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Participar da coleta seletiva é simples

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A adesão à coleta seletiva na cidade vem crescendo ano a ano, especialmente por conta do aprimoramento do serviço.

Hoje, o paulistano conta com caminhões especiais que recolhem apenas recicláveis na porta de casa, contêineres espalhados por várias ruas onde o material pode ser depositado a qualquer hora, pontos de Entrega Voluntária, centrais de triagem mecanizadas que fazem separação do material, cooperativas cadastradas que garantem a venda do material com geração de renda para centenas de famílias…

Mas, embora o índice venha crescendo, a adesão ainda é considerada muito baixa, em especial se comparada a outros países onde sequer há tanta facilidade para encaminhar o material.

E vale ressaltar que estima-se que 40% de todo material que vai para aterro sanitário é reciclável. Ou seja, um material que poderia ser reaproveitado, gerar renda e proteger o meio ambiente de novas extrações acaba no lixo comum, ocupando o já exíguo espaço dos aterros.

Mas, por que será que muitos moradores não participam da coleta seletiva?

Muito simples

Lenira e Noemy Mendes, mãe e filha, moram na Chácara Inglesa e contam que até pouco tempo atrás não separavam recicláveis do lixo comum. Ambas trabalham e a jovem ainda estuda, prepara-se, aliás, para prestar vestibular.

A rotina corrida, cheia de atividades, gerava a falsa impressão de que separar o lixo em dois seria mais uma tarefa a ocupar a agenda diária.

“Mas, frequentando casas de amigas percebi que bastava ter um espacinho separado para os recicláveis”, conta a estudante.

Ela ainda relata que percebeu que a quantidade de resíduos gerada em casa é pequena. “Como trabalhamos fora e ficamos boa parte do dia na rua, não há quase nada para jogar fora”, conta.

Essa constatação fez com que achasse ainda mais fácil fazer a separação.

A dupla não joga mais os frascos de xampu na lixeira do banheiro, junto ao lixo comum. “Depois que passei a separar os recicláveis, o mais legal foi que comecei a entender melhor como funciona essa questão do lixo. Se eu colocar o frasco de xampu ali ele pode ser contaminado”, explica. “O mesmo vale para uma latinha de alumínio do suco, que não jogo na lixeira da pia onde tem sobras de comida, por exemplo”.

Ela conta que a mãe se engajou rapidamente na separação do material. “Como eu, minha mãe achava que ia consumir muito tempo, que já temos serviço demais na casa. Mas ela percebeu que é automático: o lixo mais limpo, das embalagens, fica separado logo após o consumo”.

Como o consumo cotidiano é baixo, Noemy conta que elas muitas vezes colocam os recicláveis para coleta seletiva apenas uma vez por semana. “Aqui na minha rua eles passam duas vezes por semana, às terças e sextas. Mas nem tem tanta coisa. São algumas latinhas de molho de tomate, garrafas pet de óleo – que em casa duram muito porque fazemos poucas frituras – produtos de limpeza, que também duram bastante porque a casa não é tão grande…”, relata.

+A coleta comum e a coleta seletiva são serviços prestados pela concessionária Ecourbis Ambiental, nas zonas sul e leste da cidade. Para saber em que dias e horário cada tipo de caminhão  passa na rua onde mora, basta acessar www.ecourbis.com.br/coleta/index.html.

Economia

Também têm longa duração na casa outros itens como cosméticos de uso pessoal e cadernos. “Eu descobri que a marca de perfume que uso recolhe os vidros vazios. Então, quando acaba eu já levou a vazia na hora de comprar uma nova e deixo na loja”, diz.

Quanto aos cadernos, ela também retira as páginas usadas e manda para a coleta seletiva. E conhece uma loja que recolhe os cadernos e apostilas antigos e dá descontos na compra de novos itens.

“Sabe que, na verdade, percebemos que a coleta seletiva nos ensinou muito sobre economia doméstica. Evitar o desperdício, usar o finzinho dos produtos de limpeza na hora do enxágue, não deixar nada estragar dentro das embalagens abertas… E essas trocas e economias das marcas, foi uma coisa legal de descobrir”, observa.

A dupla faz separação há menos de um ano e admite que o tempo em casa da pandemia ajudou a criar esse hábito. E realmente, a trajetória de mãe e filha nesse processo demonstra que a participação na coleta seletiva é, além de ambientalmente correta e responsável, educativa. “Roupas, por exemplo, eu troco com amigas ou até vendo pela internet, antes de comprar novas. Acho que há mais aproveitamento, a gente consegue diversificar sem gastar muito dinheiro e nem gerar resíduos com o descarte dos tecidos”, defende.

Itens não recicláveis

Elas também passaram a se questionar o que fazer com as pilhas e baterias esgotadas, se esponjas de limpeza são recicláveis, onde descartar uma lâmpada queimada.

“Aprendemos muito com a separação do lixo. Agora sei que as pilhas podem ser levadas em farmácias, assim como os remédios vencidos, fora do prazo de validade”, conta a estudante.

Na casa onde moram, as lâmpadas são de led e têm grande durabilidade. Mas, recentemente uma delas precisou ser substituída e perceberam que não sabiam o que fazer com ela. “Pensamos que seria lixo comum, mas aí fui me informar e vi que não, deveria ser levada de volta a um ponto de venda. Como acontece com meu vidro de perfume. Aí, quando fui comprar uma lâmpada nova para substituir, deixei a outra que não funciona mais lá na loja”.

Sobre as esponjas de limpeza, ela decidiu jogar no lixo comum, mesmo, porque a espuma não é reciclável.

Importante ressalvar que fabricantes de esponjas de louça e limpeza têm alguns programas de logística reversa, ou seja, recebem as esponjas usadas para desenvolver processo específico de reaproveitamento.

A marca Scotch Brite tem parceria com a Terracycle e recebe remessas de esponjas descartadas. Os materiais coletados passam pelo processo de reciclagem, que inclui uma série de procedimentos, como a separação, a lavagem e a extrusão. Os resíduos são transformados em uma nova matéria-prima, chamada Pellet. Esta matéria-prima é vendida e utilizada para a produção de outros objetos como bancos, lixeiras, etc.

Para saber como participar, acesse bit.ly/3dpoD90.

Próximos passos

Lenira e Noemy contam ainda que sempre planejam novas compras para evitar excessos e garantir aproveitamento integral daquilo que têm em casa – sejam itens perecíveis, como os alimentos, ou duráveis, como eletrodomésticos, roupas, móveis etc.  “Para o futuro, pretendemos continuar a separar as embalagens de tudo que entra em casa e manter essa atitude atenta. Ajuda a cidade, o meio ambiente e também a economia aqui em casa.

Vale lembrar, para quem precisa descartar móveis, aparelhos quebrados, colchões e estofamentos, o ideal é procurar os ecopontos. A lista está disponível em bit.ly/3RYHEy7.

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