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Operação Água Espraiada: em ritmo lento

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A sessão estava lotada: mais de 300 pessoas foram ao CEU Jabaquara no último sábado, 31 de maio, para participar do programa Câmara no seu Bairro, uma iniciativa que promove sessões do parlamento paulistano em todas as subprefeituras da cidade. Entre os 45 que se inscreveram para falar, 30 moradores foram sorteados para apresentar suas queixas, sugestões. Os temas mais marcantes, como era de se esperar, foram aqueles relacionados à Operação Urbana Água Espraiada. Outra queixa constante da população local também apareceu durante os debates: os “pancadões”.
Água Espraiada
Um dos aspectos da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada discutido no encontro foi a demora na construção das unidades habitacionais populares. Vale relembrar que a operação foi aprovada em 2002, ou seja, há 13 anos. De lá para cá, várias promessas e prazos foram apresentados pelos prefeitos, mas nenhum cumprido. Houve, inclusive, alterações do projeto e da área limítrofe da OUC, com aprovação dos vereadores.
“Foram prometidas 4 mil unidades habitacionais até o fim deste mandato, e até agora não foram entregues”, apontou Gerônimo Henrique, que integra o Conselho Gestor da operação e esteve presente ao Câmara no Seu Bairro. “O que está sendo feito é muito pouco para atender essa população que vive à beira do córrego e com saneamento precário. Precisamos é que os vereadores cobrem mais as ações da prefeitura”, pressionou.
Por outro lado, houve também quem questionasse a Operação em si. O projeto é polêmico, especialmente após as alterações aprovadas na gestão anterior, por conta da previsão de desapropriações de imóveis particulares em bairros como Sítio da Ressaca e Vila Fachini. A construção de um túnel que vai ligar a Marginal Pinheiros à Rodovia dos Imigrante causará demolição de imóveis particulares, num total estimado de 1400 casas.
“Minha casa foi avaliada com um valor muito abaixo do que realmente vale. O número de casas que serão demolidas está maior do que o previsto no começo do projeto e ainda não temos nenhum respaldo da prefeitura em relação a isso. Precisamos que os senhores vereadores revisem o projeto da Operação Urbana Águas Espraiadas e verifiquem se realmente é preciso desapropriar uma área tão grande, e como a Prefeitura pretende amparar essas famílias”, reivindicou a moradora, Roseli Maia.
Presente ao evento, o subprefeito do Jabaquara, Elder Vieira, explicou que a presença da comunidade em todo processo de realocação das famílias é importante e que vem sendo realizado um Fórum de participação.“O processo de toda essa operação foi feito de forma negociada e debatida com a população da região. As comunidades locadas recebem o auxílio aluguel, estamos entregando algumas unidades habitacionais previstas e outras estão sendo feitas. Os problemas e a apreensão infelizmente existem, mas o Fórum da Operação está cuidando para que haja o acompanhamento e participação comunitária”, disse.
Pancadões
As queixas relacionadas aos pancadões no Jabaquara são antigas. “Nós não temos mais sossego! Quase todos finais de semana temos essa situação, são carros com som altíssimo, perturbando nosso sossego de trabalhador. O nosso problema é legal, precisamos dos vereadores leis mais rígidas que deem autonomia à policia e à GCM para fiscalizar e proteger o morador de bem”, afirmou a professora Irma Maria Clau.
“É um caso de segurança pública, esses elementos usam esses bailes para o tráfico de drogas e prostituição infantil. Não podemos mais deixar isso impune. Eu já escrevi um Projeto de Lei para apreensões de carros com som alto que perturbem a população e de rondas nesses locais, mas foi vetado. Agora estamos estudando com a Subcomissão de Segurança Publica da Câmara como aprimorar esse projeto”, disse o vereador Conte Lopez (PTB).
Segundo o vereador Reis (PT), que é presidente da Subcomissão de Segurança Publica, o projeto pretende impor regras para o funcionamento dos ‘pancadões legais’.“Nós temos 300 pancadões mapeados por toda cidade, existe um projeto da prefeitura para fazer um ‘Pancadão Legal’ que seja longe das áreas residenciais. Nós temos que ser mais agressivos com a legislação e não permitir que tenha barulho de qualquer natureza após a 1h da manhã, multas pesadas sobre os infratores e um direcionamento adequado nos lugares que serão realizados esses encontros”, afirmou.
A deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) fez questão de usar a tribuna para defender mais espaços de cultura para os jovens da periferia. “Na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) temos um projeto de legitimação dos movimentos culturais. O jovem da periferia não tem dinheiro parta ir para ‘balada’, por isso tem direito de ter um espaço para se divertir. Mas é claro que precisamos que haja um bom senso e regras para não prejudicar ninguém”, ressaltou.
A sessão foi acompanhada também pelos vereadores Marquito (PTB), Edir Sales (PSD), Reis (PT), Salomão Pereira (PSDB), Jonas Camisa Nova (DEM), Waldecir Cabrabom (PTB), Dalton Silvano (PV), Jorge Hato (PMDB), José Police Neto (PSD), Vavá (PT), Conte Lopez (PTB), Mario Covas Neto (PSDB) e Jair Tatto (PT). Presidida pelo vereador Antônio Donato (PT), contou ainda com a participação do deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB), da deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) e do secretário municipal de Relações Governamentais, Alexandre Padilha.

 

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