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Os resíduos e a preservação da água

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É estreita a relação entre a preservação da água, fonte de vida em todo o planeta, e o descarte de resíduos. E há duas formas estreitas de relações entre a geração de resíduos – sejam eles recicláveis ou não – e a manutenção dos recursos hídricos em todo o planeta.

A primeira e mais óbvia para o cidadão é a poluição. O descarte de rejeitos e resíduos de forma inadequada compromete a qualidade da água, tanto em meios urbanos quanto no campo, tanto dos rios e aquíferos subterrâneos quanto de oceanos e mares.

A segunda é invisível e chamada por especialistas de “pegada hídrica”. Explica-se pelo gasto necessário de água na produção de qualquer item que consumimos hoje – dos alimentos aos eletroeletrônicos, passando por roupas, embalagens, construção civil, pneus… Qualquer processo industrial consome água – em diversos casos, muita água – para gerar um bem ou construir. Então, toda vez que algo é desperdiçado ou se transforma em resíduo, esse bem carrega consigo toda água que foi usada em sua produção.

Assim, é necessário refletir sempre que há uma opção de compra sobre os recursos hídricos que foram necessários para criar aquele produto, ao mesmo tempo em que se reflete sobre a poluição das águas tanto nesse processo industrial quanto no momento do descarte, garantindo que seja feito de forma correta.

Em 22 de março celebra-se o Dia Mundial da Água e os países estão debatendo a importância desse recurso até na garantia da paz no planeta. Aqui no Brasil, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) definiu como tema para o Dia Mundial da Água 2024 no Brasil A Água nos Une, o Clima nos Move. A proposta é relacionar as temáticas de recursos hídricos e mudança climática ao longo de todo ano.

A temática foi escolhida porque a água e o clima estão presentes no cotidiano das pessoas e são fatores cruciais para o futuro da humanidade, sendo que a mudança climática afeta sobretudo grupos vulneráveis com falta de água para abastecimento, encarecimento de alimentos impactados por eventos climáticos e aumento de doenças. Nesse cenário a emergência climática torna necessários o planejamento e a preparação da sociedade para adaptação à mudança climática com repostas eficazes aos efeitos dessa nova realidade.

Poluição das águas

Para quem vive em meio urbano como a capital paulista, falar de poluição das águas pode parecer algo distante. Mas, além de as indústrias de todos os itens que consumimos poluir as águas com despejos contaminantes, vale destacar a importância da atuação de cada morador, individualmente, no dia a dia.

Não é a toa que deixar um sofá velho em uma praça, despejar entulho em pontos viciados ou abandonar um automóvel em via pública são considerados crime ambiental, passível de multa de R$ 25 mil. Um cidadão consciente com a limpeza urbana e também com a preservação dos recursos hídricos não pode descartar sequer um papel de bala nas ruas.

Outra preocupação deve ser com o momento de colocar o lixo de casa para coleta, nas vias públicas. Acondicionar corretamente os resíduos domésticos em sacos resistentes e colocar na rua só uma hora antes de a coleta ser feita é essencial para evitar que esse “lixo” seja atacado por animais, levado pela enxurrada.

Para saber o horário em que o serviço de coleta é feito na rua onde vive, basta acessar: . A Ecourbis Ambiental é a responsável pela coleta de lixo comum e também pela coleta seletiva, ou seja, de material reciclável nas zonas sul e leste da capital. Cada um desses serviços é prestado por equipes diferentes, em datas e horários diferentes. E o site indica o horário de cada um deles, de forma a evitar que

Lembre-se de que uma sacolinha jogada em um bueiro, uma garrafa pet boiando nos piscinões da cidade ou qualquer resíduo levado pela enxurrada, além de comprometer a limpeza urbana, as tubulações, provocar alagamentos, ainda podem parar no mar e causar até morte da vida marinha.

Reduza sua pegada hídrica

Não tem jeito: quando preparamos um alimento em casa, não é só a água usada no processo de cocção ou para posteriormente lavar a louça que estamos consumindo.

Estima-se que a indústria seja responsável por um quarto do consumo mundial de água no planeta e o setor que mais recorre a esse recurso é a agricultura, com 70% do gasto. Mas, veja, a produção de itens eletroeletrônicos, como celulares, computadores e tvs, de automóveis, calças jeans ou papel para uso cotidiano também representam alto consumo hídrico.

E a tendência é piorar. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o consumo de água na indústria deve aumentar quatro vezes nos próximos 25 anos.

Veja alguns exemplos de consumo de água pela indústria, de acordo com o site Water Print:

– 1 taça de vinho: mais de 100l;

– 1 xícara de café: 132l;

– 1 pé de alface: 237l;

– 1 kg de ketchup: 530l;

– 1 kg de leite integral: 1.020l;

– 1 kg de arroz: 2.497l;

– 1 kg de carne: 4.325l (frango); 5.988l (porco); 15.415l (bovina)

– 1 kg de chocolate: 17.196l.

Claro que ninguém vai deixar de consumir esses produtos, muitos deles essenciais, inclusive. Mas, é possível reduzir o consumo e, principalmente, evitar o desperdício.

Uma das ideias que vêm sendo adotadas é criar novos hábitos como a “Segunda sem Carne”. Essa campanha visa a redução do consumo de carne, ou seja, em pelo menos um dos dias da semana fazer uma refeição sem carne, investindo em legumes, frutas e verduras.

Vale destacar que essas contas levam em consideração o gasto do plantio, preservação, alimentação e hidratação dos animais, lavagem pós colheita e a manufatura dos itens. No caso da carne, por exemplo, considera-se inclusive a quantidade de água que os animais consomem ao longo da vida, a água usada na limpeza durante processo de abate etc.

Os exemplos vão além da alimentação. De acordo com pesquisa da Mind your Step, feita a pedido da Friends of the Earth, entidade de proteção do meio ambiente, a produção de um smartphone consome em torno de 12.760 litros de água. Uma única folha de papel A4 consome 10 litros de água em seu processo produtivo. E uma calça jeans – desde o plantio do algodão até as lavagens pós tintura – os números variam conforme o estudo, mas esse processo consome no mínimo 5 mil litros de água.

Para além da redução de resíduos e uso da água, esse tipo de atitude cria uma nova visão perante o consumo, essencial para manter a sustentabilidade na sociedade moderna.

Lixo na lixeira

Não só nas ruas é preciso ter uma preocupação de dar descarte correto aos resíduos, recicláveis ou não. Mesmo em casa, a família toda deve se engajar em dar destino correto ao lixo.

A primeira atitude é separar o lixo em dois – recicláveis para a coleta seletiva, orgânicos e rejeitos no lixo comum.

Mas é preciso também uma atenção para não descartar nada na tubulação: óleo e sobras de alimento, por exemplo, não devem ser jogados no ralo da pia.

Outro problema que compromete a tubulação subterrânea da cidade é o descarte de rejeitos em vasos sanitários: cabelos, absorventes higiênicos e fraldas, bitucas de cigarro… Tudo isso deve ser descartado no lixo comum doméstico e nunca por meio de descargas no vaso.

Para o óleo usado na fritura, separe em garrafas pet e entregue para ongs ou mesmo para a equipe de venda de gás de cozinha, que encaminham para descarte correto ou transformação em sabão. Mantenha sempre protetores ou filtros no ralo da pia para evitar que sobras de alimentos sejam levados na hora de lavar louça.

Esse engajamento torna a cidade mais limpa, contribui inclusive com a saúde pública e traz benefícios para todo o planeta.

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