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Cultura

Fausto, de Goethe, estará no palco do João Caetano

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Para Georgette Faddel, “Fausto”, de Johann Wolfgang von Goethe, não foi só mais uma leitura. Por meio do personagem central homônimo e de seu pacto com Mefistófeles, visualizou toda uma problemática que se reflete na sociedade até os dias atuais: o cansaço, a luta diária para realizar algo de útil ao ser humano, sempre sem sucesso. Impactada pela obra, convidou Claudia Schapira para iniciar o processo de adaptação da peça homônima, apresentada pela Companhia São Jorge de Variedades no Teatro João Caetano a partir do dia 12.
Na história, Fausto, insatisfeito, faz um pacto com Mefistófeles em troca de prestígio espiritual –ato que não poderia ser estabelecido sem consequências. Para levar o texto ao público, as diretoras selecionaram as estrofes e palavras mais potentes, sem a necessidade de atualização ou recorte específico. Embora seja uma versão resumida, dada a extensão da obra, é uma adaptação fiel. “Não quis analisar o texto, quis trazer as chaves e os mistérios dessa obra para o público, que passa percepções sobre como nossa sociedade está fundamentada”, afirma Georgette.
A cenografia é minimalista e entra em confluência com a música, feita em harmonia com a passagem encenada. “A trilha tem função narrativa, climática”, explica a diretora. “Fomos buscando a musicalidade necessária para que o sentimento daquela cena florescesse”. Partindo dos versos da obra original, Faddel apontou as dificuldades enfrentadas com o trabalho vocal. “A tendência é de declamarmos; foi difícil interpretar o texto dessa embocadura de maneira orgânica, colocar palavras fortes na boca de cada ator. Foi difícil adaptar a linguagem, por ser um texto tão cheio de emoções e curvas dramáticas”, revela.
Neste ano, a companhia completa 15 anos de trajetória, marcados por espetáculos de grande repercussão como “Biedermann e os incendiários’, de Max Frisch, e o itinerante “Barafonda”, baseado em uma pesquisa sobre o bairro da Barra Funda. Com a temporada no João Caetano, o grupo quer promover a multiplicidade do público, atraindo não apenas apreciadores das artes cênicas, mas também pessoas interessadas em discutir filosofia, ou mesmo aquelas curiosas pela fábula de Fausto. “Estamos felizes pela coragem de enfrentar um texto como esse de maneira aberta”, finaliza Georgette.
O Teatro João Caetano fica na Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino (estação Santa Cruz). tel. 5573-3774 . De 12 a 23/11, de quarta a sábado, 20h30, domingos, 19h. Grátis (retirar ingresso, até um par por pessoa, uma hora antes).

 

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1 Comentário

1 Comentário

  1. Rian Souza Oliveira

    15 de novembro de 2016 at 15:55

    Eu quero saber qual obra já apresentada ao público de João Caetano

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