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Urbanismo

Jardins de chuva: reconhecimento internacional

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A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras, foi homenageada sexta-feira (14/10), durante cerimônia realizada pela World Green City Awards na Coreia do Sul, pela instalação de jardins de chuva na capital, quando recebeu certificado internacional de boas práticas.

Trata-se de áreas verdes inovadoras, que somam a beleza de folhas e flores à funcionalidade de captação de águas pluviais e que têm como finalidade ampliar a permeabilidade do solo na cidade e minimizar os efeitos de alagamentos.

A região da Subprefeitura de Vila Mariana é das que mais concentra desse projeto na cidade. O ipiranga também tem alguns endereços e, ainda na zona sul, há unidades também na Capela do Socorro

Além das funções em infraestrutura verde, essas modalidades ampliam as possibilidades de bem-estar, lazer, permeabilidade e biodiversidade urbana, enquanto auxiliam no escoamento da água da chuva. Os jardins filtram a água para uma rede de drenagem subterrânea e evitam o acúmulo na superfície. Este é o objetivo da SMSUB, que já implantou mais de 200 unidades, desde 2017, por meio das Subprefeituras.

“A implantação de áreas verdes é muito importante para diminuir a aridez da cidade, com a utilização de plantas e flores. Porém mais do que isso, os jardins de chuva têm como diferencial a capacidade de drenar a água que até então ficava acumulada no asfalto. É mais uma medida para diminuir os pontos de alagamentos”, declarou Alexandre Modonezi, secretário municipal das Subprefeituras.

Os jardins estão distribuídos nas zonas Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro. Outros distritos contemplados pela cidade são Aricanduva, Butantã, Cidade Tiradentes, Lapa, Penha, Pinheiros, Santana/ Tucuruvi, Sé, Casa Verde/Cachoeirinha e Ermelino Matarazzo. Todas as obras foram realizadas por equipes que já prestam serviços às Subprefeituras, sem contratações excepcionais.

A região central da capital foi escolhida para receber o projeto-piloto de Soluções baseadas na Natureza (SbN) e concentra a maior parte dos jardins. São cerca de 92 mil m², se considerarmos também outras intervenções com a mesma função de captação de água, como as vagas verdes, biovaletas, escadarias verdes, poços de infiltração, land art e bosques de conservação urbana.

Está prevista a entrega de 400 unidades até o final de 2024. A Prefeitura tem trabalhado para conseguir financiamento internacional para ampliar a quantidade de obras desse tipo para 2 mil.

Vila Mariana

Fagundes Filho, Uvaias, João Lourenço, Lourenço de Almeida, Baltazar da Veiga, Domingos Leme e Praça Arquimedes Silva são endereços onde a Subprefeitura de Vila Mariana já implantou os chamados Jardins de Chuva. Outro foi implantado no cruzamento da Avenida Bosque da Saúde com a Rua Bertioga, onde há uma rotatória, atualmente.

Uma das primeiras áreas a abrigar o projeto, com seis pontos de jardins de chuva, a  Avenida Fagundes Filho foi escolhida por fazer parte da Bacia do Córerego Ipiranga

O ponto mais alto da avenida está na altura da Rua Berto Conde (790 metros do nível do mar) e o mais baixo, na altura da Rua Galeazzo Alessi (770 metros do nível do mar). A declividade é suave, com caimento de cerca de 4,1%. A topografia e caimento favorece o escoamento superficial contínuo, de velocidade moderada em uma área impermeável, ou seja, onde não há infiltração da água da chuva, que vai direto para as galerias pluviais e desemboca no Rio Tamanduateí.

A água da chuva que corre sobre a Avenida Fagundes Filho vai para o Córrego Ipiranga, segue para o Rio Tamanduateí e depois para o Rio Tietê, que corre sentido noroeste, desembocando no Rio Paraná, na divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

A partir daí, a água segue em direção sudoeste passando por Paraguai e Argentina, e muda de direção para sudeste antes de desembocar no Oceano Atlântico, na divisa com o Uruguai, percorrendo uma distância aproximada de 3.040 km da Av. Fagundes Filho até o Oceano Atlântico.

Na Vila Nova Conceição, a área do projeto está localizada entre as microbacias hidrográficas dos córregos Sapateiro e Uberaba. O ponto mais alto está na Rua Lourenço de Almeida com a Rua Brás Cardoso, a aproximadamente 747 metros acima do nível do mar. Os pontos mais baixos estão na Rua Balthazar da Veiga com a Rua Jerusalém; Rua João Lourenço com a Rua Jacques Félix (ambos a cerca de 745 metros do nível do mar). A declividade nesses locais avorece o escoamento superficial lento e contínuo.

Benefícios do jardim de chuva

  • Diminui volume de enchente (reduz até 43%) 
  • Diminui pico de enchente (reduz até 70%) 
  • Redução da erosão 
  • Reduz demanda de água potável para irrigação 
  • Baixo custo e execução simples 
  • Redução da temperatura do ar 
  • Tratamento da poluição difusa 
  • Recarga de aquíferos subterrâneos 
  • Melhoria da qualidade da água pluvial 
  • Melhora a qualidade do ar: plantas absorvem gás carbônico, produzem oxigênio e controlam umidade 
  • Reduz temperatura da água do escoamento superficial 
  • Estética 
  • Estimula convívio social 
  • Potencializa vida vegetal e animal

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