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Pesquisadores descobrem rocha de plástico em ilha brasileira

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Não é a primeira vez no planeta, mas no Brasil a descoberta de uma rocha formada por sedimentos de plástico é inédita. Mas, aconteceu.

Em sua terceira visita científica à Ilha de Trindade, localizada a 1.140 km do litoral Atlântico, para realizar o mapeamento geológico do território, Fernanda Avelar Santos, geóloga formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutoranda em Geologia pela mesma instituição, encontrou rochas formadas por sedimentos de plástico.

As rochas são idênticas às naturais, mas compostas por material plástico originário de redes de pesca abandonadas ou levado do litoral brasileiro pelas correntes marítimas. O estudo foi publicado no periódico Marine Pollution Bulletin, da plataforma ScienceDirect, revista integrante do grupo Elsevier.

Poluição plástica

A humanidade produz cerca de 460 milhões de toneladas de plástico por ano. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, sem medidas urgentes, esse número triplicará até 2060.

Em março de 2022, durante a quinta sessão da Assembleia do Meio Ambiente das Nações Unidas, em Nairóbi, capital do Quênia, foi aprovada a resolução para acabar com a poluição plástica. Um marco histórico que tem por objetivo reverter essa situação.

A resolução aborda o ciclo de vida completo do plástico, necessário para enfrentar a crescente crise de poluição por esse tipo de material.

O documento reconhece ainda a contribuição significativa feita pelos trabalhadores em ambientes informais e cooperativos para a coleta, classificação e reciclagem em muitos países.

O tratado deve incluir uma série de disposições técnicas, como promover a produção e o consumo sustentáveis de plásticos, desde o design do produto até a gestão ambientalmente correta de resíduos, por meio da eficiência de recursos e abordagens de economia circular seguras e justas.

Poluição

A poluição plástica é uma grande ameaça aos ecossistemas, ao clima e ao bem-estar humano. Globalmente, 46% dos resíduos plásticos são depositados em aterros, 22% são mal geridos e transformam-se em lixo, 17% são incinerados e 15% são coletados para reciclagem, com menos de 9% realmente reciclados.

A poluição plástica marinha aumentou 10 vezes desde 1980, afetando pelo menos 267 espécies animais, incluindo 86% das tartarugas marinhas, 44% das aves marinhas e 43% dos mamíferos marinhos. A poluição do ar e do solo também está aumentando.

De acordo com um estudo do Pnuma, mais de 14 milhões de toneladas de plástico entram e danificam os ecossistemas aquáticos anualmente. Além disso espera-se que as emissões de gases de efeito estufa associadas aos plásticos representem 15% do total de emissões permitidas até 2050 se a humanidade limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Na agricultura, o aumento alarmante contamina o solo, pode ameaçar a segurança alimentar e ter impacto na saúde humana.

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