Grandes obras no Jabaquara trazem desafios para novo subprefeito

Quando moradores da região da Vila do Encontro ou Vila Fachini se dirigiam à Subprefeitura do Jabaquara, no ano passado, em busca de informações sobre a Operação Urbana Água Espraiada, em busca de informações sobre o projeto que provocaria desapropriações no bairro, decepcionavam-se. Especialmente pela falta de respostas. Apesar de o projeto ser uma das maiores ousadias da municipalidade na região, os dados não estavam disponíveis ali, pois a obra, de grande porte, está sob comando da Secretaria de Infraestrutura Urbana. Mas, este é apenas um dos absurdos resultantes da falta de diálogo entre diferentes instâncias e departamentos na Prefeitura paulistana – e que vai no sentido contrário à proposta central das subprefeituras: descentralizar.
“Em 2013, o orçamento que temos já foi definido na gestão anterior. Mas será o momento de adotar uma nova postura administrativa, fortalecendo a ideia de descentralizar e facilitar a prática de cidadania pela população”, avalia Dirceu de Oliveira Mendes, que assumiu a subprefeitura na gestão Fernando Haddad. “A discussão e a revisão do Plano Diretor da Cidade, fortalecendo os conceitos de planejamento urbano, também vão facilitar que o morador possa acompanhar mais de perto as decisões sobre seu bairro”, complementa o novo chefe de gabinete, Wander Geraldo da Silva.
Dirceu e Wander receberam o São Paulo Zona Sul para falar não apenas da nova postura, em busca de maior participação popular, como também dos desafios que sabem que será necessário encarar nos próximos anos. Se o Brasil todo está em ebulição, o Jabaquara está em situação semelhante.
Aliás, por lá as polêmicas envolvendo remoções de comunidades carentes e desapropriações de imóveis para a Operação Água Espraiada são apenas parte de um debate que se estenderá não apenas até o próximo ano. O bairro ainda passará pela discussão sobre implantação de um mega parque linear de tamanho próximo ao do Ibirapuera, construção de linha de metro em elevado (o monotrilho da linha 17-Ouro), grandes obras que trazem impactos diretos e indiretos. Há ainda a proposta de se ampliar o Centro de Exposições Imigrantes, com construção de arena de shows, estacionamento e complexo hoteleiro que, embora não esteja dentro da área da subprefeitura (fica já em território do Ipiranga), trará consequências ao bairro.
“O Arco do Futuro, principal promessa de campanha do prefeito Fernando Haddad, tem estreita relação com todas estas obras e com a proposta de fortalecer outras regiões da cidade”, diz Dirceu, prevendo que a valorização da Avenida Cupecê, prevista no Arco do Futuro, também provocará mudanças positivas no bairro.
Gestor de Transporte e Tráfego, Dirceu estudou e é apaixonado pelo tema mobilidade urbana. “A criação de novas centralidades trará diversos benefícios para a cidade”, diz ele. “Diversos problemas poderiam ser minimizados com o fortalecimento de economias locais e é essa a ideia do Arco do Futuro”.