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Paradisaeidae: espetáculo de dança que convida à utopia essencial

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Pode ser uma sensação de liberdade com aqueles “pássaros” tentando encontrar seus espaços em meio a um aparente caos. Sobem pelas paredes, caem, se cruzam pelos caminhos não definidos. Pode ser uma sensação de angústia, de um grito preso na garganta, de aflição pelo som intenso que permeia o espetáculo .

Assim é Paradisaeidae, espetáculo que consegue literalmente mexer com o público por meio de uma mistura poética e turbulenta de sons, textos, luzes, movimentos. Não há palco ou plateia nos moldes tradicionais – há um tablado por onde 15 bailarinos se revezam, interagem, mostram personalidade e arte por meio até do improviso.

A sensualidade, a flexibilidade estão lá. Mas também estão o incômodo, o receio, os questionamento. Reações e respostas? Certamente cada espectador terá as suas. As referências são muitas, e passam pela contracultura, pelo antiheroísmo, pela experimentação que não é sinônimo de imaturidade ou amadorismo, muito pelo contrário.

“Buscamos Anti-héroi, ‘Anti-herói é múltiplo’, buscamos o humano, aquela que entende na pele que para viver o bom precisamos viver o ruim. Não há luz sem sombra. ‘Anti-herói é transformação’”, diz Diogo Granato, que assina dramaturgia, coreografia, concepção do espetáculo. Os textos também, em coautoria com Tatí de Tatiana e Tayna Ibanez. Textos, aliás, que reforçam todos os conflitos propostos. A inspiração vem ainda do “Manifesto Anti-Herói,” de José Roberto Aguilar.

Paralelamente, Paradisaeidae ainda traz referências a outras obras que discutem realidade e ficção, ansiedades e virtualidades da vida moderna, com alguns personagens e movimentos de dança quase autômatos.

“Colocamos nossas essências e não nossos fundamentos, fomos turvas e não transparentes, fomos radiais, duvidosas, e caímos de boca. Somos sui generis, Feliztres, e somos Aves-do-Paraíso. Cada pássaro com sua dança imanente, duvidosa, poética”, completa Diogo.

Para ele, o convite ao espetáculo é um convite para que o público possa “admirar nossa Dança Utopia Várzea Essencial”.

São poucas as oportunidades para conferir os 15 anti-heróis no Jambu Galpão (@jambugalpao). Paradisaeidae estreou em 1 de dezembro e ainda tem apresentações dias 8,9,15 e16, sempre 19h30

Pela plataforma Sympla, todos pagam meia: R$ 30. 

O Jambu Galpão fica na Rua Marco Aurélio, 564 – Vila Romana.

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2 Comentários

2 Comments

  1. Mara Ribeiro

    12 de dezembro de 2023 at 22:08

    Maravilha de texto e de projeto. Eu vou

  2. Mara Ribeiro

    12 de dezembro de 2023 at 22:11

    Impressionada com a reportagem.
    Parabéns ao Jornal Zona Sul por dar esse espaço nobre para a danca contemporânea. Merecido. Parabens ao autor texto maravilhoso. Eu vou

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