Novo subprefeito de Vila Mariana demonstra ânimo para enfrentar desafios da gestão

Retomar processo de descentralização é prioridade, disse o engenheiro e arquiteto Luiz Fernando Macarrão, em visita à sede do jornal SP Zona Sul

“O horizonte, sempre, é o plano de governo”. Talvez esta frase resuma o que pensa o engenheiro, advogado, administrador de empresas, arquiteto e urbanista Luiz Fernando Macarrão, sobre o desafio que encara desde o finzinho de dezembro, quando foi convidado pelo prefeito a assumir a Subprefeitura de Vila Mariana.

Com apenas “11 dias úteis no cargo”, como ele mesmo insistiu em ressaltar, esteve na sede do jornal São Paulo Zona Sul para falar de sua visão de cidade, das metas da nova gestão, da forma que, como funcionário público municipal há quase 30 anos, encara a nova empreitada.

“A transição de governo foi muito tranquila e a receptividade dos funcionários foi impressionante”, faz questão de enfatizar Luiz Fernando que está ainda concluindo a montagem de sua equipe. Ele confessa que, mesmo com toda a experiência de um engenheiro concursado que ingressou na Prefeitura em 1984, tem um longo caminho de aprendizado pela frente – das siglas que definem os departamentos de uma subprefeitura ao trâmite dos processos, recursos, agenda…

E não foi só na subprefeitura que encontrou boa vontade, garante. “Comecei a participar de encontros com a comunidade e as pessoas foram muito abertas, se mostraram animadas e dispostas a contribuir”. “A determinação é para receber sem distinção”, diz o novo subprefeito que assume em uma região onde os votos não teriam eleito o petista Fernando Haddad. E mais: assim como o prefeito tem frisado, Luis Fernando Macarrão
também não quer fazer avaliações do que ocorreu em gestões anteriores: prefere olhar para frente e trabalhar diariamente para viabilizar as promessas de campanha.

“Há um novo olhar sobre a cidade, no aspecto político”, sintetiza. Neste início de gestão, a
determinação do prefeito é para que haja um esforço concentrado na prevenção das enchentes e na minimização de possíveis impactos trazidos pelas fortes chuvas. “É preciso estar à frente dos problemas, tentar agir sempre na prevenção”. Por isso, o novo subprefeito conta que está dedicando grande atenção não apenas aos serviços de limpezas de vias e bueiros, como também à análise da situação das árvores. Do cadastro do pedido de podas à situação fitossanitária das árvores, ele promete olhar atento à questão.

“O prefeito simplificou a burocracia que existia em torno dos laudos para atestar a necessidade de poda ou remoção de árvores. Agora, os engenheiros agrônomos das subprefeituras responderão por eles”, explica.

Na região de Vila Mariana, Saúde e Moema, embora não haja nenhuma grande obra municipal prevista, sabe que terá muito trabalho pesado pela frente. Uma verdadeira explosão atinge o bairro onde há obras do metrô, demandas por soluções viárias, reflexos
da carência em áreas como saúde, assistência social, educação ou até de limpeza urbana.

Ele que também tem formação como arquiteto, aponta a importância de entender o espaço urbano como lugar de convivência, ao mesmo tempo em que se respeitam regras. Em sua opinião, entretanto, a retomada do processo de descentralização, com fortalecimento das subprefeituras, é essencial para o sucesso do plano de governo de Haddad. “Já na elaboração do Estatudo da Cidade, dez anos antes da criação das subprefeituras em 2002, estava prevista a importância de criar novas centralidades em São Paulo”, destaca.

Urbanistas apontam que o desenvolvimento regionalizado da cidade contribuir para a melhor qualidade de vida por vários aspectos: diminui a necessidade de deslocamentos, fortalece o mercado de trabalho em cada bairro e estimula a participação social.

Sua formação ampla aliada à experiência como engenheiro na Prefeitura, que nos últimos anos vinha trabalhando na Secretaria do Verde e Meio Ambiente, poderá trazer benefícios também à manutenção do verde e desenvolvimento de projetos em conscientização ambiental? É cedo para prever, mas Luiz Fernando Macarrão demonstra ter a percepção de que a comunidade local será exigente.