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Urbanismo

Lei conseguirá reverter situações perigosas aos pedestres?

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Bairros como a Vila Clementino, a Vila Mariana, a Vila Fachini e o Planalto Paulista têm muito trabalho pela frente se quiserem adequar todos os passeios públicos às novas normas. Aqui, não são só buracos ou problemas resultantes do desgaste ou má conservação que impedem a acessibilidade. Há ondulações provocadas por raízes subterrâneas, degraus construídos para adequar a entrada de garagens e lojas, irregularidades provocadas por declives acentuados de terreno…
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

Será que a Prefeitura também terá capacidade de cortar todas as raízes e troncos de árvores que causam buracos e falhas em inúmeros passeios públicos, em especial em bairros arborizados como o Planalto Paulista? Será que esta poda radicular intensa não provocará a desestabilização das árvores? Recentemente, o jornal SP Zona Sul mostrou que os serviços de poda e remoção acontece com lentidão arriscada na cidade, por conta do excesso de pedidos e escassez de equipes. Então, se não há funcionários nem para atender casos em que a árvore apresenta risco de queda, como será possível corrigir as milhares de raízes irregulares existentes na cidade? “Há uma outra lei recém-aprovada que vai permitir que o proprietário pague também pela poda que solicitar, o que facilitará a contratação de mais equipes de podas radiculares”, diz o vereador Dissei.

De qualquer forma, a lei prevê que, enquanto os problemas provocados pela árvore não forem eliminados pela Prefeitura, o proprietário não é obrigado a fazer o conserto da calçada. Isto provavelmente significa que muitas ruas do Planalto Paulista e Vila Mariana continuarão provocando tropeços dos pedestres por muito tempo…

Outro cenário comum na região é o das calçadas estreitas, que impedem a circulação de pedestres. Em muitas delas, para agravar o quadro, há plantas, postes de energia, sinalização… Pela nova lei, as calçadas não podem ter menos de 1,20, mas há várias ruas da região em que os passeios não atingem nem a metade desta metragem e, se fossem corrigidas, a rua ficaria estreita a ponto de impedir a passagem dos carros. “Nestes casos, em que já há uma consolidação, não haverá exigência de ampliação”, diz o vereador. Ou seja, a falta de planejamento do passado dificilmente terá uma solução futura para garantir o trânsito seguro de pedestres.

Já com relação a outros pontos onde a calçada é ampla, porém o mobiliário urbano interfere no espaço para caminhar, o vereador diz que as concessionárias (energia, telefonia, sinalização) deverão fazer a remoção dos equipamentos. O mesmo valerá para vias onde as bancas de jornal ocupam espaço excessivo da área do passeio.

Outra preocupação é com as vias em aclive. Bairros como a Vila do Encontro, no Jabaquara, com topografia complexa, são repletos de calçadas irregulares, com degraus e rampas para entrada de veículos em garagem. “Tudo terá que ser corrigido. Um estudo de engenharia pode resolver a situação”, diz o vereador Dissei, explicando que a lei permite uma inclinação de até 6 graus, sem formação de degraus. Mas, há um parágrafo na lei que deixa uma brecha para situações mais radicais. No artigo que trata dos passeios, o segundo parágrafo diz que devem ser considerados em mau estado de manutenção e conservação”, os passeios que apresentam buracos, ondulações ou obstáculos que impeçam a circulação livre e segura dos pedestres, ou em desacordo com o aspecto estético, além de desníveis “não exigidos pela natureza do logradouro”…

Longo trabalho pela frente. Como o próprio autor da lei aponta, a cidade tem mais de mais de 34 mil quilômetros em calçadas.

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