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Evite resíduos de roupas e tecidos

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Vestimentas são uma das necessidades básicas do ser humano. E há várias indicações da importância da indústria têxtil e também da moda.

A começar pela necessidade de proteger o corpo, agasalhar em dias mais frios, garantir conforto e até segurança – o uniforme escolar é um bom exemplo.

Além disso, inegavelmente, esse setor gera muitos empregos – desde a produção de matéria prima, como o algodão – passando pela indústria de roupas, estofamentos, itens de cama, mesa e banho, até a revenda comercial para os consumidores.

Mas, como em todo ciclo econômico, é essencial na atualidade ter uma visão completa de todo o processo para evitar excessos, consumo sem consciência e descarte incorreto.  A indústria da moda vem buscando se adaptar para garantir alterações de coleções anuais sem geração de tantos retalhos, sem sobras, mas esse processo tem se mostrado bastante complexo.

Há alguns caminhos para evitar a geração de resíduos por conta da compra de itens de vestuário e têxteis em geral.

Poluição

Em primeiro lugar, é importante apontar que a indústria da moda é considerada uma das mais poluentes do planeta por diferentes razões.

Explicando melhor – todo o processo produtivo de tecidos traz danos ao meio ambiente.

O problema já começa no desenvolvimento dos tecidos. O plantio de algodão pelo mundo é considerado um dos mais prejudiciais ao solo e à água, por conta do uso de toneladas de agrotóxicos e outros produtos químicos. No entanto, o Brasil é considerado hoje o principal produtor mundial de algodão ambientalmente responsável.

A fibra brasileira é cultivada de forma responsável e 75% da produção possui certificação socioambiental) e o país é campeão mundial em produtividade quando o assunto é o algodão sem irrigação: mais de 90% de nossas plantações dependem apenas da água da chuva para se desenvolver e dão uma verdadeira aula sobre origem consciente e inovação.

Vale ainda destacar que fibras sintéticas, como o poliéster, são mais prejudiciais ao meio ambiente por não serem biodegradáveis e a cada lavagem são eliminados microplásticos e fibras que poluem rios e oceanos.

Assim, como em todo processo de consumo, o importante é que haja consciência para evitar excessos e fazer compras inteligentes, de produtos duráveis, feitos por marcas preocupadas em preservação ambiental.

Uma boa dica é que as marcas comprometidas com o plantio sustentável de algodão têm nas etiquetas um código QR que, ao ser acessado, indica todo o caminho da produção até a venda no varejo daquela peça.

Moda rápida

O surgimento da chamada “fast fashion” – moda rápida –  representou a criação de roupas em sintonia com as tendências das grandes grifes da moda, mas com preços baixos e qualidade duvidosa.

Ou seja, são roupas feitas para não durar.

O consumidor preocupado com o meio ambiente deve evitar esse tipo de armadilha.

Um casaco, por exemplo, deve ser comprado para durar vários invernos. Outra opção inteligente é escolher peças que permitam diferentes combinações e, dessa forma, é possível diversificar o “visual”, frequentar espaços com diferentes “códigos” de vestimenta com peças coringa.

Informação é sempre essencial e esse tipo de dica ou orientação para compra consciente e inteligente de roupas pode ser encontrada na internet até mesmo em sites especializados em moda.

Vale ainda destacar que uma peça da chamada “fast fashion” pode se tornar inviável para doação.

A doação de roupas, calçados, cobertores e outros itens sempre é uma boa opção para quem quer evitar a geração de resíduos têxteis. Dessa forma, evita-se o envio de peças para o aterro, aumentando o volume diário de lixo e ocupando espaço já tão escasso. Há várias entidades que recebem esse tipo de doação, muitas delas na zona sul, como Amparo Maternal, Exército da Salvação, Instituto de Meninos São Judas Tadeu, Casa Hope, entre outras.

Mas, lembre-se: não se podem doar peças de roupas rasgadas, esgarçadas, manchadas ou sem condições de uso. Então, a qualidade das peças vai influenciar em sua durabilidade e destino final.

Resíduos

Ainda no processo de compra, pergunte à loja ou entre em contato com o fabricante para perguntar se há algum programa de logística reversa, ou seja, de descarte das peças sem condições de uso ou doação. Algumas redes já contam com caixas de descarte em suas próprias lojas, para que os consumidores possam descartar peças pós consumo  – o que igualmente evita o envio desse material para aterros.

Há uma marca de meias, por exemplo, que recebe as peças inutilizadas, que as famílias descartariam em lixo comum. Depois, esse material é transformado em cobertores doados para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Vale destacar que roupas, lençóis, toalhas, trapos em geral não devem ser encaminhados para a coleta seletiva. Ainda não há sistema de reciclagem de itens têxteis usados

Assim, tecidos não passíveis de doação devem ser descartados como lixo comum ou encaminhados a lojas e fabricantes que façam a reciclagem.

Já as embalagens em que as roupas são compradas – caixas, sacolas plásticas e de papel – podem ser recicladas. Basta separar esse material e disponibilizar no dia da coleta seletiva. Para saber quando ocorrem as coletas tradicional e seletiva na rua onde mora, basta acessar: ecourbis.com.br/coleta/index.html.

Na cidade de São Paulo, também é importante apontar, a maioria dos resíduos têxteis é gerada por confecções. Entre 2017 e 2020, foram recolhidas 45 mil toneladas de resíduos têxteis gerados na capital, só 9 mil vieram de roupas usadas – as 36 mil restantes são descartadas por confecções, muitas delas concentradas na região central da capital.

Durante o primeiro ano da pandemia, esse volume foi reduzido e, a partir de 2021, estima-se a geração diária de 20 toneladas de roupas pós consumo e 40 toneladas de retalhos e resíduos têxteis.

Os dados foram coletados a partir do projeto Sustex Moda, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo e coordenados pela professora associada Francisca Dantas Mendes.

Retalhos podem ser usados em ações de artesanato ou por costureiras, ongs e empresas que desenvolvem peças a partir dessas sobras dos cortes.

Desde 2015, a cidade desenvolve várias ações para que os retalhos sejam encaminhados para reciclagem ou mesmo para reaproveitamento.

Quatro projetos de reaproveitamento dos resíduos são desenvolvidos, com confecção de tapetes por pessoas em situação de vulnerabilidade social,

São projetos que ensinam e executam tapetes com resíduos têxteis, artesanato, reaproveitamento de roupas e confecção de novas peças a partir dos retalhos.  Informações no site sustexmoda.org.

Upcycling

O cidadão comum também pode encontrar vídeos na internet que ensinam a desenvolver novas peças de roupa com retalhos ou a transformar, por exemplo, uma antiga calça jeans em bolsa.

Outra ideia é encontrar Ongs e artesãos em seu bairro que aceitem doações de tecidos e roupas sem condições de uso para reaproveitamento.

Costureiras de bairro e pequenas confecções também podem buscar esse tipo de destinatário para seus retalhos, que assim deixam de ser resíduos e se transformam em matéria prima.

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1 Comentário

1 Comentário

  1. Jorge lopes silva

    9 de maio de 2022 at 18:36

    Minas fabril na cidade de Belo Horizonte faz reciclagem e industrializa roupa,uniformes usados de empresas e industrias diversas,atende no tel 31993485255 Jorge lopes
    veja no Quadro vida reciclada da Globo pesquisa no Google
    Industrias texteis investem em gestao ambiental

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