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Cultura

Mam traça Panorama da arte brasileira em mostra

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O 34º Panorama da Arte Brasileira – Da pedra Da terra Daqui, mostra bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, deveria ter sido encerrada em dezembro. Mas, o público tem uma nova oportunidade de conferir a mostra até 10 de fevereiro.

O público poderá conferir as primeiras manifestações artísticas tridimensionais brasileiras de que se tem notícia.

A mostra tem dupla missão: primeiro, destacar uma parcela da história brasileira pouco conhecida tanto pelo grande público quanto por artistas e pesquisadores: uma seleção significativa de esculturas em pedra polida, primeiras manifestações tridimensionais de que se tem notícia, produzidas aproximadamente entre 4000 e 1000 a.C., encontradas em território que se estende no que hoje é o sudeste meridional do Brasil até a costa do Uruguai. Depois, apresentar um diálogo/provocação, na medida em que essas peças podem motivar as obras produzidas por artistas contemporâneos convidados a contrapor-se a esse imaginário, de acordo com suas próprias personalidades, pesquisas e meios.

Em meio ao universo caótico de nossa realidade, à parte a violenta história de dominações e colonialismos que vivenciamos, emergem essas poderosas pequenas esculturas cujos sentidos originais se perderam, assim como os povos que as produziram: os chamados povos sambaquieiros.

Tais “brasileiros de antes do Brasil” merecem estar em nossa história da cultura e da arte, seja por sua flagrante atenção pela natureza e pelo que os rodeava, seja pela qualidade única e enigmática de suas esculturas. Participam os artistas Berna Reale, Cao Guimarães, Cildo Meireles, Erika Verzutti, Miguel Rio Branco e Pitágoras Lopes –, de gerações diferentes, de regiões várias e identificados com pesquisas artísticas contrastantes entre si, que foram instados a produzir novos trabalhos que refletissem o Brasil de hoje, quiçá inspirados no de ontem, no que ele tem de inapreensível enquanto conceito, assim como telúrico enquanto presença.

Cada artista constrói uma ambiência com suas obras, sejam elas vídeos, esculturas, fotos, pinturas, instalações ou projetos. Paralelamente, as esculturas pré-históricas apresentam-se com doses igualmente surpreendentes de coesão e variedade. Tempos e espaços chocam-se, enquanto especificidades locais, e tendências globalizantes se confundem. Uma outra forma de ver o panorama da arte brasileira.

O Mam fica no Parque do Ibirapuera, com entrada pelo portão 3. Abre de terça a domingo, das 10h às 18h. Ingressos a R$ 6, grátis aos domingos e para menores de 10 anos ou maiores de 65 anos.

 

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