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Futuro exigirá novas atitudes

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Calcula-se que um terço da população mundial esteja em quarentena. O isolamento social não é simples e tem repercussões complexas como o afastamento de crianças e jovens das escolas e a impossibilidade de famílias se encontrarem, provocando solidão em idosos. Ao mesmo tempo, pode-se dizer que a pandemia está trazendo algumas lições e que novas atitudes serão forçosamente adotadas pela humanidade – e elas passam por higiene, limpeza e respeito ao meio ambiente.

Poluição

A pandemia de Covid 19 mostrou, por exemplo, que a redução da circulação de automóveis e aviões, além da redução no ritmo industrial pelo planeta reduziram drasticamente os níveis de poluição do ar. Pesquisas internacionais mostram que sete milhões de pessoas morrem a cada ano, no planeta, por complicações derivadas da poluição atmosférica.

O desafio passa a ser buscar um equilíbrio entre produção, circulação e distribuição, em busca de mais saúde, evitando doenças respiratórias ou resultantes de falta de higiene e saneamento básico.

O ser humano, portanto, em qualquer lugar do planeta afetado pela pandemia e por riscos de novas doenças, vai precisar reaprender a valorizar o ar limpo, a destinação correta dos resíduos em meio urbano e a produção sustentável de bens.

Animais

Vale ainda apontar que a própria Sars-Cov2, que ficou conhecida por Covid 19 ou novo coronavírus, é mais uma zoonose, ou seja, tem origem em animais, provavelmente derivada do morcegos ou algum outro mamífero, como demonstram estudos recentes realizados por cientistas da Organização Mundial de Saúde.

“Nunca tivemos tantas oportunidades para as doenças passarem de animais selvagens e domésticos para pessoas”, aponta a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen. “A perda contínua dos espaços naturais nos aproximou demasiadamente de animais e plantas que abrigam doenças que podem ser transmitidas para os seres humanos.”

De acordo com o Pnuma, cerca de 60% das doenças infecciosas humanas e 75% das doenças infecciosas emergentes são zoonóticas, ou seja, transmitidas através de animais: ebola, gripe aviária, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), o Vírus Nipah, a Febre do Vale Rift, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), a Febre do Nilo Ocidental, o vírus zika e, agora, o coronavírus – todos ligados à atividade humana.

Para quem vive em meios urbanos, como a capital paulista, ganha ainda mais importância a adoção de uma nova atitude de consumo, reduzindo a quantidade de carne nas refeições, valorizando produtores locais e o pequeno comércio.

A limpeza urbana também ganha mais destaque, já que muitas das zoonoses – como dengue – e também muitos animais sinantrópicos que transmitem doenças graves – como o rato – surgem a partir da sujeira espalhada pelas ruas. Vale destacar que em São Paulo, durante a pandemia, o total de resíduos domésticos não recicláveis caiu, bem como o total recolhido das ruas nos serviços de varrição diária, por conta da menor circulação de pessoas.

Resíduos

O meio ambiente, desde que protegidos seus ecossistemas, tem condições de se regenerar, mas para isso é preciso “reduzir o ritmo”.

Durante o período de isolamento social, ficou claro que algumas dessas mudanças são viáveis e que o equilíbrio é possível. A geração de resíduos está no centro dessa mudança, simboliza o encerramento do ciclo que se inicia na extração de matéria prima na natureza para consumo humano e passa para a produção de bens e alimentos.

Não só no Brasil mas em todo o planeta, a pandemia resultou em geração dos resíduos, demonstrando que as famílias em isolamento social e com redução na renda gerada souberam aproveitar melhor seus recursos.
Por outro lado, o volume de recicláveis cresceu, principalmente por conta da necessidade de usar descartáveis, incluindo aí as embalagens de produtos industrializados e de entrega de alimentos prontos (delivery).

Novas escolhas

Essa carência vai ditar mudanças de rumo na sociedade? Provavelmente, sim. A pandemia está alterando a escala de importância de objetos, atitudes, programações e certamente vai alterar inclusive políticas públicas.

Algumas coisas que já eram tendência, vão ter sua implantação acelerada, certamente.

O trabalho remoto, a proximidade entre casa e emprego, por exemplo, vão ser estimulados e podem reduzir a demanda por transporte público e fortalecer laços comunitários, a implantação de novos negócios de forma regionalizada.

Também deve ser ampliada a busca por produtos eletroeletrônicos, tanto para o lazer quanto para o trabalho, educação, compras, medicina…

Computadores, celulares, televisores e aparelhos periféricos devem ter crescimento de vendas, o que exigirá dos consumidores mais atenção em suas escolhas: produtos mais duráveis, preocupação com o descarte futuro, privilegiando marcas que se encarregam da reciclagem dos componentes.

O mundo do consumo também tende a ter mudanças, nem todas ainda previsíveis, mas com dificuldades na circulação entre países, a produção local pode ser valorizada, o que protege a natureza de agressões e evita emissões de poluentes com menor transporte das mercadorias.

O que fazer

Nesse novo cenário mundial, que hábitos permanentes o paulistano pode adotar para contribuir com um futuro melhor? Veja algumas ideias simples para reduzir a geração de resíduos no ambiente doméstico:

1. Separe os recicláveis dos resíduos comuns e verifique em ecourbis.com.br/coleta/index.html o dia e horário corretos para disponibilizar os resíduos para coleta. Tanto a coleta seletiva quanto a domiciliar tradicional são serviços executados na zona sul paulistana pela concessionária Ecourbis Ambiental, com equipes e caminhões diferentes em datas diferentes.

2. Evite o desperdício. Congele sobras de alimentos e aprenda novas receitas com cascas, talos e sementes.

3. Prefira alimentos orgânicos e reduza o consumo de carne – uma boa ideia pode ser estabelecer um dia da semana para não comer nada de origem animal.

4. Faça uma mini horta de temperos em casa, aprenda jardinagem.

5. Aprenda a fazer artesanato com material reciclável (potes, latas, caixas, garrafas) ou mesmo com itens não recicláveis (roupas, cds e dvds, cacos de cerâmica e porcelana)

6. Doe aquilo que não é mais utilizado mas ainda está em bom estado: brinquedos, livros, móveis, eletrodomésticos, roupas, calçados.

7. Prefira produtos naturais – frutas em vez de sucos de caixinha, por exemplo)

8. Dê preferência a produtos que usam embalagens que possam ser reaproveitadas em casa – como potes de plástico ou de vidro.

9. Para embalagens que serão encaminhadas à reciclagem, a preferência deve ser por papelão, alumínio e Pets.

10. Valorize mais a experiência (programas culturais, piqueniques, jantares) do que a posse de produtos que rapidamente se transformam em resíduos.

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