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O planeta consegue se regenerar?

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A natureza do planeta tem a capacidade de se regenerar. Se uma área é parcialmente desmatada, por exemplo, pode voltar a desenvolver, lentamente, novas árvores e arbustos. Mas, como parece óbvio, essa capacidade é limitada e leva muito mais tempo do que o gasto na exploração dos seus recursos naturais.

Partindo dessa ideia básica, a organização não governamental WWF (em português, Fundo Mundial para a Natureza) todos os anos faz um cálculo: em quantos dias esgotamos os recursos que a Terra poderia ter a capacidade de regenerar, ao longo de um ano?

Nas últimas décadas, essa data tem sido alcançada cada vez mais cedo. Em 2023, já no dia 2 de agosto o planeta atingiu sua capacidade de se recuperar do ano. Mas, há uma observação importante: os países ditos mais desenvolvidos atingem essa data ainda mais cedo, enquanto que países mais pobres muitas vezes sequer esgotam a capacidade em um ano.

O Brasil não está em um bom caminho – o país teria atingido essa data em 12 de agosto, dez dias depois da média mundial.

É como se o planeta estivesse recorrendo a um “cheque especial”, ou seja, já esgotou seus recursos mas continua explorando a natureza, poluindo, gerando mais resíduos do que tem capacidade de absorver ou reciclar.

Em síntese, o Dia da Sobrecarga da Terra é a data do ano em que a demanda da humanidade por recursos naturais supera a capacidade do planeta de produzir ou renovar esses recursos ao longo de 365 dias.

Para atender os padrões de consumo da humanidade – e isso inclui também toda a estrutura construída para sustentá-la – seriam necessários 1.7 planetas Terra.

A humanidade sempre irá demandar recursos naturais, mas é possível que essa demanda seja cada vez mais sustentável, consumindo apenas os recursos que o planeta consegue renovar e auxiliando na regeneração da Terra, criando um saldo positivo. Para isso é preciso que todos os setores se comprometam com a mudança garantindo um futuro mais justo, saudável e em harmonia com o meio ambiente.

O que podemos fazer individualmente para contribuir com essa “economia” fundamental de recursos? Para não ultrapassar nossos próprios limites?

Consumir menos

O consumo é essencial para garantir conforto e boa qualidade de vidas para as pessoas, além de fazer girar a economia, gerar empregos.

Mas isso não significa comprar sem consciência, sem necessidade, investindo em supérfluos que vão apenas prejudicar a própria economia doméstica das famílias.

Para além dos gastos financeiros, geração excessiva de resíduos, o consumo sem consciência tem se tornado até um problema de saúde pública, com doenças psiquiátricas em pessoas que acumulam o colecionam de forma a comprometer suas relações sociais e familiares, ou mesmo criando ambientes não saudáveis com casas repletas de produtos, lixo, resíduos…

Descartar menos

A compra deve gerar conforto e suprir necessidades básicas, mas comprar além da necessidade gera desperdício de comida, comprometendo e reduzindo a vida útil de aterros sanitários. Vale ainda ressaltar que esse desperdício representa ainda todo um gasto desnecessário na cadeia de produção. Uma maçã que foi para o lixo precisou de água para ser produzida, combustível para ser transportada.

Situação ainda mais complexa acontece com produtos cuja reciclagem é muito difícil, como as roupas, por exemplo. Não há ainda um processo barato e prático para reciclagem de artigos do vestuário e o hábito de comprar excessivamente vai gerar resíduos.

Trocar aparelhos eletroeletrônicos também deve ser uma opção pensada. E sempre procure o fabricante para saber qual a melhor forma de descarte, sem encaminhar esses produtos que contêm componentes tóxicos, para o aterro comum. Muitos itens podem inclusive ser aproveitados em novos produtos, estimulando a chamada “economia circular”

Refletir mais e difundir mais

Quando se fala em consumo consciente ou atitude responsável enquanto consumidor – inclusive cobrando das empresas que tenham responsabilidade com os produtos que colocam no mercado – estamos falando em refletir antes de fazer qualquer compra.

E também em difundir esses ideais. Conversar com as crianças, por exemplo, é essencial. Estimular o consumo de alimentos saudáveis, evitar o excesso de brinquedos, estimular experiências – como visitas a museus ou piqueniques ao ar livre – em vez de compras. Recusar brindes que acabam no lixo em pouco tempo é outra atitude educativa importante.

Compartilhar conhecimento com vizinhos, colegas de escritório é fundamental, na mesma linha. Seus vizinhos ainda não participam da coleta seletiva? Mostre como é simples e indique a importância dessa mudança de atitude.

A atitude cotidiana de redução da quantidade de resíduos gerados é igualmente fundamental. Quando o volume de resíduos – orgânicos ou não – gerados em uma residência é alto, isso pode significar desperdício, gasto de dinheiro, desrespeito ao meio ambiente.

No cotidiano, priorize alimentos orgânicos, na medida do possível, porque além de representarem menor agressão durante o processo de produção ainda vão garantir mais saúde para a família.

Reduza o consumo de carne vermelha, reaproveite alimentos, busque sempre consumir de produtores locais, comprar no pequeno comércio – tudo isso ajuda no fomento à economia da cidade, também.
As sobras inevitáveis de alimentos – como cascas, talos, sementes – podem ser compostadas em casa e se transformam em adubo para o jardim.

Reciclar mais

A reciclagem é muito importante para que o planeta deixe de “entrar no cheque especial” e consuma mais recursos do que sua capacidade regenerativa.

Em vez de recorrer a recursos naturais para produzir embalagens, em vez de fabricar mais plástico, vidro, papel e metal, não é mais inteligente reaproveitar aqueles que já estão no mercado, fazendo-os retornar à economia por meio da reciclagem?

A cidade de São Paulo conta com toda a infraestrutura necessária para coletar, triar e encaminhar para a reciclagem todos esses materiais. E esse ciclo ainda gera empregos e renda para milhares de famílias, já que toda a venda de recicláveis reverte em benefício de catadores de cooperativas cadastradas pela Prefeitura.

Participar da coleta seletiva na cidade é muito simples: nas zonas sul e leste da capital, o serviço é prestado pela concessionária Ecourbis Ambiental. É também a empresa que administra a Central Mecanizada de Triagem Carolina Maria de Jesus, na zona sul da capital, onde o maior volume de recicláveis coletados é separado e encaminhado para o processo de transformação.

No site www.ecourbis.com.br/coleta/index.html é possível consultar o dia e o horário em que a coleta seletiva – e também a do lixo comum – acontecem em sua rua. Os paulistanos ainda conseguem encaminhar recicláveis em Pontos de Entrega Voluntária e contêineres espalhados pela cidade, bem como em ecopontos.

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