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Geração excessiva de lixo gera até conflitos diplomáticos

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No começo de junho, um navio repleto de resíduos não recicláveis partiu das Filipinas em direção ao Canadá. A viagem foi a decisão final de um impasse diplomático envolvendo os dois países. O presidente das Filipinas, Rodrigo Dularte, vinha denunciando que o Canadá encaminhava contâineres supostamente com plástico reciclável mas que na verdade continuam rejeitos como fraldas descartáveis usadas.

O país da América do Norte acabou concordando em receber o material de volta, o que custará aos cofres canadenses quase 1 milhão de dólares. Mas há outros casos similares na atualidade. Também a Malásia vem denunciando o recebimento de lixo de países do primeiro mundo como EUA, França, Japão, Canadá, Grã Bretanha, Espanha e Austrália.

Há 30 anos, em 1989, foi assinado um documento internacional justamente para regular a circulação de materiais tóxicos pelo planeta.

A chamada Convenção de Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos teve adesão da maioria dos países, inclusive o Brasil.

Ao aderir à convenção, o governo brasileiro adotou um instrumento que considerava positivo, uma vez que estabelece mecanismos internacionais de controle desses movimentos, baseados no princípio do consentimento prévio e explícito para a importação, exportação e o trânsito de resíduos perigosos.

A convenção procura coibir o tráfego ilegal e prevê a intensificação da cooperação internacional para a gestão ambientalmente adequada desses resíduos. Recentemente, emendas no documento incluem a circulação do plástico como material perigoso, por conta dos excessos do uso do material no planeta.

Lixo eletrônico

E não é só o excesso de plástico que está colocando o planeta em risco e gerando altos custos para as nações.

Na África, o problema está especialmente em lixo eletrônico: o continente que menos usa aparelhos como computadores, celulares e tetevisores é o que mais tem recebido esse material como “lixo”.
Especialmente em Gana, são famosas as pilhas de lixo eletrônico A Organização Internacional do Trabalho (OIT) das Nações Unidas, alertou recentemente para o crescimento de lixo eletrônico no mundo, que produz cerca de 50 milhões de toneladas do chamado “e-lixo” por ano, um volume avaliado em mais de 60 bilhões de dólares.

A OIT sugere que governos transformem a crescente “enxurrada tóxica de lixo eletrônico e elétrico” numa fonte de empregos decentes, por meio de mais investimentos em reciclagem e reaproveitamento. De acordo com a OIT, apenas 20% do lixo eletrônico é formalmente reciclado.

No continente latino-americano, afirma o documento intitulado Gestão Sustentável de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos na América Latina, o Brasil perde a liderança na quantidade de resíduos de aparelhos econômicos e eletrônicos apenas para os Estados Unidos. Dos 10 países analisados pelo estudo, apenas Colômbia, Peru, Brasil e Equador possuem marcos regulatórios para o descarte e tratamento adequado desses resíduos.

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