Siga-nos

Transporte

Obras da Linha Ouro enfrentam nova paralisação e não há prazo para conclusão

Publicado

em

Uma obra prevista para ser concluída para a Copa de 2014 no Brasil não ficou pronta sequer para a Copa de 2018. E, ao que tudo indica, não vai terminar antes da Copa de 2022! A Linha Ouro – 17, em Monotrilho, vem se mostrando um fiasco em planejamento e consumindo recursos públicos sem nem mesmo ter uma expectativa operacional positiva.

Além do atraso, a linha que foi projetada para ter 19 estações deverá ter apenas oito e, paralelamente, seu custo aumento de R$ 3,2 bilhões para R$ 4,4 bilhões.

Não para por aí: a expectativa é de que o trecho atenda a uma demanda diária máxima de 170 mil passageiros. Para se ter uma ideia, a linha 5 do metrô já transporta mais de 600 mil pessoas por dia.

Como se não bastassem os questionamentos em torno do projeto – que, antes de seu início foi anunciado como mais rápido e mais barato, pelo Governo, por não demandar muitas desapropriações e obraqs em subterrâneo – a linha Ouro 17 ainda tem enfrentando percalços em âmbito judicial.

Só essa semana, foram duas decisões no embate jurídico que o Governo do Estado enfrenta para conseguir retomar as obras da linha que, exceto pela estação Morumbi, estão paralisadas.

No dia 15 de setembro, o metrô cumpriu determinação da Justiça que determinava a suspensão de um edital para contratação dos serviços de acabamento e paisagismo de sete das estações. A suspensão foi solicitada por um consórcio que havia vencido a licitação do metrô, porém teve seu contrato interrompido após questionamento das empresas concorrentes.

Na quarta, 16, nova decisão judicial permitiu que fosse retomada a análise das propostas das empresas concorrentes pelo metrô.

Ou seja, enquanto a escolha definitiva do consórcio responsável por essas obras não ocorrer, a construção está paralisada. A direção do metrô nem faz novas previsões com relação ao início das operações.

Histórico

A obra começou a ser divulgada em 2008 com a promessa de que um primeiro trecho, entre São Judas e o Aeroporto de Congonhas ficaria pronta em 2010! Pouco depois, o projeto foi refeito e passou a estabelecer que a interligação com a malha metroviária e o novo trem de superfície seria feita, na verdade, pela estação Jabaquara do metrô.

O fato é que a linha 17 – Ouro, em Monotrilho com pistas suspensas, começou a ser feito em 2012 com a promessa de estar concluída para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, ao menos interligando o Aeroporto de Congonhas à região do Morumbi, onde está o Estádio do São Paulo, que inicialmente havia sido cogitado para sediar os jogos na capital paulista da Copa 2014.

A ligação com o Jabaquara, então, foi postergada. Havia ainda outra explicação técnica: como foi suspensa a expansão da Avenida Jornalista Roberto Marinho – obra municipal interligando o trecho já existente da Avenida à Rodovia dos Imigrantes – ficaria inviável construir esse trecho na região atualmente ocupada por comunidades, ao longo do córrego Água Espraiada.

Assim, só estão em construção e na previsão do metrô as estações Jardim Aeroporto, Congonhas, Brooklin Paulista, Vereador José Diniz, Água Espraiada, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan e Morumbi, que terá conexão com a CPTM e é a mais adiantada em obras.

O fato é que as estações Jabaquara, Hospital Sabóia, Cidade Leonor, Vila Babilônia, Vila Paulista estão descartadas, por enquanto. Com o aumento dos custos, dificuldade das obras e complexidade do projeto, a verdade é que é muito improvável que a ligação com a Linha 1, Azul, chegue a ser concretizada.

Várias interdições viárias têm acontecido na Marginal Pinheiros durante as madrugadas, nas últimas semanas. Têm sido colocadas estruturas de sustentação da linha, que é construída em suspensão, por sobre avenidas como a Moreira Guimarães e a Avenida Jornalista Roberto Marinho.

A Linha 17 – Ouro foi prometida para a Copa do Mundo no Brasil, de 2014. Seria a conexão entre o Aeroporto de Congonhas e a malha metroviária e também com o estádio do Morumbi. Como houve a decisão de construir o Estádio em Itaquera, a linha deixou de ser considerada prioritária.

Mas, é fato que o Governo do Estado sempre anunciou que o sistema de construção em monotrilho suspenso sobre pilastras, sem necessidade de escavações como o metrô subterrâneo, seria mais rápido e barato – o que não aconteceu.

A Copa de 2014 terminou, veio a de 2018 e as obras – que começaram em 2010 com previsão de conclusão em quatro anos, já se arrastam por uma década completa.

O Governo do Estado alega que a conclusão da Linha 17 é uma de suas prioridades e que o avanço dos trabalhos “demonstra o comprometimento da Secretaria dos Transportes Metropolitanos para não deixar nenhuma obra parada”. Informa também que, em 2019, o Metrô rescindiu contratos paralisados dessa linha e retomou o processo de fabricação e fornecimento dos trens.

Garante ainda que os trabalhos prosseguirão sem previsão de novas interferências na circularão dos trens da CPTM. Banners, cartazes e funcionários têm sido coocados presentes nas principais estações da rede para orientar os passageiros.

Trens

Na semana passada, o Metrô de São Paulo uma Ordem de Serviço para a fabricação dos 14 trens do monotrilho da Linha 17-Ouro, que vai ligar o Aeroporto de Congonhas à rede de transportes sobre trilhos. O documento permitirá também a colocação das portas de plataforma nas oito estações e instalação dos sistemas de controle e sinalização.

“Com a assinatura desta ordem de serviço, queremos retomar o quanto antes as atividades para fabricar os trens que vão beneficiar a quase 200 mil pessoas todos os dias”, reforça Silvani Pereira, presidente do Metrô.

A empresa BYD é a responsável pelo serviço, que será iniciado com a elaboração do projeto executivo e fabricação do primeiro trem. Essa composição deve estar pronta em até 720 dias para aprovação do Metrô, permitindo a montagem das outras 13.

O contrato com a BYD, que tem valor de R$ 989 milhões e prazo de 38 meses, contempla também a instalação dos sistemas de captação de energia, redes de fibra óptica, controle centralizado, máquina de lavar trens, veículos de inspeção e manutenção de via, além de vigas para testes dos trens.

Quando pronto, o trecho prioritário da Linha 17 terá oito estações e 7,7 km de extensão, ligando o Aeroporto de Congonhas à estação Morumbi, possibilitando a integração com as linhas 5-Lilás e 9-Esmeralda da CPTM.

Para informações sobre o funcionamento das linhas ao longo das intervenções, os passageiros podem entrar em contato com a CPTM, por meio do 0800-055-0121. Informações sobre as obras da Linha 17-Ouro podem ser obtidas com a Central de Atendimento à Comunidade, do Metrô, pelos telefones (11) 3371-7519 / 7520.

Advertisement
2 Comentários

2 Comments

  1. Elias Jasmim

    5 de outubro de 2020 at 11:10

    São Paulo não pode conviver com uma obra desse porte e importância se arrastando há tantos anos. Isso denigre a nossa imagem, nossos gestores precisam entender isso e agir para entregar esse importante meio de mobilidade urbana o mais rápido possível. Vamos acelerar de verdade.

  2. Carlos Martins

    25 de novembro de 2020 at 14:54

    Uma vergonha.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados