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Nova geração investe em coleta seletiva

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No passado, as famílias deixavam imensos latões na porta de casa, à noite, para que fossem preenchidos pelo leiteiro, diariamente. Na hora de comprar arroz, feijão e outros grãos e cereais, iam até a lojinha do bairro e compravam esses itens a granel. As fraldas usadas pelos bebês eram de pano e precisavam ser lavadas para reaproveitamento durante toda essa fase do desenvolvimento infantil.

Nas festinhas infantis, os pratinhos e copinhos eram feitos de papel, material de decomposição muito mais fácil e rápida que o plástico, que demora centenas de anos para se dissolver e, por isso, é hoje um dos principais poluidores de águas (rios, mares, aquíferos subterrâneos etc).

Mas, os tempos mudaram, a vida das famílias é mais corrida, falta tempo para “escolher o feijão”, bem como é complexo lavar fraldas cotidianamente. A necessidade de garantir higiene e qualidade prolongada de produtos perecíveis também dificulta ou mesmo impede a venda de alimentos a granel ou em latões preenchidos na rua.

O fato é que a vida moderna trouxe praticidade, mas o custo pode ser alto com o planeta, caso o descarte de todos os resíduos não seja feito de forma criteriosa. Se é necessário usar embalagens descartáveis, sejam elas de plástico, papel, vidro ou metal, que possamos encaminhar todos esses materiais para reciclagem.

É essencial também o investimento no desenvolvimento de embalagens biodegradáveis ou que estimulem o consumidor a reaproveita-las, com usos diferenciados: um pote de vidro pode se transformar num vaso de flores, uma caixa de papelão pode ser porta-objetos e assim por diante.

Incentivar a indústria da reciclagem com redução da carga tributária também é muito importante. Atualmente, a produção de papel reciclado ou mesmo de outros produtos feitos a partir de qualquer material transformado pode ficar mais cara que a produção de um item a partir de novas extrações da natureza, o que desestimula a produção, a venda e a compra dos reciclados.

Praticidade e higiene

Mas, para as novas gerações, planejar compras, prestar atenção ao material usado nas embalagens, participar da coleta seletiva, tudo isso já faz parte da rotina. Para os jovens, o custo ambiental, o futuro do planeta e a capacidade de regeneração da natureza é que devem ser sempre levados em conta, na hora de decidir compras, de cultivar novos hábitos.

Hannah Pâmela de Moraes Coutinho nasceu e foi criada no Pará. Depois, chegou a morar em Santos, no litoral paulista, até que se mudou para a zona leste da capital. Há seis meses, veio para a Vila Mariana, onde vive em um apartamento com o namorado.

“Todas essas mudanças me ensinaram muitas coisas. Se na região norte do país e mesmo no litoral eu tinha um saudável contato com a natureza, bem maior que aqui, por outro lado aqui as preocupações com descarte de resíduos é bem maior”, comenta a jovem advogada de 24 anos.

Ela vivia com a mãe na zona leste e lá se tornou um hábito consultar o horário da coleta tradicional e da coleta seletiva. Qualquer morador das zonas sul e leste da capital, aliás, pode consultar o horário e dia desses dois serviços em https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html. A coleta de lixo comum e a seletiva são serviços prestados pela concessionária Ecourbis Ambiental em dias e horários diferentes para cada rua.

Atenção à coleta

Em São Paulo, Hannah e a mãe passaram a ter preocupação de não deixar o lixo para coleta muito antes do horário previsto, com especial atenção para os dias de chuva para evitar que fosse levado pela enxurrada, e a separar os recicláveis para o dia da coleta seletiva, garantindo que o material seja transformado e volte ao mercado como novas mercadorias. “Sei também que essa pequena ação cotidiana ainda ajuda centenas de famílias de catadores, que recebem renda da venda dos recicláveis”, aponta a jovem.

Assim como ela, o namorado Rodrigo também conta que se preocupa com a destinação dos resíduos domésticos desde a infância. “Na escola, aprendíamos a fazer novos objetos a partir de garrafas pet, brinquedos com caixas de leite longa vida, a reutilizar o papel em artesanato”, recorda-se. “E em casa, minha família sempre separou o lixo em dois: restos de alimento e lixo de banheiro iam para a coleta comum; embalagens eram enxaguadas e colocadas em um saco para a coleta seletiva”, relembra.

De olho no futuro

Agora que os dois estão morando juntos, aprenderam mais coisas. “Na mudança, ficamos impressionados com a quantidade de papelão, plástico bolha e isopor usados nas embalagens de eletrodomésticos novos comprados para mobiliar o nosso apartamento”, relembra Hannah. Eles separaram tudo e encaminharam à coleta seletiva que, na Vila Mariana, passa duas vezes por semana. “Facilitou, porque colocamos tudo em sacos aos poucos”, diz a moradora.

No processo de montagem do apartamento, o jovem casal também se preocupou em reaproveitar móveis e utensílios domésticos doados pela família. “As pessoas sempre têm coisas demais. Conseguimos pratos, talheres, copos, sofá e muitas outras coisas porque estavam sobrando na casa da família”.

E com relação aos itens novos, a preocupação – além de separar as embalagens para reciclagem – foi de comprar eletrodomésticos que usem pouca energia e que tenham boa avaliação dos consumidores, garantindo que terão durabilidade e não precisarão ser trocados com pouco tempo de uso. “Eu sempre gosto de conferir a avaliação dos fabricantes, perceber a satisfação dos consumidores, as possibilidades de conserto”, conta Hannah.

Vale ainda destacar que os fabricantes devem se responsabilizar pelo pós consumo, ou seja, uma máquina de lavar roupas, uma geladeira ou um secador de cabelos devem ter o descarte já planejado pela indústria desde o momento em que chegam ao mercado.

Rotina

Outra preocupação do jovem casal é com relação às refeições e sobras de alimentos. “Nós dois ficamos muito pouco tempo em casa. Nem sempre dá para cozinhar e, mesmo quando é possível, temos que tomar cuidado com as quantidades para não sobrar nada, para que nada vá para o lixo”, conta a nova moradora da Vila Mariana.

Ela diz que tem investido na compra de marmitas prontas. “Além de ajudar alguma pequena empresa, a compra de marmitas evita o desperdício de alimentos, o uso de gás para cozinhar, a geração de lixo em casa”, aposta.

Aos finais de semana, o casal costuma buscar atividades ao ar livre, quando possível, ou o descanso acompanhado de músicas e filmes que curtem em casa graças ao uso de aparelhos e serviços de streaming.

“Sei que os aparelhos usados um dia vão se tornar lixo eletrônico, mas a transmissão online reduz esse risco. Lembro que nossos pais tinham dezenas de cds e dvds, agora nada disso é necessário”, avalia.

Para completar a postura preocupada com baixa geração de poluição, os dois ainda usam transporte público, gostam de fazer compras pelo  bairro caminhando ou recorrem à bicicleta. “Por enquanto, não sentimos necessidade de ter um carro”, completa Hannah.

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