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Cultura

Kobra conclui mural que retrata passado de Congonhas

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O Aeroporto de Congonhas tem importância histórica na cidade de São Paulo. Conta-se, até, que foi por causa do terreno onde seria construído que a então província de Santo Amaro foi então integrada à de São Paulo, em 1935. Um ano depois, surgiriam as pistas, como uma grande novidade na cidade. E, aos poucos, o local ganhou ainda mais fama. Em especial entre 1950 e 1980, o Aeroporto se transformou em um ponto turístico da cidade, onde as pessoas iam para observar pousos e decolagens, tomar um café…

Em tempos de popularização de viagens aéreas no país e com a saturação de Congonhas, hoje na verdade a população passa apressada por seus corredores e, no máximo, encanta-se com produtos à venda em suas lojinhas. Mas, esta semana foi concluída uma nova atração no Aeroporto que pode resgatar sentimentos nos saudosistas ou dar uma lição de história paulistana para os mais jovens.

Foi concluído o mural do artista Eduardo Kobra, aquele que já é famoso pelos trabalhos que expõe em vários pontos da cidade, inclusive na região.

Ele é o autor, por exemplo, dos murais ao longo da Avenida 23 de Maio próximo ao viaduto Tutóia, ou do que estampa uma parede no entroncamento da Rua Domingos de Morais com José Neto e que traduziu em grafite uma famosa fotografia do Greenpeace denunciando a cruel pesca de baleias em mares japoneses.

Já a cena retratada no mural do Aeroporto é bem mais suave. Mescla períodos da história porque retrata o local como era na década de 1950, quando paulistanos abusavam da elegância só para ir assistir aos pousos e decolagens no local, ao mesmo tempo em que mantém um discreto Santos Dumont em um terraço, observando tudo. Vale lembrar que o pai da aviação morreu em 1932, antes mesmo de Congonhas ser inaugurado.

O mural se esparrama por 16 metros e tem 3 metros de altura. É formado por um mix forte de cores, mas tem cenas em preto e branco. Faz parte da série “Muro de Memórias” do Estúdio Kobra e foi realizado com o auxílio de dois outros artistas do estúdio.

Dias depois de concluir o mural, Kobra se mostrava triste em sua página no facebook, por uma situação pessoal: o pai do artista faleceu.

 

Acima, detalhe do mural em que aparece Santos Dumont. Abaixo, a pintura quase completa, que tem 16m x 3m

 

 

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