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Urbanismo

Feira de orgânicos ocupa área que deveria abrigar creches?

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Prefeitura pretendia usar área estadual para creches, mas terreno será ocupado só por feiras

Quem passa ao lado do terminal Jabaquara do metrô às sextas-feiras, no período da tarde, já percebeu que tem novidade ali. Desde agosto do ano passado, vem sendo promovida no local uma Feira de produtos Orgânicos.

Diferente das demais feiras livres da cidade, que são de responsabilidade da Prefeitura, esta é organizada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. A outra exceção acontece ali, no mesmo terreno, aos domingos: é o Varejão que costumava ser montado junto à Rodovia dos Imigrantes e viaduto Mateus Torloni, em frente ao batalhão da Polícia, antes das obras de ampliação do SP Expo.

De acordo com a Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), o objetivo é que a feira sirva de embrião para que outras, nos mesmos moldes, sejam realizadas em diversas regiões do Estado para fomentar o setor de produtos orgânicos e oferecer mais opções de alimentação saudável.

O projeto está inserido no Projeto Bom Preço do Agricultor, da Codeagro, que visa articular ações para o desenvolvimento da economia regional, agregando valor à pequena e média produção de hortifrutigranjeiros, produtos agropecuários e agroindustriais.

Sào cerca de 30 expositores distribuídos em 800 metros quadrados vendendo não apenas frutas e verduras, mas também pães, salgados, café, cosméticos, etc. O horário escolhido pelos produtores e pela Codeagro abrange os períodos da tarde e da noite, uma estratégia para conquistar não apenas o consumidor do entorno, mas também a população que usa o terminal EMTU e o Metrô Jabaquara como acesso a cidades como Diadema, São Bernardo e Santo André.

De acordo com a Codeagro, a Feira promovida aos domingos no mesmo espaço, o antigo Varejão, já recebe 22 mil pessoas por semana, que compram cerca de 190 toneladas de alimentos por domingo.

Na volta para casa depois de uma semana de trabalho, a hora será de cuidar da saúde colocando produtos orgânicos na sacola (mas haverá estacionamento ao lado para quem quiser ir de carro).

Terreno disputado

O terreno havia sido prometido para sediar, inicialmente, uma companhia ou até mesmo um Batalhão da Polícia Militar, o que agradou a comunidade. Mas, a ideia foi descartada. A Prefeitura, então, passou a almejar o terreno, que poderia abrigar creches necessárias ao bairro. A notícia chegou a ser comemorada também no Jabaquara, mas por pouco tempo: a própria Secretaria Municipal de Educação informou que o metrô não concordou em ceder o amplo terreno que fica ao lado do terminal Jabaquara do metrô para a construção das unidades de Centros de Educação Infantil (CEI).

Agora, a ampla área que já foi usada como centro comunitário de lazer, gerenciada pela comunidade, passa a semana toda vazia e inutilizada, em localização nobre e invejada. Aos domingos, apenas, abrigava o Varejão que costumava ocorrer junto à sede do Terceiro Batalhão, no Jabaquara.

Questionada pelo jornal SP Zona Sul, a Secretaria de Agricultura informou, ano passado, que pretendia ampliar o uso da área com a promoção de outros eventos aproximando agricultores da comunidade.

A feira de orgânicos no Jabaquara passou a ser promovida, em agosto, dentro desta lógica. Mas, até agora, nem foi ampliada, em número de participantes, nem há sinal de outros eventos ocupando o espaço durante a semana.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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