os moradores apresentaram proposta refutando a ideia de Zona Predominantemente Residencial (ZPR), que seria formada pelo quadrilátero limitado pelas Avenidas Ceci e Indianópolis, Guatás e Alameda dos Guaiases. Admitem apenas a ideia de formação de um “centro de bairro”. “O centro de bairro deve ser estudado para suprir somente as necessidades dos moradores. Não interessa a implantação de Zona de Corredor na Avenida Ceci. As atividades dos arredores não estão efetivamente definidas, bem com as faixas de domínio dos corredores. Não há definição da largura das áreas e serem definidas como corredores. Propomos a manutenção da ZER, com centro de bairro restrito a atividades de interesse local”, resumiram os participantes.
A entidade se mobilizou não apenas para garantir participação popular na plenária, mas também para garantir que o maior número de moradores possível se manifestasse via internet, cadastrando propostas contrárias às alterações sugeridas para o bairro.
Não foram só os moradores do Planalto Paulista que se queixaram, vislumbrando especulação imobiliária e descaraterização do aspecto residencial e arborizado do bairro. Também houve queixas no mesmo sentido de moradores sobre a Avenida Quarto Centenário, para onde está sendo proposto também um corredor comercial.
Evitar a invasão por estabelecimentos de grande porte também foi outra discussão importante. Moradores avaliam que o trânsito e a degradação da qualidade de vida na região pode ser acentuada com novos empreendimentos como shoppings e grandes lojas. Defenderam ainda cirtérios de percentual limitantes para evitar a concentração de áreas comerciais. Outra sugestão importante relatada durante o encontro foi a de que a lei de Uso e Ocupação do Solo deveria prever e disciplinar o uso de áreas (ruas, lotes, glebas) em cujo subsolo há rios e córregos enterrados, especialmente seus fundos de vale.
O reestudo da região da Vila Clementino e fortalecimento de ações de acessibilidade para o bairro onde está sediada a Unifesp foi outra proposta apresentada.
Vereadores
O conjunto de sugestões apresentadas por moradores do Planalto Paulista já está disponível na internet, para consulta. A lista de presença e de propostas, bem como o mapa de propostas, todos divididos por região, podem sem consultados tanto em PDF quanto em formato aberto em www.gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br.
Também é possível consultar a posição dos integrantes da Sociedade Amigos do Planalto Paulista no site da entidade: www.sapp.org.br.
Vale ressalvar que esta briga está apenas começando: o projeto da Lei de Zoneamento será enviado para a Câmara dos Vereadores. Há estimativas de que a discussão e as pressões de diferentes atores sociais e urbanos se estenda por todo o ano de 2015.

 

Integrantes da Sociedade Amigos do Planalto Paulista compareceram em peso à plenária que debateu alterações propostas pela Prefeitura para a Lei de Uso e Ocupação do Solo

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