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Turismo e Lazer

Parque Ibirapuera vai ser Rita Lee

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Muito provavelmente, o Parque do Ibirapuera vai mudar de nome. Mas, calma, o nome que vem do tupi e significa “pau podre”, porque naquela área existia um brejo até a década de 1950, vai se manter. Só que em homenagem a uma de suas mais ilustres fãs e frequentadoras, deve ganhar um adendo: Rita Lee.

O Projeto de Lei 236/2023 de autoria da Vereadora Luna Zarattini (PT) e do vereador Milton Leite (UNIÃO) prevê que o parque passe a se chamar Parque do Ibirapuera Rita Lee, em homenagem à cantora e compositora falecida no ano passado. Rita era moradora da Vila Mariana na infância e, além do Parque, era fã e se apresentou no Teatro João Caetano, na Borges Lagoa. O velório da cantora foi realizado no planetário do Ibirapuera, como última homenagem da cidade a uma de suas maiores artistas.

O projeto já passou em primeira votação e a tendência é que seja aprovado e posteriormente sancionado pelo Prefeito Ricardo Nunes.

Mais visitado

O Ibirapuera atualmente recebe cerca de 18 milhões de visitantes por ano. Vale ressaltar que durante a pandemia o Parque foi um dos principais refúgios dos paulistanos em busca de ar fresco e contato com a natureza, em uma fase de confinamento e pouco contato.

A mudança ainda terá o simbolismo de acontecer no ano em que o Parque celebra suas sete décadas. O Ibirapuera foi inaugurado em 1954, ano em que a cidade comemorava seu

Quarto Centenário. Entretanto, atrasos nas obras de sua construção fizeram com que fosse inaugurado não no aniversário da cidade, em 25 de janeiro, mas apenas em 21 de agosto daquele ano.

O projeto do Ibira foi concebido pelos arquitetos Oscar Niemeyer, Ulhôa Cavalcanti, Zenon Lotufo, Eduardo Kneese de Mello, Ícaro de Castro Mello, e o projeto paisagístico realizado por Augusto Teixeira Mendes.

O Parque abre diariamente das 5h à meia-noite e é atualmente administrado pela empresa Urbia Parques – concessionada pela Prefeitura de São Paulo. A infraestrutura é extensa, com pista de cooper, parque infantil, áreas de estar, ciclofaixa, bicicletário com aluguel de equipamentos, fonte multimídia, quadras poliesportivas, campos de futebol, aparelhos de ginástica e praças. É oferecido estacionamento (pago), há acessibilidade nos equipamentos de ginástica, banheiros e na entrada do parque e nas áreas de circulação.

Justificativa

Na justificativa do projeto de lei, os autores apontam a estreita relação entre a cantora e o Parque, que é o mais famoso da capital. Confira:

Rita Lee Jones de Carvalho, nascida em 31 de dezembro de 1947 na cidade de São Paulo, foi cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira e passou a ser considerada a “Rainha do rock brasileiro”.

Rita Lee foi membro fundadora dos grupos Os Mutantes (1966–1972) e Tutti Frutti (1973–1978), fundamentais para o florescimento do movimento cultural tropicalista – a Tropicália -, que expressava, por meio da união da psicodelia a ritmos brasileiros, posicionamentos críticos e ideais políticos de vanguarda, e que levaram Rita Lee a se tornar uma das compositoras brasileiras de maior reconhecimento internacional.

A cantora e compositora estabeleceu-se como a quarta artista a mais vender discos no Brasil (aproximadamente 55 milhões de cópias). Dentre os prêmios recebidos durante a carreira, destaca-se o de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa do Grammy Latino com o álbum 3001, em 2001.

Em Rita Lee – uma autobiografia, publicada em 2016, a Rainha do Rock menciona que frequentemente visitava o Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, estabelecendo forte ligação de afeto com o local que foi escolhido para ser realizado seu velório.

A artista ainda conta em sua autobiografia que aos fins de semana fazia piqueniques familiares no parque, inaugurado no quarto centenário da cidade, em 1954.
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Além disso, o lugar é citado em “Vírus do Amor”, canção de 1985: “Bizarros casais/ Restos mortais do Ibirapuera”.

O parque também aparece na vida de Rita quando fotografa a capa do terceiro álbum com a banda Tutti Frutti, “Entradas e Bandeiras”, em 1976.

Além disso, o parque também é citado na música “As Mina de Sampa”, lançada em 2003: “As mina de Sampa são branquelas que só elas / Pudera! / Praia de paulista é o Ibirapuera”.

Em entrevista, talvez ironicamente, Rita Lee também imaginou que, ao morrer, poderia ter seu nome entregue a uma rua ou praça. Contudo, dada a grandiosidade da artista, nada mais digno que seu nome esteja presente no Parque Ibirapuera, o qual a mesma já denominou como “Floresta Encantada” e que esteve presente em diversos momentos da vida da cantora. Desta maneira, um patrimônio dá nome a outro. Rita Lee foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021, vinha fazendo tratamento contra a doença mas, devido a complicações, faleceu em 8 de maio de 2023, deixando um enorme legado para tanto para a presente, quanto para as futuras gerações.

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