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Saúde

Número de casos de HIV/Aids cai pelo sexto ano na cidade

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O número de novos casos de infecção por HIV na capital caiu pelo sexto ano consecutivo. No ano passado foram 2.066 registros, 45% a menos do que os 3.761 contabilizados há seis anos. Na comparação com 2021, que teve 2.393 novos casos, a queda foi de 13,6%. Em 2017, 2018, 2019 e 2020, houve, respectivamente, 3.713, 3.285, 2.972 e 2.518 novas infecções por HIV (sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana, causador da Aids) na cidade.

A queda é ainda maior entre a população de homens gays e homens que fazem sexo com outros homens (HSH), chegando a 47%. Em 2016, foram 2.211 novos casos de HIV dentro desse grupo, número reduzido para 1.174 em 2022. A redução mais expressiva está na população da faixa etária entre 15 e 29 anos, também impactada pela epidemia de forma acentuada e que hoje vivencia uma queda de 49% nos novos casos. Em 2016, esse número foi de 1.917 quase o dobro do número observado no ano passado, 971.

A mesma tendência positiva é observada em relação às notificações de Aids, sendo este o sétimo ano consecutivo de declínio no município. Em 2022, foram 1.339 novos casos de Aids, contra 2.408 em 2016.

Essas conquistas históricas foram possíveis graças à expansão do acesso aos serviços especializados em ISTs/Aids como a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) uma estratégia de prevenção ao HIV que impede a infecção mesmo havendo exposição ao vírus.

Como indicam os dados divulgados em boletim produzido pela Secretaria Municipal de Saúde, o acesso a essa profilaxia, antes procurada, em maioria, por pessoas brancas, tem se expandido entre a população de pessoas pretas e pardas. Ao todo, a população negra corresponde em 2022 a mais de 40% dos cadastros de PrEP na capital.

Acesso à PrEP

Embora ainda existam desafios, como se observa nas disparidades étnicas da taxa de detecção, a elaboração de estratégias de acesso à prevenção tem sido voltada para expandir cada vez mais a oferta e facilitar a busca. Uma delas foi a inauguração, em junho deste ano, da Estação Prevenção – Jorge Beloqui, que disponibiliza testagem rápida, PrEP, PEP e insumos dentro da estação República, na linha 3-vermelha do Metrô. Com funcionamento de terça a sábado, das 17h às 23h, a unidade disponibiliza serviços de prevenção no trajeto cotidiano da população.

Na cidade de São Paulo, atualmente, são mais de 34 mil pessoas cadastradas para uso da PrEP, fator que reduz a cadeia de transmissão. Outro projeto inovador é o canal SPrEP, que funciona todos os dias, inclusive feriados e fins de semana, das 18h às 22h. A expansão promovida pela Estação Prevenção – Jorge Beloqui e pelo canal SPrEP, iniciativas premiadas pelo seu êxito, resultou em um aumento de 280% no número de novos cadastros de PrEP.

Outra iniciativa que possibilitou que a cidade de São Paulo represente hoje quase 30% dos cadastros de PrEP nacionais e quase 70% dos cadastros no Estado foi a realização persistente de ações extramuros, entre elas o projeto PrEP na Rua, disponíveis nas unidades fixas para diferentes regiões do município.

Ao todo, desde 2018, a cidade realizou mais de 5 milhões de testagens para HIV. Em casos de diagnóstico positivo, o paciente pode iniciar o tratamento imediatamente, espera que podia chegar a 180 dias em 2016. São cerca de 50 mil pessoas vivendo com HIV/Aids em terapia antirretroviral (Tarv) na cidade, 96% delas em estado de supressão viral, ou seja, indetectáveis. Isso significa que não transmitem o vírus por relação sexual.

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