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Direitos Humanos

Ministro de Direitos Humanos visita Centro de Arqueologia Forense Unifesp

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O Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (CAAF/Unifesp) recebeu, neste domingo (2), a visita do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Além de conhecer a sede do centro, o ministro observou como são feitos os trabalhos de identificação dos remanescentes ósseos retirados da vala clandestina de Perus, cemitério na periferia paulistana no qual foram sepultados(as) desaparecidos(as) políticos(as) vitimados(as) durante o período da ditadura.

O ministro, que estava acompanhado por Nilmário Miranda, assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade, e Caio Bruno Pires Mendes Cateb, coordenador de apoio à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, foi recepcionado por Raiane Assumpção, reitora pro tempore da Unifesp, Anderson Rosa e Luciana Alves, respectivamente pró-reitor e pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis, Dan Levy, chefe de Gabinete, Carla Osmo e Aline Feitosa, respectivamente coordenadora e vice-coordenadora do CAAF, e Edson Teles, coordenador do trabalho da vala clandestina de Perus.

Após ver detalhes do trabalho desenvolvido no CAAF no caso da vala de Perus, que envolve a integração das famílias dos(as) desaparecidos(as), com registros, documentação, entrevistas e resgate de memórias, além da associação, genética e organização dos remanescentes ósseos, o ministro ouviu dos(as) representantes(as) da Unifesp a relevância da atuação do centro, não apenas no caso dos(as) desaparecidos(as) políticos(as) durante o regime da ditadura, mas também em outros casos de violência de Estado, desde que tenha melhor estrutura e recursos garantidos para isso.

“O caso da vala de Perus é emblemático e muito importante, serve de resposta do Estado Brasileiro nessa nova etapa da democracia. Ajuda a revelar e demonstrar o que aconteceu para que não se repita mais. Mas, o CAAF pode ir além, tem capacidade técnica e competência para fazer muito mais análises e ajudar em muitas outras situações. Para isso acontecer, porém, necessitamos de mais recursos. Os aportes para os trabalhos executados aqui são pontuais e variados, vindos de emendas parlamentares ou de ações judiciais. O centro carece de uma linha de política pública fixa por parte do Estado”, salientou Raiane, durante a visita.

Os detalhes com relação às necessidades de reestruturação do CAAF foram repassados ao ministro Silvio Almeida por Edson Teles que, em sua fala, destacou alguns pontos fundamentais. “Precisamos da assinatura do Termo de Cooperação Técnica entre a Unifesp e o ente público, de modo que tenhamos tranquilidade para a sequência dos trabalhos. Já na questão financeira, precisamos da garantia de verbas vindas do Ministério da Educação e do Ministério dos Direitos Humanos, inclusive para a contratação de pessoal. Isso, além de estruturação para que o trabalho de genética, hoje realizado na Holanda, seja feito por nós aqui. O processo sairia menos custoso e mais rapidamente. Temos capacidade técnica e equipamento, nos falta custeio e melhor estrutura”, ressaltou.

Após a visita à sede e ouvir as demandas, o ministro de Direitos Humanos e da Cidadania enalteceu a atuação do CAAF, manifestou total interesse em “recuperar uma relação mais próxima e orgânica com o centro” e encerrou o encontro, afirmando “desejar atuar com estratégia para transformar o trabalho, de fato, em uma política de Estado não apenas para o caso dos(as) desaparecidos(as) durante a ditadura, mas algo ainda mais abrangente, com a atuação tão importante do centro em casos dos nossos tempos atuais”.

Fonte: Unifesp – Fotos e Textos: Denis Dana

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