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Cultura

Monumento às bandeiras recebe projeção contra o racismo

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O Monumento às Bandeiras, junto ao Parque do Ibirapuera, é parte de uma grande e atual polêmica. A obra, que retrata o movimento bandeirante no Estado de São Paulo, é alvo de pesadas críticas porque exalta a exploração, violência, com assassinatos e escravização de índios e negros nos séculos XVII e XVIII, durante a expansão dos colonizadores rumo ao interior do continente.

A discussão é antiga, mas agora ganhou força com a remoção de estátuas e monumentos que homenageiam figuras históricas que praticaram racismo e violência no passado, em todo o planeta.

Por isso, a Secretaria Municipal de Cultura vai promover, a partir dessa sexta, 24 de julho, até 24 de agosto, uma série de intervenções artísticas em toda a cidade: será a série Vozes contra o Racismo, com intervenções artísticas em vários pontos da cidade.

O primeiro deles será justamente o Monumento às Bandeiras, idealizado por Victor Brecheret em 1953.

A curadoria do projeto coube a funcionários negros da SMC, com objetivo de se tornar uma grande ação cultural de sensibilização e combate ao racismo. Paralelamente, haverá um ciclo de debates no webnário Diálogos Cultura Presente, tudo com o objetivo de valorizar o trabalho de artistas negro(a)s e indígenas.

Integrando o ciclo de debates Diálogos Cultura Presente, dez seminários online discutem o racismo em diversos eixos temáticos: Racismo no Brasil: Uma perspectiva histórica de invisibilidade dos povos Afroindígenas; Racismo Estrutural e Institucional: Reflexões transversais; Culturas Negras: expressões artísticas e lugares de Memória na cidade de São Paulo; Raízes e Sementes: Manifestações Culturais Negras e Resistência; e Artes e Comunicação: Vozes que ecoam. Informações sobre a série de Diálogos serão divulgadas em breve.

A projeção no Monumento às Bandeiras acontecerá de 24 a 30 de julho e é um destaque do projeto. A obra é realizada pelo artista Denilson Baniwa, com suporte do Coletivo Coletores, e busca subverter o monumento, símbolo da colonização brasileira, imaginando uma outra história para o Brasil.

O vídeo começa com uma caravela portuguesa que é naufragada pelas forças da natureza – essas, por sua vez, ocupam o monumento, que também dialoga com a estátua de Pedro Álvarez Cabral, localizada a poucos metros do local.

Outras projeções com suporte do Coletivo Coletores serão realizadas em espaços de todas as cinco macrorregiões da cidade, incluindo uma ação em frente ao Theatro Municipal, em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.

Ainda na programação, grafites de artistas como Mauro Neri, Diego Mouro, Grupo OPNI, Luna Bastos e Robinho Santana, além de uma série de lambes e instalações em diversos pontos da cidade.

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