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Homenagem

Morre Marly Bueno, atriz que nasceu na Cidade Vargas

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Ela foi a primeira mulher a aparecer na tv brasileira, ainda durante a fase de testes das transmissões, na década de 1950.

Em 1960, a primeira edição do jornal SP Zona Sul destacava a incipiente e já intensa carreira da atriz que nasceu na Cidade Vargas, filha do jornalista e advogado Domingos D’Angelo e irmã do diretor fundador do SPZS, Luiz Ismar D’Angelo Netto, falecido em 2003.

Sempre bela e de presença impactante, Amália Angelina Marly D’Angelo se tornou Marly Bueno por sugestão de Walter Foster, um dos pioneiros da televisão no país. “Ele dizia que meu rosto inspirava calma, por isso o Bueno”, contava Marly.

Na madrugada da quinta, 12, Marly faleceu no Rio de Janeiro, aos 78 anos, por complicações em seu quadro após uma cirurgia no intestino. A atriz também contava que chegou a pensar em seguir carreira como advogada, mas o acaso a levou para a tv.

Foi acompanhando sua irmã mais velha Miriam Simone que trabalhava na Rádio Tupi que surgiu o convite para a jovem Marly participar da primeira transmissão de televisão. Foi no ano de 1950 que junto com a irmã, Marly foi a primeira imagem transmitida na televisão brasileira, quando segurava os créditos que iniciaram o programa.

No concurso de Miss TV, Marly foi selecionada e além de um aparelho de televisão ganhou um contrato na TV Tupi. Ali iniciou sua carreira com memoráveis montagens como “Crime e Castigo” ao lado de grandes atores como Cassiano Gabus Mendes, Lima Duarte, Sérgio Britto, Cill Farney e tantos outros.

Já nesse início de carreira foi convidada para fazer sua primeira participação no cinema, na Cia. Vera Cruz, no filme A família Lero Lero. No cinema atuou em diversos filmes na Atlântida, Vera Cruz, além de filmes independentes. Foi protagonista de Chão Bruto filme dirigido por Dionísio Azevedo. Também esteve com Oscarito no filme “Entre Mulheres e Espiões”. Ao lado de Odete Lara, Cill Farney e Paulo Autran esteve em “As sete evas” sob direção de Carlos Manga. Na televisão participou de montagens importantes da TV de Vanguarda.

Viajou o Brasil como atriz e apresentadora. Após o casamento se afastou das personagens mas manteve-se ativa apresentando os concursos de Miss Brasil em seus áureos tempos, de 1965 a 1979.Retomou a carreira de atriz em 1991 na minissérie “O Portador”. Desde então esteve em diversas novelas da Rede Globo como História de Amor, Laços de Família, Mulheres Apaixonadas, Páginas da Vida. N

a Record participou de Estrela de Fogo, Poder Paralelo e recentemente participou da minissérie Rei Davi, como a maldosa rainha Ainoã. Também esteve no cinema em 1999 ao lado de Anthony Quenn e Paulo Autran no filme Oriundi, além de Fica Comigo Esta Noite, Mulher Invisível e Inesquecível.

Nesse período de retomada, também voltou aos palcos com Veneza, Isadora Duncan (com direção de Bibi Ferreira) e recentemente no “Pacto das três Meninas” com Rosamaria Murtinho e Camila Amado.

Para a família D’Angelo, além da grande admiração por seu talento e sua carreira, ficará a imagem da forte tia Marly, sempre jovial e linda, sempre pronta a celebrar a vida.

Marly vivia há mais de quatro décadas no Rio de Janeiro onde está sendo realizado seu velório. Mas, será enterrada em São Paulo, neste sábado, no jazigo da família, ao lado dos pais e do irmão Luiz Ismar, no cemitério do Araçá.

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