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Urbanismo

Moema: Prefeitura promete obras contra alagamento

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Os moradores de Moema promoveram um protesto no último domingo para reivindicar obras de drenagem no bairro, que evitem novas enchentes como as que têm atingido a região nas recentes tempestades. Em um dos temporais, uma senhora de 88 anos faleceu, depois de ter tido seu carro arrastado pela correnteza e não conseguir sair – ela teve uma parada cardíaca.
Embora a situação seja antiga e se arraste por décadas, moradores apontam que se agravou com as recentes construções de edifícios em um bairro já bastante verticalizado. Um dos problemas constatados até pelos técnicos da Prefeitura é a existência de um muro irregular em uma das construções recentes.

No sábado, um dia antes da manifestação de moradores, o prefeito Ricardo Nunes foi visitar a região. Ele vistoriou obras na Praça João Alves Meira, onde os objetivos são garantir ampliação das áreas de absorção de água no local, ponto de alagamento da Rua Gaivota, e resolver os problemas de enchente na região. Os trabalhos tiveram início com a ação dos colaboradores da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), que retiraram uma placa de concreto encontrada no interior da grelha existente no local.

Acompanhado pelo secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), Marcos Monteiro, Nunes também respondeu a moradores que acompanharam a visita. Ele disse que, neste momento, as medidas são emergenciais e que continuarão a médio e longo prazo. E reiterou que a Prefeitura está tomando ações judiciais e administrativas para a retirada do muro, construído por um condomínio, que impede a vazão da água.

“Aqui temos um muro, feito por um prédio, que obstrui uma viela sanitária. Com sua retirada a viela será desobstruída e a água poderá fluir normalmente. Este local se tornou uma piscina. Foi uma ação irresponsável do condomínio, que foi notificado em 2018. Foram construídas piscinas, quadras, churrasqueira. Precisamos ter esses espaços públicos abertos”, enfatizou.

Nunes explicou que há um rio que passa por baixo da praça, o Uberabinha, e a área é ponto focal do acúmulo de água.

“Vamos ampliar as áreas de absorção, algo que minimizará e ampliará a capacidade de entrada da água da chuva para o rio Uberabinha e resolver esse problema. Na última quarta-feira faleceu uma senhora, vítima da enchente, e lamentamos muito esse ocorrido”, afirmou o prefeito.

Segundo o secretário Marcos Monteiro, com as atividades iniciadas neste sábado a permeabilidade da área irá melhorar.

“A capacidade da condução da água para a galeria será dobrada. Vamos também fazer jardins de chuva, que reduzirão bastante esse volume de água que fica acumulado. São ações de médio e curto prazo”, declarou.

O secretário também revelou que foi descoberto um estrangulamento em um trecho da galeria, que será solucionado para auxiliar na mitigação dos alagamentos. A construção de reservatórios, que demandarão desapropriações no local, integram um processo mais longo.

Moradores

A Associação de Moradores, Comerciantes e Proprietários de Moema, que organizou o protesto de domingo, aponta que o problema é antigo, em nota divulgada nas redes sociais:
“Desde nossa fundação vimos solicitando que a prefeitura tome providências para solucionar o problema das inundações na região de Moema e nada foi feito até o momento. A situação tem se agravado com o adensamento do bairro. Não basta quebrar um muro para diminuir a altura das águas.

O sistema de drenagem da região está saturado, a canalização do córrego Uberabinha não está dimensionada para a demanda atual. Desde 2014 aguardamos a execução do reservatório (piscinão do TCM). A prefeitura elaborou um projeto de drenagem da Bacia do Córrego Uberaba, que prevê também a construção de reservatórios no bairro. Precisamos que reformem as galerias que são antigas e que provocam os afundamentos das vias.

Precisamos que a Prefeitura fiscalize as obras, tomando medidas para impedir que o resíduo das betoneiras seja despejado nas sarjetas, pois acabam se acumulando nas bocas de lobo e entupindo os bueiros.

A responsabilidade pela aprovação, fiscalização e emissão de alvarás é da prefeitura. Se existem irregularidades nas construções, é a prefeitura que tem o dever de tomar as providências para regularizar. As consequências dessa omissão todos nós conhecemos.

Da parte da população, é necessário que cada um cuide do seu lixo, evitando colocá-lo no chão para que não boiem até as bocas de lobo nos dias chuvosos. Lembrem-se de não enfrentar as enchentes e procurar um abrigo seguro durante as chuvas. Precisamos da colaboração de cada um na luta por um bairro melhor. Contamos com a sua presença. É a participação do cidadão que traçará um futuro diferente de hoje”.

Durante a visita do prefeito, houve moradores que elogiaram a presença.

“Esta é a primeira vez que recebemos o representante de um órgão público. Estamos animados com essa ação do nosso prefeito, promovendo as alterações que devem ser feitas. Essa obstrução, que está trazendo muito transtorno, finalmente começará a ser resolvida”, comemorou Sérgio Roberto, residente da Rua Gaivota há 45 anos, aprovou a ação da Prefeitura.

Roselaide Silva, da Associação Viva Moema, declarou que a ação da Prefeitura vai melhorar as condições do bairro. “Temos 18 pontos de alagamento. Foi ótimo contar com a presença do prefeito aqui, checando os problemas e já propondo a solução deles”.

Juca Mulato

Outra situação que pode melhorar a drenagem na região é a construção do piscinão junto à Praça Juca Mulato, em frente ao prédio do Tribunal de Contas do Município (TCM), onde se encontram as bacias dos córregos Paraguai e das Éguas. Além da região de Moema, esses córregos impactam em outras vias da Vila Clementino e Mirandópolis, como Ascendino Reis e José Maria Whitaker.

As obras ali tiveram início em outubro de 2020, mas foram interrompidas e a Prefeitura informa qye uma nova licitação está sendo feita para continuidade do projeto.

Quando em operação, o piscinão ali deve ter capacidade de armazenando até 110 mil m³ de água (44 piscinas olímpicas)

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