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Cultura

Exposição brinca com duplos sentidos na Vila Mariana

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Começa na próxima semana uma programação que reúne vários requisitos de uma boa mostra de arte: além de dialogar com o público e estimular diferentes leituras de cada obra, as duas exposições prometem incomodar, provocar estranhamento ou até desconforto nos visitantes.
“O que caminha ao lado” é o nome da mostra coletiva organizada por Isaella Rjeille, que abre no dia 26 e fica até novembro em cartaz. Serão vídeos, instalações, objetos, projeção de slides e fotografias de artistas contemporâneos.
São no total 14 obras que dialogam com condições e efeitos da duplicidade, permanente ou momentânea, ao criarem estados de estranhamento e desconforto em seus observadores.
Apoiando-se no conceito do “Doppelgänger”, figura mitológica capaz de criar o duplo de si mesmo, a curadoria de Isabella cria possibilidades de leituras e interpretações duplas das obras de Ana Luiza Dias Batista, Daniel Steegmann Mangrané, Daniel Jablonski, Pedro França, Denise Alves-Rodrigues, Deyson Gilbert, Fabio Morais, Flora Leite, João Loureiro, Luísa Nóbrega, Maura Grimaldi, Pilvi Takala, Sergio Bonilha, Luciana Ohira e Vivian Caccuri, que realiza performance no dia da abertura (26).
Exemplos
A obra “Migalhas” (2014), de Ana Luiza Dias Batista, revela e dissimula sua natureza em um movimento contínuo: trata-se de dois conjuntos de poliuretano feitos a partir de um molde dos restos de alimento: qual é o original e qual é a cópia? O vídeo “Phasmides” (2008-13), de Daniel Steegman Mangrané é uma sequência de planos de pequenos cenários compostos por formas orgânicas e geométricas em que um grupo de bichos-pau se movimenta lentamente.
Já os artistas Sergio Bonilha & Luciana Ohira em parceria com Taygoara Schiavinoto desenvolveram um objeto para ser instalado em um lugar de passagem. Esta máquina coleciona sons de passantes e os devolve no mesmo lugar em que foram coletados, porém em outro momento.
A questão das imagens em relação ao efeito “duplo”, portanto, inquietante, é discutida na instalação “Sem Título” (2001), de Maura Grimaldi. A partir de uma fotografia de um espelho que não reflete, a artista explora a capacidade da fotografia que não revela imagens – traindo a expectativa.
A cultura de massa também é vista de forma crítica através da criação de padrões. A aparição de um duplo enquanto gêmeo do mal aparece no trabalho da finlandesa Pilvi Takala “A verdadeira Branca de Neve” (2009). Neste vídeo, a estrutura por trás da fantasia desmorona quando uma Branca de Neve “falsa” é impedida de entrar na Disney pelos guardas.
Na instalação “Indexação (vapor de água benta/ vapor água comum)” (2010), Deyson Gilbert submete um mesmo elemento a um mecanismo de transformação simbólica que o faz assumir estados distintos.
A Exposição: “O que caminha ao lado”, coletiva com curadoria de Isabella Rjeille abre no dia 26, às 19h e fica em cartaz até dia 2/11. Pode ser visitada de terça a sexta, das 10h às 21h30; sábados, das 10h às 20h30; domingos e feriados, das 10h às 18h30, no Hall dos Elevadores (Térreo) e Atrium. Livre e Grátis.
O Sesc fica na Rua Pelotas, 143. Telefone: 5080-3000.

 

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